Ano: 2023

Vídeo: Al Jazeera desmonta tese fantasiosa de Israel sobre ataque a hospital. Foram mais de 500 vítimas

Acusado de ser o autor do ataque, o governo israelense buscou culpar a Jihad Islâmica pelo bombardeio. TV local mostra por que a tese não se sustenta.

A Al Jazeera analisou o vídeo divulgado pelo governo de Israel sobre o bombardeio ao hospital Al-Ahli, em Gaza, ataque que deixou mais de 500 palestinos mortos. Acusado de ser o autor do ataque, o governo israelense foi a público divulgar sua versão e culpou a Jihad Islâmica pela explosão. No entanto, a TV local encontrou evidências que dizem o contrário.

Militares têm “sinal verde” para invadir Gaza, diz ministro de Israel

O ministro da Economia de Israel afirmou que o governo tem como prioridade a destruição do grupo radical Hamas. Israel ameaça invadir Gaza.

O ministro da Economia de Israel, Nir Barakat, afirmou, nesta quinta-feira (19/10), que o exército israelense tem “sinal verde” para invadir a Faixa de Gaza quando estiver pronto. A informação é da ABC News.

Durante entrevista coletiva, Barakat acrescentou que o país se empenhará na recuperação dos reféns capturados pelo Hamas, mas destacou que a destruição do grupo extremista é a prioridade do governo.

Mais cedo, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallantn, afirmou que um ataque a Gaza virá em breve. “Quem vê Gaza de longe agora verá de dentro. Eu prometo. A ordem virá”, apontou Gallant.

Esta quinta-feira (19/10) marca o 13º dia do conflito entre Israel e Hamas. No último dia 7, o grupo radical realizou um ataque-surpresa ao território israelense. Desde então, Israel tem promovido bombardeios à Faixa de Gaza.

Crise humanitária
O território da Faixa de Gaza encontra-se em cerco total desde 9 de outubro. Com a determinação, a população da região lida com escassez de itens de primeira necessidade, como comida, combustível e alimentos.

A fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito deverá ser aberta para a entrada de ajuda humanitária nesta sexta-feira (20/10) pela manhã. A informação é do canal de televisão egípcio AlQahera News, que cita fontes do governo do país.

Nesta quinta-feira (19/10), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que permitirá a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza a partir do Egito.

Lula retomou ritmo de trabalho e volta ao Planalto semana que vem

Lula deve voltar a trabalhar no Palácio do Planalto na próxima semana, segundo apurou o colunista do UOL Leonardo Sakamoto. O presidente se recupera bem de uma cirurgia no quadril, realizada no fim de setembro, e desde então tem despachado do Palácio da Alvorada.

Falei com assessores próximos ao Lula. Ele está andando sem ajuda de bengala ou de outro aparelho. A perspectiva é de que ele retome o trabalho presencial no Palácio do Planalto na semana que vem. Lula tem feito fisioterapia pela manhã e à tarde para o fortalecimento dos músculos. Como disse o ministro [Alexandre] Padilha, ele já retomou o ritmo de trabalho.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Em participação no UOL News, Sakamoto destacou que membros do Palácio do Planalto brincam com as broncas de Lula, o que comprova a disposição do presidente após a cirurgia. O colunista acrescentou que o petista ainda não pode viajar de avião, mas já participa ativamente de conversas com ministros e membros do governo.

Isso é informação interna do próprio Palácio, mas foi lembrada a evolução do Lula. Ele deixou de fumar em seus primeiros mandatos. Após o câncer na garganta, ele começou a fazer exercício e manteve isso quando esteve preso em Curitiba. Isso o ajudou bastante neste momento do pós-operatório.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

*Sakamoto/Uol

Último voo de primeira fase de resgate de brasileiros em Israel pousa no Rio

Repatriados choravam de alívio, alegria e tristeza em desembarque no Aeroporto Internacional do Galeão.

Lágrimas de alívio, alegria e tristeza marcaram a chegada de brasileiros que estavam em Israel ao Rio de Janeiro na madrugada desta quinta-feira (19), no último voo da primeira fase de resgate orquestrada pelo governo federal.

A aeronave, com 219 repatriados vindos do país do Oriente Médio, pousou no Aeroporto Internacional do Galeão, na zona norte da cidade. Eles fugiam do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas que, iniciado em 7 de outubro já deixou ao menos 1.400 mortos do lado israelense e mais de 3.500 do lado palestino.

A bordo do avião da Força Aérea Brasileira (FAB), um modelo KC-30, também estavam 11 animais de estimação. Com o desembarque, o Brasil totaliza a repatriação de 1.135 brasileiros e 35 pets. Este foi o último voo da primeira fase da operação de resgate dos repatriados de Israel, segundo o Ministério das Relações Exteriores.

O avião decolou de Tel Aviv, em Israel, às 18h40 do horário local (12h40 do Brasil), com duas horas de atraso —a decolagem estava prevista para às 16h30. Pousou no Rio por volta das 3h do fuso brasileiro.

Procurado, o Itamaraty não esclareceu o motivo do atraso. Parentes dos passageiros que estavam vindo atribuíram a demora ao fechamento temporário do espaço aéreo de Israel durante a viagem do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao país em conflito.

Os brasileiros repatriados se emocionaram ao sair pela porta do desembarque internacional do aeroporto e avistarem seus familiares. A comerciante Tânia Hauben Salem, que mora no Rio, foi recepcionada pelo marido. Ela lamentou ter deixado em Israel a filha e os três netos, que moram lá.

“Meu coração está dividido, mas fui obrigada a voltar”, conta Salem, que tinha ido para Israel para o aniversário de três anos de um dos netos. “Quando me ofereceram a vaga [no avião], eu falei logo não. Meu marido me apoiou, meu filho. Falaram que minha filha precisava de mim. Mas como eu ia voltar? Todos os voos cancelados, sem previsão.”

O que a face oculta da viagem de Biden a Israel pode esconder

Uma invasão, por ora, adiada.

Há uma face visível da viagem do presidente americano Joe Biden a Israel e outra oculta. Na primeira, Biden conseguiu que o governo do primeiro-ministro de extrema-direita Benjamin Netanyahu admitisse a entrada na Faixa de Gaza de 22 caminhões carregados de alimentos, garrafas de água e remédios.

Quando entrarão? Não se sabe. Estão na fronteira do Egito com Gaza, mas só começarão a se movimentar com autorização de Israel. É Israel que controla todas as portas de entrada em Gaza. E embora só exista uma que liga diretamente o Egito a Gaza, esta porta permanece sob controle militar de Israel.

A face oculta da viagem de Biden a Israel só é conhecida por ele e Netanyahu que conversaram a sós por uma hora e meia. Israel anunciou que invadiria Gaza por terra, mar e ar, e está pronto para fazê-lo. Mas ainda não invadiu. Será que invadirá? Voltará a reocupá-la? A reocupação foi desaconselhada por Biden.

Israel bombardeia Gaza desde 7 de outubro, quando foi alvo do ataque do Hamas que matou 1.300 pessoas e sequestrou entre 200 e 250. Até aqui, a guerra já matou 3.478 moradores de Gaza, dos quais 70% eram crianças, mulheres e idosos, e feriu 12.065.; em Israel, os mortos somam 1.300, e os feridos 4,2 mil.

Os bombardeios a Gaza já danificaram 27 hospitais, dos quais quatro deles foram evacuados e suspenderam os atendimentos; outros funcionam a meia-boca. A Organização Mundial da Saúde já havia documentado 57 ataques a unidades de saúde que resultaram na morte de ao menos 16 profissionais da área.

Cerca de 5.500 unidades habitacionais foram danificadas e tornaram-se inabitáveis. Mais de um milhão de pessoas deslocaram-se de um lugar para outro em Gaza na tentativa de escapar às bombas e aos mísseis. Há 352 mil vivendo em abrigos de emergência no centro e no sul do enclave.

Martin Griffiths, o responsável pela ajuda humanitária da ONU, disse que a água está sendo racionada para um litro por dia por pessoa em instalações da ONU para palestinos em Gaza. “As pessoas são cada vez mais forçadas a procurar água de fontes inseguras”, acrescentou. Gaza está sem energia, cortada por Israel.

“Vivemos num Estado de direito, a guerra tem de ser feita pelas regras de um Estado de direito. Não podemos esquecer estas regras, senão os terroristas ganham”, sublinhou Biden antes de embarcar de volta a Washington. Quase ao mesmo tempo, o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, declarou em Lisboa:

“Israel tem de respeitar o direito humanitário e internacional (e o bloqueio de Gaza] não cumpre nem respeita esse direito.”

*Blog do Noblat

O Hamas não venceu, mas Israel perdeu

O assunto aqui se dá por uma live de Pedro Dória, colunista do Globo, o mesmo jornal em que já foi editor-chefe, no qual ele, que é editor do Meio, para o estupor de ninguém, bate boca com seu próprio conto. Nele, o compadre de Israel, inchado de verdades absolutas, é o único júri, o único promotor, em que um personagem que ele criou, rebate tal e tal assunto com aquela lindeza de parcialidade que os fãs do falatório costumam utilizar.

O martelete de Pedro diz que o Hamas venceu diante da comunidade internacional, o que é uma gigantesca mentira. O que se tem de concreto é que Israel perdeu, porque as populações planeta afora perderam a paciência com os sionistas. E é isso que Pedro Dória gritava de raiva, sem citar o perdedor. Ele apenas quis chinelar o que julga ser uma cena de marketing, médicos, num púlpito em um hospital de Gaza, ladeado de crianças mortas pelo bombardeio do exército terrorista de Israel naquele hospital onde morreram 500 palestinos, sendo a maioria bebês, crianças e mulheres.

Moral da história, Pedro Dória faz uma salada de batata com ovo, onde pinça quesitos aleatórios para explicar com paciência, que não acredita no bombardeio israelense àquele hospital e nem na morte de crianças, “citando” vários antecedentes comprobatórios do Hamas.

Pedro estava particularmente sisudo, como quem queria berrar a plenos pulmões um grande palavrão contra todos do planeta que se voltaram contra Israel, sem exaltar em momento algum as ações do Hamas.

As palavras de ordem global não estão à sombra ou a serviço do Hamas, o que se sobressalta na fala, nos gritos e na indignação é um bilhete claro endereçado a Israel, que tenta extinguir o mais rápido possível o povo da Palestina.

E foi isso que deixou Pedro Dória, ferido em seu maniqueísmo silencioso, não está suportando, daí sua live enviesada, cheia de contradições e vertigens.

Digo isso em função de uma corrente muito comum no Brasil que não aplaude escancaradamente o massacre de Israel à Palestina, utiliza uma seleta linha de ação para que as cavalgaduras comprem seu lote atacando o Hamas para servir de escarradeira da turma do ódio de grau máximo contra os palestinos.

É uma forma de tentar escamotear aquilo que sua expressão balbuciava, que era a expressão da raiva sagrada da humanidade por derrotar a máquina de propaganda de Israel, a pior e mais mortal arma que os sionistas utilizaram durante 75 anos contra a população civil da Palestina.

A foto em destaque ilustra o momento após o bombardeio ao hospital.

Brasileiros relatam noite de pânico com bombardeios em Rafah: ‘Todos morrerão aqui’

Os novos bombardeios à cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, deixaram os brasileiros que aguardam por resgate em pânico. Eles aguardam a abertura da fronteira com o Egito para serem repatriados pelo governo brasileiro. O GLOBO conversou com Alajrami Ahamed, de 43 anos.

— Houve um bombardeio muito violento à noite, e não conseguimos dormir. Não há proteção em Gaza, todos morrerão aqui. A situação é muito difícil e todos estão em perigo. Israel está matando todo mundo.

Alajrami Ahmed disse que foi possível ver o bombardeio de onde estavam. Ele está com outros nove brasileiros em uma casa da embaixada brasileira a 1 km da fronteira com o Egito aguardando um cessar-fogo temporário e a autorização de saída de Gaza.

A liberação da fronteira para saída de civis ainda depende do aval de Israel, que tem resistido. O governo israelense teme que integrantes do Hamas se aproveitem do cessar-fogo para também saírem pela fronteira.

Os EUA não votaram contra o Brasil, mas a favor do crime de guerra perpetrado por Israel denunciado assim pela ONU.

Os EUA votaram pelo direito de Israel de se “defender” assassinando bebês, crianças, mulheres e pessoas doentes. Pior, votaram pelo cerco nazista, pela manutenção do campo de concentração em que os sionistas transformaram Gaza. Sem comida, água, luz, gás e sem dignidade.

Até agora, já foram contabilizadas as mortes que totalizam 3.478 palestinos de Gaza pelos ataques assassinos de Israel. Dessa soma, 70% eram bebês, crianças, mulheres e idosos.

Os EUA, com seu voto na ONU nesta quarta-feira (18), anunciou ao mundo que acha pouco e quer muito mais vítimas fatais para efetivar a limpeza étnica.

Hoje, Israel fez novo ataque a Gaza, ataque aéreo em Rafah, e diz que supostamente matou um dos chefes dos Comitês de Resistência Popular, segundo os militares. Sobre civis mortos em mais esse bombardeio, nem um pio.

Segundo a Folha, palestinos brasileiros que estão no sul de Gaza, foram afetados diretamente pela guerra de Israel X Hamas. Desde que ela explodiu, eles não podem mais sair de suas cidades por determinação do Estado judeu, que bloqueou todas as localidades do território.

27 unidades de saúde, 157 escolas e 8 mil residências destruídas em Gaza na guerra entre Israel e Hamas; 471 foram mortos em ataque a hospital

Corpos da população atendida no Hospital Árabe al-Ahli, na Faixa de Gaza, continuaram a ser encontrados hoje (18), um dia depois do bombardeio que despertou mais protestos internacionais contra Israel.

Em meio às disputas de versões sobre a guerra entre Israel e Hamas, autoridades de saúde de Gaza, governada pelo grupo extremista palestino, afirmaram que pelo menos 471 pessoas morreram no ataque aéreo à unidade de saúde, localizada no centro do enclave.

Lideranças da região atribuem o bombardeio de terça-feira à noite a um ataque aéreo de Israel, em resposta à ofensiva do Hamas em território israelense em 7 de outubro, que deixou mais de 1.400 mortos e quase 200 reféns sequestrados. Já o Exército israelense afirma ter “evidências” de que “a explosão foi provocada pelo lançamento de um foguete da Jihad Islâmica, que falhou”.

Relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários aponta danos graves à infraestrutura e serviços essenciais da região, como saúde, educação e saneamento

O número de mortos na guerra subiu para 3.478 pessoas vítimas do conflito, dos quais 70% seriam crianças, mulheres e idosos, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.

Os ataques teriam deixado 12.065 feridos e um número estimado de 1,3 mil pessoas soterradas em escombros de prédios atingidos por até esta quarta-feira, o 12º dia do conflito. Em Israel, foram confirmadas 1,3 mil mortes e 4,2 mil feridos, a maior parte deles em 7 de outubro.

Além das perdas humanas, dados do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) apontam que, além do al-Ahli, outros 26 hospitais foram danificados em bombardeios — quatro deles (Beit Hanoun, Hamad Rehabilitation, Al Karama e Ad Dura), ao norte de Gaza, foram evacuados e pararam completamente os atendimentos. Outros funcionam em capacidade mínima, diz O Globo.

Antes do ataque ao hospital Al Ahli, a Organização Mundial da Saúde já havia documentado 57 ataques a unidades de saúde, que resultaram na morte de ao menos 16 profissionais da área. Por causa dos bombardeios, 23 ambulâncias foram afetadas.

Os ataques também prejudicaram estruturas residenciais e educacionais de Gaza. Até 14 de outubro, segundo dados do Ministério das Obras Públicas de Gaza compilados pelo Ocha, 8.840 unidades habitacionais tinham sido destruídas e 5.434 foram danificadas e tornaram-se inabitáveis. Até 16 de outubro, 167 instalações de ensino foram atingidas por ataques aéreos, incluindo pelo menos 20 unidades da UNRWA e duas que eram usadas como abrigos de emergência para deslocados internos.

Na tarde desta terça-feira, segundo o Ocha, um bombardeio atingiu uma escola da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente que fica no campo de refugiados de Al Maghazi, no centro de Gaza, e que abriga cerca de 4 mil deslocados internos. Pelo menos seis pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, de acordo com funcionários da entidade.

Um edifício universitário e sete igrejas também foram danificados e pelo menos onze mesquitas foram destruídas, segundo o relatório mais recente do Ocha. Houve danos, ainda, às instalações de água e saneamento. Até 12 de Outubro, pelo menos seis poços de água, três estações de bombeamento, um reservatório de água e uma usina de dessalinização que atende mais de 1 milhão de pessoas foram danificados.

O relatório mais recente do Ocha contabiliza mais de 1 milhão de pessoas deslocadas internamente em Gaza por causa do conflito. Entre elas, há mais de 352 mil que permanecem em abrigos de emergência designados pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês) no centro e no sul da região. Outros cerca de 55 mil deslocados estão alojados em 51 abrigos desvinculados à ONU, a maioria na cidade e no norte.

 

Egito convida Lula para cúpula sobre Gaza; presidente enviará representante

O governo do Egito enviou um convite ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o brasileiro participe de uma cúpula para lidar com a crise no Oriente Médio. A reunião ocorrerá no sábado (21), no Cairo, e tem como objetivo ainda lidar com a questão humanitária, a saída de estrangeiros da Faixa de Gaza e a criação de corredores de abastecimento de alimentos e remédios.

Fontes de alto escalão do Palácio do Planalto confirmaram que o convite foi destinado ao presidente Lula. Mas ele não tem autorização para pegar aviões — ainda está se recuperando de uma cirurgia.

O governo brasileiro debate, neste momento, quem irá participar da cúpula. Mas já há uma definição de que o país estará presente.

Uma das opções poderia ser a ida do chanceler Mauro Vieira. Mas o diplomata viaja para Nova York para presidir reuniões do Conselho de Segurança da ONU. O Brasil é o presidente do órgão no mês de outubro e, portanto, a presença do ministro é considerada indispensável.

Outra alternativa seria ainda a participação do assessor especial da presidência, Celso Amorim. Amplo conhecedor da região e com contatos em todos os países no Oriente Médio, o embaixador esteve envolvido na costura das ligações de Lula para presidentes de países árabes, para Israel e Irã na busca de uma solução para os brasileiros que estão na Faixa de Gaza.

Além do Brasil, participarão do evento governos como o do Qatar — que tenta negociar uma liberação dos reféns israelenses feitos pelo Hamas —, Iraque, Turquia e Jordânia.

A Espanha, que preside neste semestre a União Europeia, também foi convidada. O Egito ainda consultou a possibilidade da presença da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.

Nesta quarta-feira (18), porém, o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, deixou claro que uma abertura indiscriminada de sua fronteira para refugiados palestinos não ocorrerá. Ele citou pelo menos três motivos para sua recusa.

O primeiro seria o esvaziamento da causa palestina, caso essa população saia de Gaza. Outro elemento que ele alerta é o da segurança. Para o Egito, o temor é que milhares de palestinos se instalem no Sinai, região que por anos foi alvo de forte instabilidade.

O receio é que, se isso ocorrer, Israel passará a atacar o território egípcio cada vez que voltar a se sentir ameaçado por algum dos grupos islâmicos palestinos. Isso, portanto, reabriria a tensão entre Egito e Israel, um capítulo fechado na relação entre os dois países.

Outro argumento do Egito é que o desembarque desses grupos no país poderia significar uma ameaça à própria estabilidade do regime.

*Jamil Chade/Uol