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Irã mata com míssil bilionário aliado de Israel no Iraque

Numa sinistra demonstração de que a guerra entre Israel e Hamas já escalou para toda a região, a Guarda Revolucionária do Irã confirmou que utilizou mísseis balísticos de longo alcance contra o que chamou de “centro de espionagem” do Mossad, o serviço de inteligência de Israel, em Arbil, no vizinho Iraque.

Arbil é a capital da região autônoma do Curdistão, que mantém relações próximas com os Estados Unidos e onde o governo iraquiano, sediado em Bagdá, tem influência diminuta.

“O quartel-general era responsável por planejar e executar operações de espionagem e terrorismo na região, especialmente em nosso amado país”, disse a nota da IRGC.

Há indícios de que o ataque foi uma resposta ao assassinato por Israel, em Damasco, na Síria, do general da Guarda Revolucionária Razi Mousavi, um dos contatos do Irã com o governo aliado de Bashar al-Assad.

Teerã também confirmou que disparou mísseis balísticos contra a região de Aleppo, na Síria, onde existem bases do Estado Islâmico.

O EI assumiu um atentado em Kerman, no Irã, que matou ao menos 84 pessoas durante o memorial do general Qasem Soleimani.

Soleimani foi assassinato em Bagdá pelos Estados Unidos em 2020. Ele chefiava a Força Quds, um braço da IRGC. Era um dos responsáveis por organizar o Eixo da Resistência contra Israel. Soleimani também organizou o enfrentamento ao Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

Diferentemente do que diz a mídia comercial, o Estado Islâmico é inimigo figadal do Irã. É composto por sunitas que consideram os xiitas iranianos “infiéis”.

A ligação entre Hamas e Estado Islâmico, que Israel usa em sua propaganda para justificar o ataque a Gaza, é inexistente.

Enquanto os sunitas do Hamas lutam essencialmente pela causa palestina, o Estado Islâmico é composto por ortodoxos do salafismo que defendem um novo califado islâmico para governar o Oriente Médio e o Norte da África.

Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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