Dia: 4 de fevereiro de 2024

A direita pós-bolsonarista está órfã

Uma das grandes vantagens, talvez a maior da democracia é que ela elimina 99,9% daquilo que não presta na política.

Um político ou outro, como Aécio, que virou um trapo depois que perdeu todo o seu peso líquido, quando foi pego pedindo e recebendo propina da JBS, consegue até fazer uma cera, mas sabe que seu destino já foi traçado rumo ao ostracismo até sair da política e ninguém notar.

O maior partido de direita no Brasil, é a Globo, no entanto, de Collor a Moro e, depois, Bolsonaro, quando Moro pulou fora da candidatura à presidência, rigorosamente todos os heróis apoiados pela Globo, foram a pique.

Foi assim, porque a democracia varreu os entulhos neoliberais para fora da disputa nacional.

Bolsonaro sabe disso, sabe inclusive que seus eleitores são tão fieis quanto ele, ou seja, zero fidelidade. Ele não vai confessar, mas sabe que apenas herdou o gado da Globo que havia votado em Aécio, como fez durante anos votando no PSDB e Dem, que hoje inexistem.

Mas o caso de Bolsonaro é mais sério, por isso sua insistência em dizer que ainda é popular, quando, na verdade, na batata, fora dessas armações que faz para parecer que tem um tamanho que não tem, o sujeito está sofrendo sarcopenia política em passo acelerado, o que o faz entrar em pânico, porque sempre acreditou que seu eleitorado lhe daria salvo conduto diante do judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal.

Mas Bolsonaro já foi, já deu, não tem volta. É para frente que a política anda. E não se pode esquecer que ele é o primeiro presidente pós-ditadura que não conseguiu se reeleger, enquanto Lula é o único presidente que conseguiu se eleger três vezes.

O fato é que o eleitorado da direita está com as mãos vazias, à espera de um novo Messias, até pior que Bolsonaro, e não tem nenhum animal desse porte no horizonte para ser a próxima vaca sagrada dos ex-bolsonaristas.

Super-ricos são ‘elite do atraso que afunda o país’, diz campanha

Entrevista histórica de Jessé Souza com financista revela como operam as elites brasileiras, comprando a todos, de modo a preservar seus ganhos e privilégios.

São Paulo – Nesta semana em que o governo comemorou os impactos na arrecadação da nova lei que estabeleceu a tributação dos fundos exclusivos e offshores, a Campanha Tributar os Super-Ricos rememora uma entrevista com um executivo de um banco privado que revelou como opera a elite econômica brasileira. O financista, que teve a identidade preservada, conversou com o sociólogo Jessé Souza, e contou detalhes de “arrepiar”.

Assim o CEO relatou como os integrantes da elite financeira nacional financiam golpes, ataques à democracia com falsos argumentos e destroem políticas públicas para manterem ganhos indevidos e privilégios. Nesse sentido, também confessou como a elite econômica se protege para continuar concentrando renda e riqueza, num país marcado pela desigualdade.

Jessé conversou com o personagem durante pesquisa para o livro A Classe Média no Espelho, lançado em 2018. Ele buscava entender como os extratos médios da sociedade passaram a emular a ideologia das elites. O site Diário do Centro do Mundo publicou a entrevista, em 2019, após autorização do agente editorial do sociólogo.

O executivo, identificado como “Sérgio” remete a histórias contadas por “João Carlos”, seu amigo de infância, filho de banqueiros, que ficou “multimilionário” na década de 1990. Ele então foi trabalhar com o amigo, que compartilhou detalhes das suas relações nos meios financeiros paulistanos, e nas esferas de poder, tanto em Brasília como em São Paulo.

Como operam os super-ricos
“João costuma dizer que quem manda no Brasil, a elite, não soma mais do que 800 pessoas, e que ele e eu conhecemos cada uma delas. Dessas 800 pessoas, 600 estão em São Paulo, 100 em Brasília e 100 no resto do Brasil”, conta o Sérgio. Assim, o executivo destaca que eles mantêm uma “excelente relação” com boa parte desse pessoal. “Diria que, com pelo menos umas 100 dessas 800 pessoas, temos uma relação de confiança construída ao longo dos anos”.

O executivo era responsável pelos contatos com juízes, políticos e jornalistas, e clientes estrangeiros. Conta que em São Paulo, “o que move tudo é o dinheiro”. “A cidade é toda comprada, não se iluda, toda licitação pública e todo negócio lucrativo, sem exceção, é repartido e negociado”.

“Todo mundo tem um preço. Até hoje não conheci quem não tivesse. E para todo negócio é necessário uma informação privilegiada aqui, um amigo no Banco Central ali. Um sentença comprada ali ou a influência de um ministro em Brasília acolá”, reafirma.

Assim, para a campanha, a entrevista desnuda as estratégias que as elites adotam para manter seus privilégios. “São isentos, subtributados, sonegam, fazem ‘contabilidade criativa’, manobras tributárias, maiorias no Carf… Nunca pagam e engordam suas fortunas”. Desse modo, “um bom começo é tributar a renda e a riqueza de forma mais justa”.

Nesse sentido, as mais de 70 organizações sociais, entidades e sindicatos que compõem a campanha destacam que a reforma tributária ainda não chegou na renda e na riqueza. E que é preciso mobilização popular para acabar de vez com os privilégios dos super-ricos. “Se todo mundo têm um preço, milhões de pessoas exigindo justiça fiscal e social vai render cidadania e um país mais justo”.

*RBA

EUA violam soberania do Iraque e da Síria, ocupam parte de seu território, diz ex-militar americano

Com os ataques a esses países e uma “escalada absolutamente perigosa”, Earl Rasmussen espera que haja “adultos na região”.

Os EUA, com seus ataques ao Iraque e à Síria, violam a soberania de ambos os países, afirmou Earl Rasmussen, coronel aposentado do Exército dos EUA e ex-vice-presidente da Fundação Eurásia, à Sputnik.

“Isso é uma violação da soberania do Iraque e da Síria. Além disso, continuamos a ocupar ilegalmente territórios no Iraque e na Síria, juntamente com nosso apoio ao genocídio em curso em Gaza, tornando esses locais alvos de grupos paramilitares”, comentou Earl Rasmussen os ataques dos EUA.

Na opinião de Rasmussen, as ações de Washington são uma “escalada absolutamente perigosa” da situação, com os EUA não só não estando interessados na estabilidade regional, como também ajudando muitos grupos locais.

“Esperemos que haja adultos na região para evitar uma escalada ainda maior, pois os EUA e Israel definitivamente não estão buscando a redução da escalada ou a estabilidade”, acrescentou.

No último final de semana, tropas dos EUA em uma base na Jordânia foram atacadas por um drone. De acordo com o Pentágono, o ataque matou três militares e feriu mais de 40. Entre outros, Washington atribuiu a responsabilidade pelo incidente ao Irã.

Os EUA retaliaram o ataque à sua base militar na Jordânia, atingindo mais de 85 alvos ligados às forças do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) e grupos afiliados no Iraque e na Síria.

*Sputnik

PF levou caneta espiã de Carluxo, mas deixou para trás um pen drive ‘russo’ da corporação

Na operação de busca que a PF fez na terça-feira passada na casa de Carlos Bolsonaro, na Barra da Tijuca, além de um modem, os agentes levaram um objeto inusitado, ou talvez nem tanto: uma caneta espiã, daquelas com câmera secreta, que filmam, gravam e tiram fotos.

A aliados, Carluxo garante que o equipamento fora comprado há dez anos e nunca usado por ele, diz Lauro Jardim/O Globo.

Na mesma operação, mas em outro endereço, o escritório do Zero Dois na Zona Norte carioca, os agentes apreenderam um computador, mas acabaram deixando no local um equipamento levado por eles próprios, que foi descrito por Carlos a aliados como “uma espécie de pen drive que aparenta ser de origem russa”.

 

 

Cuba: um amigo histórico do povo palestino

Cuba mantém uma posição consistente com sua política histórica de apoio ao povo palestino e a uma solução pacífica.

A luta palestina contra a ocupação israelense ganhou nova relevância no cenário internacional após a escalada que começou em 7 de outubro. A brutalidade do ataque israelense, praticamente sem comparação com outras agressões anteriores, expôs o cinismo de muitas das grandes potências ocidentais, defensoras proclamadas dos “direitos humanos”, mas indolentes diante do genocídio que está sendo cometido diante de seus olhos por interesses geopolíticos calculados friamente.

Os esforços da mídia mainstream hoje visam apresentar os perpetradores como vítimas, demonizando a resistência palestina e tornando invisíveis ou diminuindo as ações de Israel. Neste longo conflito, é justo apontar a bela história de solidariedade entre os povos, que uma pequena ilha caribenha vem escrevendo há décadas. Cuba, a “terrível e desumana ditadura” que os principais cartéis de mídia corporativa insistem em retratar, tem sido e é um dos defensores mais fortes do povo palestino.

Fidel e a causa palestina

Embora a Revolução Cubana tenha mostrado desde cedo sua solidariedade com o povo palestino, a figura de Fidel, sua compreensão do mundo árabe e os relacionamentos que ele elaborou com os principais líderes e movimentos de resistência nessa área geográfica foram fundamentais. De particular relevância é sua relação com Yasser Arafat, líder histórico da resistência palestina.

Em 12 de outubro de 1979, na qualidade de presidente do Movimento Não Alinhado (MNA), Fidel falou enfaticamente sobre o conflito israelense-palestino, com palavras que ainda são relevantes hoje:

“Do fundo de nossas almas, repudiamos com toda a nossa força a perseguição implacável e o genocídio que o nazismo desencadeou contra o povo judeu em seu tempo. Mas não consigo me lembrar de nada mais semelhante na nossa história contemporânea do que o despejo, a perseguição e o genocídio realizado hoje pelo imperialismo e pelo sionismo contra o povo palestino”.

Em 1982, em diálogo com o líder palestino Yasser Arafat, Fidel comunicou a decisão de Cuba de receber 500 crianças palestinas para realizar seus estudos na nação antilhana. Isso marca o início de uma colaboração que ao longo dos anos formou milhares de palestinos em medicina, engenharia e outras profissões fundamentais para o desenvolvimento de suas comunidades. Até hoje, centenas de jovens palestinos estudam em várias universidades cubanas com bolsas de estudo fornecidas pelo governo cubano.

Fidel também expôs a situação palestina em numerosos fóruns internacionais ao longo de seu extenso trabalho político. E uma vez aposentado, ele continuou acompanhando de perto a realidade na área. A prova da indignação causada pela impunidade do genocídio israelense é um texto publicado em 6 de agosto de 2014 em sua coluna de opinião habitual no jornal Granma, sob o título: “Holocausto palestino em Gaza”.

O conflito atual

A violência desencadeada em 7 de outubro teve um impacto arrepiante na vida dos palestinos. Mais de 25 mil palestinos foram mortos por Israel, dos quais mais de 10 mil são crianças, e os números continuam a aumentar. Inúmeras organizações internacionais condenaram os ataques a hospitais, escolas, edifícios residenciais, mesquitas e o uso ilegal de fósforo branco contra civis. Em uma carta recente, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, denunciou que mais de 80% da população de Gaza foi deslocada.

Desde o início desta nova escalada, Cuba mantém uma posição consistente com sua política histórica de apoio ao povo palestino e uma solução pacífica para o conflito. Apenas para mencionar algumas ações, a ilha promoveu e votou a favor da resolução “O direito do povo palestino à autodeterminação”. Cuba tem apoiado, como membro do MNA, a posição do bloco perante o Conselho Executivo da Organização para a Proibição de Armas Químicas, denunciando o possível uso por Israel de armas proibidas. Cuba também participou de numerosos fóruns internacionais convocados, incluindo várias sessões extraordinárias da Assembleia Geral da ONU, exigindo um cessar-fogo e reivindicando os direitos do povo palestino.

*BdF

Ataques dos EUA na Síria e Iraque deixam mortos e feridos: ‘agressão contra a soberania’

Um porta-voz das Forças Armadas Iraquianas classificou os ataques como ‘uma ameaça que arrastará consequências imprevistas’ no Oriente Médio.

Ataques do Exército dos Estados Unidos a postos usados pela Guarda Revolucionária do Irã na Síria e no Iraque, como prometido pelo presidente Joe Biden, deixaram ao menos 16 mortos e 25 feridos, informou neste sábado (03/02) o governo iraquiano.

Os ataques contra 85 alvos duraram 30 minutos e foram utilizadas mais de 125 munições de precisão.

Alguns deles foram executados por bombardeiros B-1B, que partiram da Base Aérea de Dyess, no Texas, na sexta-feira (02/02), em um voo de mais de 6 mil milhas.

Os alvos atingidos incluíram centros de operações de comando e controle, centros de inteligência, foguetes e mísseis, armazéns de armazenamento de veículos ventilados não tripulados e instalações de logística e cadeia de abastecimento de munições usadas por grupos de milícias apoiados pelo Irã.

“A administração dos EUA cometeu uma nova agressão contra a soberania do Iraque, uma vez que as localizações das nossas forças de segurança, nas regiões de Akashat e Al-Qaim, bem como em locais civis vizinhos, foram bombardeadas por vários aviões dos EUA”, disse o governo iraquiano, citado pela ABC News.

“Esta agressão flagrante levou à morte de 16 mártires, incluindo civis, além de 25 feridos. Também causou perdas e danos a edifícios residenciais e propriedades de cidadãos”, acrescentou.

O governo iraquiano também disse que os ataques “colocam a segurança no Iraque e na região no limite” e contradizem diretamente o esforço dos EUA para “estabelecer a estabilidade necessária” na região.

A resposta é a primeira do que se espera ser uma série de ataques em retaliação pela morte de três soldados norte-americanos na semana passada na Jordânia, segundo um oficial de defesa dos EUA.

Biden deu ordem para atacar grupos afiliados e apoiados pelo Irã no Iraque e na Síria, alertando que, “se os Estados Unidos forem atingidos, reagirão”.

“A nossa resposta começou hoje. Os Estados Unidos não procuram conflitos no Oriente Médio ou em qualquer outro lugar do mundo”, afirmou Biden na sua primeira declaração sobre os ataques. A ação militar constitui uma escalada significativa em todo o Oriente Médio.

Ameaça à estabilidade da região

Um porta-voz das Forças Armadas Iraquianas classificou os ataques como “uma ameaça que arrastará o Iraque e a região a consequências imprevistas”. O Ministério das Relações Exteriores do Irã, por sua vez, afirmou que este foi “outro erro estratégico” dos Estados Unidos.

Já o grupo fundamentalista islâmico Hamas acusou o governo norte-americano de ameaçar a “estabilidade da região” e descreveu os ataques como “servindo à agenda expansionista da ocupação [de Israel]”.

Alertando sobre as consequências, o Hamas apelou aos Estados Unidos para “reverem as suas políticas agressivas e respeitarem a soberania dos Estados e os interesses dos povos árabes”.

Os ataques dos EUA, esperados durante dias em resposta ao assassinato de três soldados norte-americanos na Jordânia, continuarão durante dias como parte de uma resposta em larga escala e a vários níveis, revelaram fontes da Casa Branca.

*Opera Mundi