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Boi de piranha

A receita do solado bolostrô, protagonizado por Mauro Cid, só tem sua assinatura. A missa foi mais que encomendada pelo clã. Foi escrita e cheia de vícios de linguagem. Até a inteligência artificial, que está longe de ser de fato inteligente, não consegue juntar aquele lé com cré.

O troço foi muito malfeito. Coisa típica de quem ainda carrega cacoetes de abuso do poder, mas perdendo o cachimbo, segue com a boca torta.

Alexandre de Moraes é um cara vivido e sabe ler, de an passant, que aquele pombo correio, tem bico de pombo, asa de pombo, faz titica de pombo e é um pombo.

Na verdade, de tão grotesca essa farsa, nem para entretenimento presta. Isso, se não ajudou Bolsonaro, atrapalhou os trapalhões do clã. E não foi pouco não! A gravidade da tentativa funesta de armar um novelesco telefonema, deve ser vista como tentativa de obstrução de justiça.

Na realidade, esse fato pode antecipar a prisão de Bolsonaro e, de roldão, Moraes agasalhar, se não todo o clã, encaçapar a maioria dos come e dorme do Vivendas da Barra, e jogá-los atrás das barras de ferro, antes do tempo previsto. A lambança foi grande e a ressaca não será menor.

Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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