Mês: março 2024

“A verdade vai aparecer”, disse Brazão três dias antes de ser preso

Apontado como mandante da morte de Marielle, conselheiro do TCE se disse vítima de “linchamento”

unal de Contas do Estado (TCE-RJ) Domingos Brazão — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Três dias antes de ser preso pela Polícia Federal, Domingos Brazão negou ter sido o mandante do assassinato de Marielle Franco e se disse vítima de um “linchamento”.

— Isso é um absurdo, essa tentativa de envolvimento nosso, tanto meu quanto do meu irmão. Tenho certeza de que a verdade vai aparecer — afirmou.

Em áudio enviado à rádio CBN após meu comentário sobre as investigações, Brazão chamou o ex-policial Ronnie Lessa de “marginal” e sugeriu que ele teria recebido para incriminá-lo.

— O que motiva a delação certamente é o livramento que esse marginal quer, e esconder aqueles que verdadeiramente estão envolvidos. A grande pergunta é quem ele quer proteger — disse.

O ex-deputado ainda afirmou ter “a consciência muito tranquila” em relação ao crime.

— Minha família está sofrendo muito. Depois da família de Marielle e Anderson, a família Brazão é a que mais sofre com isso, com esse linchamento público.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

Chefe da Divisão de Homicídios da Polícia Civil planejou ‘meticulosamente’ o assassinato de Marielle, diz relatório da PF

Rivaldo Barbosa, que um dia antes do crime se tornou chefe da polícia, pode ser considerado um dos autores do assassinato, afirma PF.

A investigação da Polícia Federal sobre o assassinato da vereadora (PSOL) Marielle Franco concluiu que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, além de mandarem matar a parlamentar, também contrataram a “garantia de impunidade”. Esse garantia lhes foi dada, segundo o relatório, pelo chefe da Divisão de Homicídios do Rio, delegado Rivaldo Barbosa. Um dia antes do crime, Rivaldo foi nomeado chefe da Polícia Civil. Na época, a segurança do Rio estava sob intervenção federal e era comandada pelo general Braga Netto.

Segundo Andréia Sadi, essa informação consta da ordem de prisão contra os três, expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo o documento, havia uma única exigência de Rivaldo, que o assassinato não envolvesse a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.

“Tal exigência tem fundamento na necessidade de se afastar outros órgãos, sobretudo federais, da persecução do crime em comento, de modo a garantir que todas as vicissitudes da investigação fossem manobradas por Rivaldo”, diz a representação da PF.

A PF afirma que, por esses e outros motivos, é possível dizer que o crime foi “meticulosamente planejado” pelo ex-chefe da Polícia Civil do RJ e que, por isso, é possível considerá-lo autor do crime. “(…) apesar de não ter o idealizado, ele [Barbosa] foi o responsável por ter o controle do domínio final do fato, ao ter total ingerência sobre as mazelas inerentes à marcha da execução, sobretudo, com a imposição de condições e exigências.”

URGENTE. Alexandre de Moraes retira o sigilo dos documentos do caso Marielle Franco

Segundo o STF, esse material se tornará público após ser digitalizado – o que ainda não tinha acontecido até as 13h40 deste domingo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal , Alexandre de Moraes, levantou neste domingo (24) o sigilo de documentos que embasaram a prisão dos suspeitos de mandar matar a vereadora Marielle Franco, em 2018.

São três os documentos:

  • decisão de Alexandre de Moraes que autoriza a prisão preventiva;
  • parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR);
  • parecer da Polícia Federal.
  • Segundo o STF, esse material se tornará público após ser digitalizado – o que ainda não tinha acontecido até as 13h40 deste domingo.

Na nota divulgada, o STF também confirmou:

  • que Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa foram alvos de prisão preventiva, ou seja, sem prazo definido;
  • que a decisão de Moraes será submetida ao referendo da Primeira Turma do STF ao longo desta segunda-feira (25), de 0h às 23h59, em plenário virtual;
  • que as prisões dos três foram mantidas em audiência de custódia conduzida pelo juiz auxiliar de Moraes, Airton Vieira;
  • que o trio será encaminhado para Brasília, onde ficará detido na penitenciária federal;
  • que, além das três prisões, foram determinadas medidas como buscas e apreensões, bloqueios de bens e afastamentos das funções públicas.

Anielle diz que delegado preso prometia à família solucionar morte de Marielle: ‘É uma surpresa, um choque’

Ministra de Igualdade Racial afirma que delegado Rivaldo Barbosa dizia à família que resolver o crime de Marielle “era questão de honra”

Irmã de Marielle Franco, a ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco afirmou que a família está “em choque” com a prisão delegado Rivaldo Barbosa, que chefiou a Polícia Civil do Rio e teria atuado para proteger os mandantes do crime. De acordo com a ministra, Marielle confiava no delegado e ele prometia à família que resolver o crime “era questão de honra”.

A ministra também afirmou estar surpresa com o apontamento do nome do delegado Giniton Lages, que ficou à frente do caso Marielle na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) logo no início das investigações. Lages é um dos alvos de mandados de busca e apreensão na manhã deste domingo.

— É difícil, foi uma surpresa, um choque. A maior surpresa do dia é o Rivaldo e busca e apreensão do Giniton Lage. Rivaldo é uma pessoa que a Mari confiava, que falava para minha mãe: “eu vou resolver, é uma questão de honra resolver esse crime”. Ele é nomeado em 13 de março, a gente está em choque, está com raiva, mas eu acho que mais do que nunca é preciso acompanhar esse crime, garantir que as prisões aconteçam e eles respondam pelos seus atos _disse Anielle ao GLOBO.

A Polícia Federal prendeu preventivamente na manhã deste domingo três suspeitos na investigação que apura a morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes. O deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Domingos Brazão são suspeitos de serem mandantes do crime, enquanto o delegado Rivaldo Barbosa, que chefiou a Polícia Civil do Rio, teria atuado para protegê-los. Os três negam a acusação. Segundo investigadores, havia potencial risco de fuga e era necessário surpreender os envolvidos no caso.

Anielle afirmou que Rivaldo foi a primeira pessoa que a família procurou, após a execução de Marielle, e que o delegado Giniton Lages era recebido na casa da família durante as investigações:

— Rivaldo é a grande surpresa. Ele foi uma das primeiras pessoas que a gente procurou, minha, mãe, meu pai. O Giniton era pessoa que minha mãe fez café, foi nosso primeiro contato, era quem estava à frente. Dizer que estamos aliviados é muito forte, mas traz sensação que está no caminho, dá importância que foi seguir lutando e batalhando para que se chegue num lugar concreto.

A ministra conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por telefone na manhã deste domingo e com a primeira-dama, Janja da Silva.

— Responder quem mandou matar minha irmã e por que. é dar uma resposta à narrativa imposta sobre nós de mentira, fake news e ódio. E com envolvidos de pessoas que deveriam estar contribuindo e melhorando a vida do povo — disse. — Vou repetir algumas vezes da importância da gente estar num governo progressista e democrático, num governo que dá resposta. Antes eles zombavam da morte da Mari. Recebi hoje ligação do presidente dando força para família, do comprometimento da Polícia Federal. Isso faz diferença. A gente está brigando pela democracia. Estamos próximos, mas ainda sabemos que falta coisa, mas é importante dizer que isso tá acontecendo nesse governo — afirmou a ministra.

Ao todo, estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A operação Murder Inc. acontece menos de uma semana após o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar a delação premiada firmada por Ronnie Lessa, a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República. O ex-policial militar foi preso em março de 2019 pela participação nas mortes e, na delação do também ex-policial militar Élcio de Queiroz, é apontado como autor dos disparos que mataram a vereadora e o motorista. Ele foi expulso da corporação e condenado, em 2021, a quatro anos e meio de prisão pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime.

Caso Marielle: Rivaldo Barbosa virou chefe da PCRJ na véspera do crime

Rivaldo Barbosa é um dos três presos pela PF neste domingo por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco.

O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) Rivaldo Barbosa, preso na manhã deste domingo (24/3) sob a suspeita de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assumiu a chefia da corporação em 13 de março de 2018, véspera das execuções.

A suspeita é que Rivaldo Barbosa teria combinado com Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), antes do crime, que garantiria a impunidade.

Além do delegado, a Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prenderam Domingos Brazão e o irmão dele, o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ).

Prisões
Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), todos na cidade do Rio de Janeiro.

PF prende Domingos e Chiquinho Brazão, suspeitos de mandar matar MarielleFranco

Também foi preso na manhã deste domingo (24) o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, terceiro suspeito de ser um dos mandantes.

Uma operação conjunta da Procuradoria Geral da República, do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Federal neste domingo (24) levou à prisão de três suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Foram presos Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE); Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro (União Brasil); e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio.

A operação também cumpre 12 mandados de busca e apreensão. Os policiais estão na sede da Polícia Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estados.

Os esforços dos investigadores continuam no sentido de esclarecer a motivação por trás do crime. Embora ainda estejam em processo de apuração, as evidências apontam para questões relacionadas à expansão territorial de milícias no Rio de Janeiro.

O desenrolar dos acontecimentos ganhou ímpeto após a aceitação de um acordo de colaboração com a Polícia Federal por parte de um dos envolvidos, Ronnie Lessa, preso por ser o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson. Esse acordo permitiu não apenas a identificação dos mandantes, mas também a elucidação dos motivos por trás do ato criminoso.

A ação, planejada para o início deste domingo, visou pegar os suspeitos de surpresa. Segundo investigações. eles já estavam em alerta desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou a delação premiada de Lessa.

Mauro Cid, o garoto de ouro do Exército, era de vidro e se quebrou

Nada aprendeu como militar. Nada esqueceu.

Um criminoso sabe que o é, mas continuará negando mesmo se for localizado e preso. Mesmo que não possa mais negar nada. Se condenado, insistirá que é inocente. As penitenciárias estão abarrotadas de inocentes, salvo uns poucos que, por desesperança, reconhecem a culpa.

Só confessam o crime os que esperam extrair alguma vantagem disso. É o caso, por exemplo, dos ex-policiais militares Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa. Queiroz pilotou o carro de dentro do qual Lessa atirou e matou a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes

É o caso também do tenente-coronel Mauro Cid, o garoto de ouro do Exército, primeiro-lugar em todos os cursos que fez, filho de um respeitado até então general da reserva, elogiado por seus superiores, e destinado a ser promovido no futuro próximo a general de quatro estrelas.

Como a Polícia Federal reuniu provas irrefutáveis de que ele, na condição de ajudante-de-ordem de Bolsonaro, participou do golpe para instalar uma ditadura no Brasil, do roubo de joias do Estado e da falsificação de atestados de vacina, só restava a Mauro Cid delatar, e assim foi.

Queiroz e Lessa delataram em troca de proteção para suas famílias e de melhores acomodações nos presídios que os abrigam; Mauro Cid, em troca de uma pena mais branda, e de a justiça esquecer que sua mulher e seu pai envolveram-se nos crimes por ele cometidos.

A mulher fez proselitismo a favor do golpe e empenhou-se em arranjar dinheiro para financiar o acampamento dos golpistas à porta do QG do Exército, em Brasília. O pai, a pedido de Mauro Cid, cuidou das joias enviadas para serem vendidas nos Estados Unidos.

O apurado com a venda das joias encheria de dinheiro os bolsos de Bolsonaro. Os atestados falsos de vacinação contra a Covid permitiriam que Bolsonaro e Laura, sua filha adolescente, circulassem no exterior livremente sem sofrer eventuais constrangimentos.

Bolsonaro nega até hoje que tenha se vacinado. Quanto à filha, disse uma vez que ela não seria vacinada. Mauro Cid entregou em mãos de Bolsonaro os atestados falsos que Bolsonaro lhe encomendou. Aproveitou para falsificar outros atestados com o seu e o nome de sua mulher.

Tratado pelos amigos como leproso e pelos companheiros de farda como dedo duro, engordou 10 quilos desde que delatou, segundo seu advogado. Teria sido por isso, e só por isso, que, “agoniado”, carente de apoio, “desabafou” com um dos poucos amigos que lhe sobraram.

No desespero, acusou agentes federais e o ministro Alexandre de Moraes de desvirtuar o que ele disse em depoimentos, pondo em sua boca coisas que ele não disse. Por fim, ontem, desautorizou seu próprio desabafo, afirmando que está de pé e que é verdade tudo o que contara antes na delação.

Foi preso pela segunda vez – a primeira aconteceu ao retornar dos Estados Unidos para onde se evadiu Bolsonaro, de modo a testemunhar de longe a tentativa amadora do golpe de 8 de janeiro do ano passado. Mauro Cid não faz a mínima ideia de até quando permanecerá preso.

*Blog do Noblat

Segue o holocausto nazisionista em Gaza

Tanques dos terroristas israelenses atingiram vários edifícios do Hospital Al-Shifa e incendiaram um departamento de cirurgia e que cerca de 240 pacientes e seus acompanhantes, bem como dezenas de profissionais de saúde, foram detidos.

Al-Shifa, o maior hospital da Faixa de Gaza antes da guerra, é agora uma das poucas instalações de saúde parcialmente operacionais no norte do território e também alojava civis deslocados.

Moradores das proximidades disseram que as forças nazisionistas explodiram dezenas de casas e apartamentos nas ruas ao redor do hospital e destruíram estradas. Um centro médico privado próximo, o Hospital Al-Helo, também foi atingido pelo exército terrorista de israel.

Nós sobrevivemos à morte, eles atiraram em nós, há muitos mártires, há muitos feridos, quase morremos para dar algo para nossos filhos”, disse Alaa al-Khoudary, um morador da Cidade de Gaza que tinha acabado de retornar do Rotatória do Kuwait carregando uma sacola de ajuda.

Em Rafah, onde mais de um milhão de pessoas estão abrigadas, autoridades de saúde disseram que um ataque aéreo israelense contra uma casa matou oito pessoas e feriu outras.

Veja o documentário que expõe mentiras de Israel sobre bebês assassinados, estupros e mortes de civis

Intercept Brasil publica o novo documentário da Al Jazeera sobre o genocídio na Palestina, com legendas em português: a fraude como método do governo sionista.

Andrew Fishman, presidente e co-fundador do Intercept Brasil, lembra que a imprensa mundial se concentra nos crimes que os combatentes do Hamas não cometeram: mentiras contadas sobre bebês assassinados, mulheres estupradas e mortes de civis.

Em alguns casos, a selvageria denunciada pelas forças israelenses, supostamente praticada pelo Hamas, pode ter sido executada por Israel. Em outros, pode nem ter existido.

“Esse é o fio que conduz o novo documentário inédito do núcleo investigativo da Al Jazeera, disponível agora em português. O filme, adaptado em parceria com o Intercept Brasil, corta a fumaça da propaganda israelense para mostrar o que realmente acontece desde 7 de outubro de 2023 em Israel e na Palestina”, afirma Andrew.

Veja o documentário:

Após áudios, familiares de Cid entram em pânico e temem ser próximos alvos de prisão

O retorno do tenente-coronel Mauro Cid à prisão desestabilizou toda família do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e despertou o temor de que outros membros do clã sejam os próximos alvos.

O general Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel, confidenciou a amigos das Forças Armadas que tem receio de ser preso, assim como o filho. O temor também ronda a esposa do militar, Gabriela Cid, que foi uma das 17 indiciadas — a lado do marido e de Jair Bolsonaro — pela Polícia Federal no inquérito que apura a falsificação de carteiras de vacinação contra Covid-19.

Já o general Lourena Cid é investigado no inquérito das joias da Arábia Saudita que Jair Bolsonaro tentou se apropriar, de maneira ilegal. O militar atuou na comercialização irregular de presentes destinados ao Estado brasileiro, diz Bela Megale, O Globo.

Os familiares do ex-ajudante de ordens estavam protegidos pelo acordo de delação premiada firmado por Mauro Cid. Se a tratativa for anulada, todos perdem os benefícios garantidos até então.

A diferentes amigos, Lourena Cid tem repetido a frase de que “o pesadelo não termina”. Em entrevista à repórter Paola Serra, o general disse que a família “está surpresa e arrasada” com o retorno do filho à prisão. O militar afirmou ainda que desconhece detalhes do áudio em que o filho fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e à Polícia Federal.