Ano: 2024

Deltan Dallagnol, O Messiânico

As motivações e táticas de Deltan Dallagnol em 950 mil mensagens do Telegram.

“Li na diagonal a denúncia. Ainda tenho de lê-la melhor. Está muito boa, porém faço algumas críticas construtivas”, escreveu o procurador Orlando Martello Júnior, do Ministério Público Federal no Paraná. A mensagem foi enviada pelo Telegram, no grupo batizado como “Filhos do Januário 1”, que reunia os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato. Era 9 de setembro de 2016 e a Lava Ja­to estava no auge, segundo reportagem da Revista Piauí.

Em cinco dias, o país seria apresentado à primeira grande denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na forma do famoso PowerPoint, que mostrava catorze balões, cada um com conteúdo diferente, dos quais saíam setas apontando para o balão central, onde estava escrito LULA.

A despeito do breve elogio de Martello Júnior, a denúncia ainda era um rascunho e pontos importantes não estavam parando de pé, na visão dos próprios procuradores, a começar pelo pilar central da acusação: a de que Lula ganhara um apartamento tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, como recompensa por favorecer a empreiteira OAS em contratos com a Petrobras. Mesmo faltando tão pouco tempo para a divulgação da denúncia, havia incertezas abundantes sobre fatos, sobre dados e sobre provas.

Quando exerceu o cargo de procurador da República, Deltan Dallagnol aproveitou a visibilidade alcançada com a Lava Jato para faturar com palestras.

Entre os episódios expostos na reportagem, destaca-se o caso em que Dallagnol solicitou favores a delegados da Polícia Federal para agilizar a obtenção de um passaporte para sua filha, contornando as regras comuns. Esse incidente, revelado a partir de mensagens interceptadas, levanta questionamentos sobre possíveis abusos de poder por parte do ex-procurador.

Além disso, a investigação revela que Dallagnol estaria envolvido em transações imobiliárias de compra e revenda de imóveis do programa Minha Casa Minha Vida, levantando suspeitas sobre suas atividades financeiras.

Ex-comandante do Exército afirma à PF que Bolsonaro ordenou a manutenção de acampamentos golpistas

Segundo militar, Bolsonaro também participou de reunião com cúpula das Forças Armadas na qual se discutiu a “minuta do golpe”

O general da reserva Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército no governo Bolsonaro, prestou depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (1), respondendo a mais de 200 questionamentos ao longo de oito horas. Segundo informações reveladas pelo Jornal da Band, Freire Gomes confirmou que recebeu ordens diretas do ex-presidente para não desmontar acampamentos de manifestantes golpistas em frente aos quartéis-generais do Exército.

Durante o depoimento, o general também corroborou o relato do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, sobre uma reunião com os comandantes das Forças Armadas. Nessa reunião, teria sido apresentada uma minuta do golpe, que incluía planos para a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o impedimento da posse do presidente Lula (PT). Novas informações obtidas pela Band, através de fontes ligadas ao general, indicam que Freire Gomes também confirmou a presença de Bolsonaro nessa reunião, ocorrida após as eleições durante o governo anterior.

As informações relacionadas ao depoimento estão sob estrito sigilo, buscando evitar vazamentos que possam comprometer a investigação em curso. A Polícia Federal adotou uma cautela significativa, chegando ao ponto de não autorizar a defesa do general a levar uma cópia do depoimento, ressaltando a sensibilidade e a relevância do conteúdo para o desdobramento das investigações.

Fala de general abre as portas da prisão para Bolsonaro e sua gangue

Ex-comandante do Exército surpreende a Polícia Federal.

Ainda há juízes em Brasília. (Até aí, nenhuma novidade.) Quero dizer: ainda há generais no Exército brasileiro. No caso, generais que honram a farda e que dizem o que foi e por que foi, quando chega a hora da verdade. A hora da verdade deveria ser toda hora, mas…

A Polícia Federal tem provas de que o general Freire Gomes, comandante do Exército no fim do governo passado, foi chamado de “cagão” pelo colega Braga Netto, ex-candidato a vice de Bolsonaro, por não ter aderido ao golpe de dezembro de 2022.

Sim, de dezembro de 2022. Porque naquele ano houve outros ensaios de golpes, um deles a ser dado em setembro, a um mês das eleições. Derrotado, Bolsonaro quis dar um golpe para impedir a posse de Lula. E em 8 de janeiro de 2023, seus seguidores tentaram dar outro.

O general “cagão”, na última sexta-feira, depôs à Polícia Federal durante quase oito horas na condição de testemunha, e como tal não poderia mentir. Mas poderia calar-se, porque a lei garante que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo.

Freire Gomes respondeu às 80 perguntas feitas por agentes federais e a mais 200 provocadas por suas revelações. Outros generais já ouvidos, suspeitos de planejar com Bolsonaro o golpe de dezembro de 2022, se calaram, bem como Bolsonaro. Os cagões são eles, ou culpados.

Há 16 meses, o país aguardava respostas a duas perguntas:

Quem mandou o Exército acolher em portas de quartéis bolsonaristas que pediam um golpe?

E por que o Exército os acolheu?

Pelo pouco que se sabe do depoimento de Freire Gomes, ele disse: foi Bolsonaro que ordenou ao Exército que acolhesse os bolsonaristas golpistas. E Bolsonaro não retirou a ordem nem mesmo antes de fugir para os Estados Unidos em 30 de dezembro.

Uma nota conjunta dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, em novembro de 2022, defendeu o direito de manifestação dos acampados. Freire Gomes disse que a nota foi ideia do então ministro da defesa, general Paulo Sérgio Nogueira.

*Blog do Noblat

Análise: Ações e omissões dos EUA incentivam violência israelense em Gaza

Governo americano continua dando passe livre para ação militar no território palestino, apesar da indignação mundial causada pelo elevado número de civis mortos.

A guerra na Faixa de Gaza registrou dois episódios trágicos na última semana: as mortes de mais de 100 palestinos famintos enquanto esperavam para receber comida de comboios com ajuda humanitária e a marca de mais de 30 mil pessoas mortas no enclave desde o início do conflito entre Israel e o Hamas.

Os dois fatos sangrentos levaram a um aumento da indignação mundial com relação à violência da ação militar israelense no território palestino.

Obviamente, ninguém nega o direito de Israel se defender de ataques contra sua população – um direito consagrado a todas as nações.

Também é fundamental criticar e condenar as atrocidades cometidas pelo Hamas no dia 7 de outubro de 2023.

Mas os líderes de alguns dos mais importantes países do mundo entenderam que era preciso condenar também o altíssimo número de mortes entre civis palestinos. Eles exigiram uma investigação independente, com punição aos culpados, pela morte dos palestinos que esperavam por comida.

Além disso, a administração Biden continua enviando ajuda militar aos israelenses e tem pedido ao Congresso americano que libere mais de US$ 12 bilhões para armas ao Estado de Israel.

Para tentar diminuir as críticas internacionais, Biden anunciou que os militares americanos iriam jogar comida e ajuda humanitária, por via aérea, para os civis palestinos, diz a CNN.

A ação midiática começou neste sábado (2) e contou com pouco mais de 30 mil refeições imediatas.

Um número irrisório para os mais de dois milhões de palestinos deslocados dentro de seu próprio território pela devastação provocada pela guerra. Além disso, o despejo de comida por via aérea não é a forma mais efetiva de distribuir ajuda.

Ao invés disso, os americanos deveriam exigir a suspensão do bloqueio de água, comida, remédios e ajuda humanitária imposto por Israel à Faixa de Gaza desde o início do conflito.

Como o país mais poderoso do mundo, os Estados Unidos poderiam exercer muito mais pressão sobre Israel para preservar vidas de civis palestinos. Pressão efetiva.

Mas as ações e omissões de Washington acabam servindo de incentivo para que Israel continue uma campanha sangrenta no território palestino, sob pretexto de lutar pelo fim do Hamas.

 

Depoimento de Freire Gomes confirma que teve reuniões com Bolsonaro sobre a minuta

Demora na oitiva do ex-comandante à PF gera apreensão entre aliados do ex-presidente.

O depoimento do ex-comandante do Exército Marco Antonio Freire Gomes provocou reação no bolsonarismo.

Mais cedo, a CNN noticiou com exclusividade que o general depôs à Polícia Federal por quase oito horas na sexta-feira (1) e teria confirmado a ocorrência de reuniões para a elaboração da chamada “minuta do golpe”.

À CNN, Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo Jair Bolsonaro (PL), se queixou de vazamentos seletivos e voltou a reclamar da falta de acesso da defesa do ex-presidente aos autos.

De acordo com o relatório do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que ordenou a deflagração da Operação Tempus Veritatis em 8 de fevereiro, aliados de Bolsonaro tentaram convencer o general Freire Gomes a colocar as tropas do Exército na rua e aderir a um possível golpe de Estado.

Em uma conversa interceptada pela PF no celular do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, Freire Gomes conversa com o então auxiliar de Bolsonaro sobre uma minuta golpista que teria sido redigida e ajustada pelo ex-presidente.

Wajngarten também comentou o assunto nas redes sociais e criticou o que chamou de “constrangimento via imprensa”.

“Vazamentos seletivos, fontes seletivas em pleno sábado de sol. A defesa técnica e formalmente constituída nos autos totalmente no escuro”, escreveu o ex-chefe da Secom, reforçando a tese de que a defesa de Bolsonaro não teve até agora acesso integral aos autos.

Mencionado em diálogos da Operação Tempus Veritatis, o general da reserva prestou depoimento por quase oito horas à PF na sexta-feira (1º), aceitando falar na condição de testemunha. Nessa circunstância, o militar se comprometeu a falar a verdade. Caso tivesse sido ouvido na condição de investigado, ele ficaria protegido pela prerrogativa de não produzir provas contra si próprio.

A CNN procurou o advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, mas não teve retorno até a publicação deste texto

Bolsonaro e bolsonaristas traíram aliados presos

Nenhuma palavra dita pelo estrambótico Silas Malafaia foi de estalão, tudo foi previamente combinado com o anfitrião cagão. Malafaia falou mais, até porque, como se sabe, quem paga a orquestra, escolhe o repertório e seu tempo de execução.

Pois bem, ninguém entendeu se Malafaia queria salvar ou enterrar os bolsonaristas presos pelos terroristas do 8 de janeiro.

Ali, a única coisa que foi vista é que, Malafaia, em combinação com Bolsonaro não só rejeitaram a associação do genocida ao ato contra as sedes dos três poderes, mas rejeitaram, sobretudo, qualquer forma de apoio ou mesmo proximidade, classificados por Malafaia como baderneiros, assumindo assim uma postura de ataque aos próprios aliados que tiveram a tarefa de soldados do golpe de Bolsonaro.

Ou seja, não houve a mínima consideração do mito com seus fieis, nem um freio na fala de Malafaia para que a população brasileira chegasse à conclusão de que tais arruaceiros mereciam sim a cadeia, pois se comportaram como terroristas.

Essa maldade contra aliados não é só de Bolsonaro, este se esqueceu de Roberto Jefferson, Daniel Silveira, Gabriel Monteiro, e o que não deixou ninguém surpreso, foi o esquecimento dos mesmos pelos bolsonaristas.

Isso daria um filme maravilhoso, na verdade, o que funcionou contra os aliados mais próximos de Bolsonaro, também funcionou contra aliados anônimos.

Em outras palavras, Bolsonaro trata todo mundo igual, traindo a todos da mesma forma.

O que mais assusta no holocausto em Gaza, é o sadismo de Israel e de seus apoiadores

Um exército sádico como o de Israel não ocorre por acaso, tem método e, certamente, uma lavagem cerebral para transformar os soldados em zumbis, pois nem cérebro eles têm mais, que fará sentimento humano.

Um número assustador de mulheres, crianças e bebês como vítimas fatais em Gaza, confirma sem qualquer margem especulativa que o exercito terrorista de Israel é formado por monstros, não importa se homens ou mulheres, o que é ainda mais assustador.

Nisso, não há uma centelha de luz, tudo é transformado numa escuridão de trevas. Sentimento de humanidade não existe, para o comando do exército e os soldados de Israel.

Isso precisa ser estudado nos mínimos detalhes para entender como se chega a esse nível de iniquidade, praticada, de forma fria e perversa, associada ao ato de ser mau, injusto, racista, que precisa castigar, punir, mais do que aniquilar o outro, mesmo que sejam mulheres e, sobretudo crianças, não mais se importando com as consequências ou tendo a menor vergonha de cometer as atrocidades.

No exército de Israel, há um desejo de matar. As imagens de Gaza, mostradas pelos drones de Israel, em que soldados atiram contra uma população faminta e engloba tudo de mais perverso e desprovido de moral produzido pelo ser humano. Alguns têm coragem de falar em bíblia, em Deus, quando perguntados, por que tanto ódio contra outros seres humanos? Qual o significado de tamanha covardia e depravação moral, injustiça e barbárie?

Este é um capítulo à parte no genocídio perpetrado por Israel na Palestina, pior, apoiado por vários chefes de Estado, em forma de ação ou de omissão, mesmo quando Israel dobra a aposta na perversidade mais fria.

Governo está “aberto” a discutir cotas para pessoas trans, diz Camilo

Em entrevista ao Metrópoles, ministro da Educação afirmou que governo está “aberto” a discutir a criação de cotas para pessoas trans.

O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou, em entrevista ao Metrópoles, que o governo Lula está “aberto” a discutir a possibilidade de criar cotas específicas para pessoas transgênero em universidades e institutos públicos federais, a exemplo do que ocorreu com negros e quilombolas, diz o Metrópoles.

“O governo está sempre aberto às demandas e à discussão. Claro que houve uma autorização legislativa para que incluísse os quilombolas. Precisará avaliar se precisará também de uma autorização legislativa (para incluir pessoas trans). Mas o MEC está sempre aberto para discutir qualquer demanda, quaisquer mudanças que possam beneficiar a população”, afirmou.

Em 2023, o governo federal sancionou a Nova Lei de Cotas e habilitou a população quilombola a concorrer às vagas de alunos de escolas públicas. Outras atualizações incluem uma ordem diferente na concorrência dos cotistas e regras para se classificar como estudante de baixa renda.

Como apontou o ministro, o caminho para sancionar as mudanças começou no Legislativo. A princípio, a revisão era para ocorrer após 10 anos, ou seja, em 2022. Dessa forma, a lei deverá ser atualizada novamente em 2032.

No entanto, outros setores da sociedade pressionam para serem contemplados na regulamentação das cotas. No início do ano, houve cobrança para a inclusão de vagas reservadas para pessoas trans no Concurso Nacional Unificado, apelidado de “Enem dos concursos”, marcado para maio.

Com resultado do PIB, Brasil passa Rússia e Canadá e se torna a 9ª economia do mundo

Em 2022, o Brasil ocupava a 11ª posição, conforme indicado pelos dados do Fundo Monetário Internacional (FMI)

O resultado do PIB de 2023 fez o Brasil voltar ao grupo das dez maiores economias do mundo. Com base nos dados preliminares de PIBs em valores correntes de 54 países, a consultoria Austin Rating concluiu que o Brasil subiu para a 9ª posição no ranking global, ultrapassando o Canadá e a Rússia, ao alcançar um PIB de US$ 2,17 trilhões.

Em 2022, o Brasil ocupava a 11ª posição, conforme indicado pelos dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os Estados Unidos continuam liderando o ranking, com um PIB de US$ 26,9 trilhões, seguidos pela China, com US$ 17,7 trilhões, e Alemanha, com US$ 4,4 trilhões.

  1. Confira a lista das 10 maiores economias em 2023:
  2. Estados Unidos: US$ 26,9 trilhões
  3. China: US$ 17,7 trilhões
  4. Alemanha: US$ 4,4 trilhões
  5. Japão: US$ 4,2 trilhões
  6. Índia: US$ 3,7 trilhões
  7. Reino Unido: US$ 3,3 trilhões
  8. França: US$ 3 trilhões
  9. Itália: US$ 2,18 trilhões
  10. Brasil: US$ 2,17 trilhões

Canadá: US$ 2,11 trilhões

Além do Brasil, o México é o próximo país latino-americano na lista, ocupando a 12ª posição, com um PIB de US$ 1,81 trilhão.

Essa ascensão econômica brasileira reflete mudanças no cenário global e destaca a posição do país como uma força significativa no panorama econômico internacional.

Relatório da UNRWA: crise humanitária na Faixa de Gaza se agrava

Crise Humanitária Cresce na Faixa de Gaza e na Cisjordânia

A situação na Faixa de Gaza é cada vez mais preocupante, com relatos de dificuldades na entrega de ajuda humanitária e ataques constantes às caravanas de suprimentos pelas Autoridades Israelenses. Além disso, há relatos de tiros disparados por forças israelenses contra palestinos que aguardam ajuda humanitária na cidade de Gaza. Os confrontos intensos estão ocorrendo principalmente nas regiões norte, Deir al Balah e Khan Younis. O aumento dos ataques aéreos em Rafah, inclusive em áreas residenciais, tem gerado temores de que as operações humanitárias já sobrecarregadas sejam ainda mais prejudicadas. A população de Rafah já ultrapassa 1,5 milhão de pessoas, mais de seis vezes a quantidade anterior a 7 de outubro. Milhares de palestinos estão fugindo para o sul, em direção a Rafah, devido aos combates intensos em Khan Younis, forçando uma superlotação nessa região. Além disso, há movimentações populacionais em direção a Deir Al Balah e aos campos de refugiados de Nuseirat, apesar dos relatos de mais confrontos nessas áreas. O acesso à Faixa de Gaza tem sido inconsistente, com apenas 232 caminhões de suprimentos entrando entre 25 e 26 de fevereiro, muito abaixo da meta de 500 por dia.

A Faixa de Gaza enfrenta uma crise humanitária, com a escassez de ajuda alimentar e outros itens essenciais. Somente no último período, ocorreram em média 99 caminhões de suprimentos por dia, enquanto em janeiro eram cerca de 150 por dia. As restrições de segurança e os fechamentos temporários nas fronteiras dificultam a entrada dos caminhões da UNRWA, a agência de auxílio da ONU, na Faixa de Gaza. A agência teve que interromper temporariamente o envio de suprimentos devido a preocupações com a segurança devido à morte de vários policiais palestinos nos ataques aéreos israelenses perto das fronteiras. No período de 21 de outubro de 2023 a 20 de fevereiro de 2024, foram entregues mais de 27 mil toneladas de farinha e outros suprimentos alimentares, bem como água, kits de higiene familiar, cobertores, colchões e fraldas. O acesso à educação também foi afetado, com danos em escolas da UNRWA, cerca de 44% dos edifícios foram atingidos diretamente ou danificados.

Na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, a situação não é diferente. As forças de segurança israelenses têm realizado mais de 150 operações de busca e apreensão em média por dia, resultando na detenção de pelo menos 124 palestinos, incluindo doze crianças. Houve relatos de confrontos armados em postos de controle perto de Jerusalém, resultando em fatalidades de ambos os lados. A intensificação dos ataques afeta diretamente a população palestina, com danos à infraestrutura e bloqueios em várias áreas. O ano passado foi o mais mortífero para os palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, desde que a ONU começou a registrar as fatalidades em 2005, segundo o Cafezinho.

É fundamental ressaltar a grave situação enfrentada pelos deslocados internos, tanto na Faixa de Gaza quanto na Cisjordânia. Mais de 1,7 milhão de pessoas foram deslocadas no território da Faixa de Gaza, representando mais de 75% da população e incluindo um milhão de pessoas em abrigos de emergência ou abrigos informais. A constante necessidade de buscar locais mais seguros tem obrigado as famílias a se deslocarem repetidamente. Já na Cisjordânia, o número de deslocados não é especificado, mas é possível inferir a partir dos relatos de danos e operações militares que a população também está enfrentando dificuldades semelhantes.

A crise humanitária é intensa e o acesso a ajuda é limitado. A UNRWA tem enfrentado dificuldades para operar em razão das restrições de segurança e conexão com a internet. Alguns prédios das instalações da UNRWA e abrigos de deslocados internos têm sido alvo de ataques, resultando em feridos e mortos. A agência estima que mais de 400 deslocados internos tenham sido mortos e mais de 1.385 feridos desde o início da guerra. Equipes de saúde continuam trabalhando em centros médicos da UNRWA, oferecendo serviços de atendimento primário e tratamento para doenças não contagiosas, além de consultas de saúde mental e apoio psicossocial. No entanto, os recursos são limitados devido à falta de suprimentos e restrições de segurança.

A situação é desesperadora para os palestinos nesses territórios, com a escassez de alimentos, água potável, saneamento básico e acesso a cuidados de saúde adequados. A comunidade internacional deve aumentar os esforços para garantir que a ajuda humanitária chegue a essas regiões, além de pressionar por um cessar-fogo e negociações de paz que garantam a segurança e os direitos dos palestinos. A situação atual é um grito de ajuda e não podemos nos calar diante das injustiças e do sofrimento humano nessas regiões.