Ano: 2024

Afundado num pântano, se Bolsonaro ficar calado, afunda, se falar, afunda também

A manifestação, convocada no atropelo, foi a suposta saída, a de buscar uma estratégia que anulasse uma transparente prova material de sua autoria na tentativa de golpe de Estado, que acabou não ocorrendo antes da eleição de 2022, talvez pela esperança da vitória, mas que acabou chegando às vias de fato no dia 8 de janeiro, logo após a posse de Lula.

Em função da violência empregada pelos prodigiosos terroristas do bolsonarismo mais radical, a tentativa de explosão de uma bomba, diante dos olhos do Brasil, no aeroporto de Brasília, no dia da diplomação de Lula, certamente não estava desprovido de apoio de Bolsonaro..

Na verdade, Bolsonaro, que nunca teve qualquer grandeza, não teria, após sua derrota e apresentaria suas armas, experimentando em cada ação sublinhada pela violência e fixando preliminarmente uma ação programática alheia à legalidade.

Bolsonaro foi o arquiteto do conjunto da obra golpista, não em somente um movimento, mas em vários, uns mais, outros menos tradicionais. Tudo feito com a colaboração de seus mais próximos aliados.

Toda aquela dramaticidade, na busca por uma solução violenta, cantada como pedra por Bolsonaro, por perceber que seria derrotado, está longe de ser uma exceção, ao contrário, sempre esteve consciente de que, mesmo de forma delirante, não tinha outra saída para se manter no poder sem ser através de alguma forma de golpe.

Isso, mesmo sem uma técnica propriamente dita, ficou indubitavelmente explícito naquela reunião ministerial em que ele tinha como conceito final o golpe em estado puro.

Assim, Bolsonaro imaginou que, através de uma manifestação barulhenta que viesse a ocorrer, sem cartazes e frases de guerra contra o Supremo, os efeitos contra a sua prisão seriam facilmente alcançados, como quem se acha a própria divindade, um semideus, um herói mítico que, tendo o povo como instrumento, a qualquer momento poderia enfrentar o judiciário e, com isso, extinguir qualquer prova de culpa.

No entanto, Bolsonaro, hoje, chegou na Paulista de um jeito e saiu da manifestação do mesmo jeito, o que lhe reduziu o tamanho, porque afundou ainda mais no pântano e o colocou mais perto da prisão.

Carta aos que não sepultei

Não sairemos iguais após o horror em Gaza. Seremos assombrados pelos rostos palestinos que vimos sucumbir e pelo gozo perverso dos sionistas. E se alguém não está cheio de hematomas internos, é porque não olhou nos olhos das crianças palestinas

Por Berenice Bento*, na Cult

Em uma sala iluminada precariamente, um palestino dava uma entrevista. A calvície, os óculos, a barba por fazer revelam uma pessoa cansada, de noites insones.

Enquanto durava a entrevista, o som das bombas lá fora não arrefecia. Ele olhava para a câmera e dizia: Não sei se vou sobreviver.

Não gritava. Não pedia socorro. Não, ele não olhava para a câmera. Olhava diretamente nos meus olhos. E me perguntava: você pode me salvar? Eu o escutava em desespero.

Eu não podia acreditar. Ele vai sobreviver, desejava. Ele sabia que não. Foi a última vez que o vi. Foi daquela casa que, minutos depois, seria seu túmulo e de sua família, que o poeta palestino expôs uma nova forma de denunciar o genocídio em curso.

Logo depois da entrevista, Refaat al-Areer, de 44 anos, professor de literatura, tradutor e poeta, sucumbia vítima de um bombardeio de Israel. Ele morreu no dia 7 de dezembro de 2023.

Durante a Guerra do Golfo, em 1990, aconteceu algo inédito. Pela primeira vez, os combates e os bombardeios eram mostrados ao vivo. Estava sendo inaugurada ali o chamado “jornalismo 24 horas” e a transmissão da guerra se dava ao vivo.

A guerra tornou-se um espetáculo midiático como nunca antes se havia visto. As pessoas passaram a sentar-se diante da televisão, com pipocas e refrigerantes, para assistir aos bombardeios.

Agora, algo novo está acontecendo e ainda não temos léxico suficiente para alcançar o que estamos testemunhando.

Não são apenas vídeos panorâmicos. Imagens de bombardeios. Pela primeira vez na história da humanidade, acompanhamos o anúncio da morte. Um anúncio feito diretamente aos nossos olhos.

Somos levados, pelos rostos e olhares, ao momento do sacrifício. Assistimos ao sacrífico de um povo, mas este povo, agora, olha diretamente para mim. É isso que chamam de testemunhar?

Testemunhar não é uma atitude passiva, mas um ato que me torna parte, um gesto que me convoca. Quando eu digo: “eu vi ou eu escutei”, já faço parte da história.

Os meios de comunicação sionistas sabem disso. Sabem que precisam controlar com precisão cirúrgica o fluxo de imagens, sons e textos que são exibidos. Não é uma narrativa da guerra, mas uma guerra de narrativa, uma operação bélica construída nos detalhes.

E quando digo detalhes não é uma figura de retórica. É na miudeza do olhar de uma criança que olha diretamente nos meus olhos que está o perigo.

A estratégia de humanização, da produção da empatia, foi amplamente acionada pela imprensa sionista, chegando à exaustão ao expor as histórias de vida dos reféns israelenses feitos pela resistência palestina.

Em algum momento, começou-se a entrevistar e dar um pouco de visibilidade à dor palestina. Só então, acredito, houve uma mudança na opinião pública.

Diante dessa mudança, o que os meios de comunicação fizeram? Acabaram simbolicamente com o genocídio. Pararam de pautar a questão.

Nada é mais perigoso do que conhecer o nome, a idade, os sonhos de alguém que foi assassinado. Não se trata de uma multidão sem rosto, mas de um ser único.

Nada é mais revolucionário do que o rosto do outro. E este rosto é um perigo. O rosto, aquilo que, ao mesmo tempo que me singulariza, me separa do outro, é também aquilo que me torna parte, que me faz responsável pelo outro.

Diante do rosto, toda a vulnerabilidade é exposta. Mas não são apenas fotografias, como aconteceu durante a Guerra do Golfo. São pessoas que relatam, anunciam, prenunciam suas mortes. Quando, na história da humanidade, vivemos a experiência de escutar alguém relatar sua própria morte?

O rosto nos remete à responsabilidade ética com o Outro. Este é o primeiro momento da relação ética.

Como apontou o filósofo judeu Emmanuel Levinas em Totalidade e infinito, “O rosto é o que não se pode matar ou, pelo menos, aquilo cujo sentido consiste em dizer: ‘tu não matarás’”.

O poeta palestino e tantos rostos de crianças que sumiram da face da terra nos últimos meses seguem comigo. A ausência física não os fez desaparecer. Seguem presentes. Eu não os enterrei. Eles seguem comigo.

O rosto é a representação mais contundente da humanidade, quando a imagem humana se torna visível. A minha identidade se constitui inexoravelmente a partir dessa relação com o Outro, da “responsabilidade” com o Outro.

Durante a Guerra do Golfo, começaram a circular nos jornais estadunidenses fotos com os rostos de crianças iraquianas mortas, o que começou a alterar a opinião pública em relação à guerra.

O Departamento de Defesa proibiu que as fotos circulassem. A orientação era clara: as fotos deveriam ser panorâmicas, de multidões e distantes dos corpos. O rosto é um risco. É um perigo à segurança nacional.

Olhar dentro dos olhos é um gesto que pode mudar uma posição. Os palestinos inventaram outra forma de nos deixar próximos a eles. Ainda não sabemos muito bem qual o efeito dessa nova forma de relatar e antecipar a morte em nossas subjetividades diante da dor do outro.

Agora, nos deparamos com rostos que clamam por ajuda. Como lidar, como elaborar o luto da perda de alguém que me pediu ajuda para, minutos depois, ser assassinado? Chorar basta? Indignar-se, clamar por justiça basta?

É tudo tão pouco, ainda que eu tenha repetido: “eu faço o possível”. Porém, o possível é muito pouco.

Não evitou a morte de 29.313 palestinos (este número pode chegar a 36313 palestinos, se considerarmos os 7 mil desaparecidos sob os escombros), sendo que, desse total, são cerca de 12300 crianças (dados do Ministério da Saúde da Palestina, em 21 de fevereiro de 2024).

Há outros rostos que nos miram diretamente nos olhos. Pequenos vídeos produzidos por soldados israelenses circulam pelo mundo. Eles gravam, em êxtase, a hora em que apertam um botão e jogam pelos ares mesquitas, residências e escolas.

Eu também posso olhá-los, mas não entendo, não alcanço totalmente o que lhes provocam as gargalhadas ou o que os fazem dançar freneticamente diante ou sobre os escombros.

O colonialismo é uma droga poderosa, pesada. Ao testemunhar o gozo perverso daqueles soldados, eu reverbero a pergunta de Primo Levi, outro pensador judeu: “É isto um homem?”.

O colonialismo sionista está convencido de que tem autorização, ou melhor, tem o direito (e o dever) de matar e que nada irá atingi-lo, porque a vida palestina é uma vida matável, está fora do registro do humano, é um corpo sacrificável, sem rosto, sem voz.

Nas paredes do Hospital Alshifa, em Gaza, algum palestino escreveu: “Nós somos todos funerais temporários”.

Aqui está a consciência da não importância da vida palestina, expressada por um palestino que, certamente, já teve seu funeral definitivo.

No fundamental, na relação com o Outro, o colonialismo sionista não se diferencia do colonialismo europeu. Negros, populações originárias nunca tiveram seu estatuto ontológico de gente reconhecido.

E no caso do sionismo, há uma outra camada: eles transformaram os nativos da terra em fantasmas, afinal, ali não existia gente, era uma terra vazia.

Quem se importa com as vidas palestinas? Não apenas se pode matá-las, mas deve-se performatizar o assassinato como um ato de festa, de comunhão coletiva.

Não se trata mais da “banalidade do mal”, conforme formulado por Hannah Arendt em Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal, em que o indivíduo abre mão de sua capacidade de decidir e torna-se um mero cumpridor de ordens, um corpo obediente esvaziado de sua capacidade de questionar as normas.

São seres que antes de tudo zelam pelo cumprimento da ordem, sem refletir sobre o bem ou o mal que podem causar. Não, a banalidade do mal não nos serve para entender o que estamos testemunhando. Não temos apenas obediência. Nada ali é passividade.

O soldado e a soldada orgulham-se, filmam-se, comemoram. Eles foram construídos no registro de vítimas absolutas, o que lhes gerou um crédito infinito que os autoriza a matar sem nenhum dilema ético.

Eles não estão matando, mas cobrando uma dívida que o mundo lhes deve. Querem ser o herói ou a heroína para sua comunidade. E o reconhecimento da comunidade será diretamente proporcional à quantidade de vidas palestinas sacrificadas.

A primeira reação, inevitável, diante do gozo perverso dos sionistas é um desejo profundo de expulsá-los da categoria e da comunidade humano, daí a pergunta “é isto um homem?”.

No entanto, de nada adianta chamá-los de monstros ou aberrações políticas. Precisamos, antes, reconhecer que a pedagogia colonial sionista é exitosa. A pedagogia do ódio venceu em Israel e as poucas vozes divergentes são sufocadas.

Não se trata de uma natureza humana perversa, mas de um projeto político-pedagógico que tem na morte e na guerra suas razões de ser.

Mas também me impressiona, na mesma intensidade, a força de pessoas judias que romperam com esta pedagogia da morte e decidiram pela justiça social, para seguir com a boa tradição judaica, a exemplo do que faz Breno Altman, um homem que, sozinho, tem sido um exército inteiro.

Assim como ele, milhões de pessoas judias em todo mundo gritam: “Não em nosso nome!”.

Eu não tenho dúvida: a tarefa de libertar a judaicidade do sionismo e a luta pela expulsão dos sionistas da Palestina são lutas irmãs.

Acho que não sairemos dessa história iguais. Seja porque fomos e somos perseguidos pelos rostos palestinos que vimos sucumbir, seja pelas novas formas de acompanhar e testemunhar o horror do genocídio.

Se antes o colonialismo fazia parte da minha vida como um tema de estudo e de atuação, agora transformou-se em uma dilacerante experiência de dor. No meu cotidiano, o que tem me acompanhado não são os vídeos macabros sionistas.

Vejo o olhar do pai que tenta juntar, em um saco de plástico, as partes do corpo do filho dilacerado por um bombardeio, para lhe dar os últimos ritos funerários e reinstaurar a humanidade negada.

Sou atravessada pelo olhar da mãe que, depois da ordem de evacuar um hospital, carrega nas costas o corpo do filho envolto em um lençol branco. Onde ela o enterrou?

Choro com o avô que aperta contra seu corpo o miúdo corpo da netinha e olha para o céu, certamente conversando com Allah, para encontrar algum sentido em tudo aquilo.

Lembro agora do olhar esfomeado de uma criança que tentava encontrar alguma grama para comer, depois que a ração dos animais que serviu sua família acabou. A fome como prenúncio da morte, como arma de extermínio. É isso o que eu vejo.

Vejo o olhar da menina de dentes de leite, que me olha e me pergunta: o que fizemos para merecer isso?

Engulo as notícias diárias como se ácido fossem. Algo morre e parece que um campo estéril de tristeza e desesperança brota. A dor do ácido talvez seja outro nome para “luto”.

Sim, eu posso repetir: “vamos resistir”, transformemos o luto em luta…

Mas precisamos dizer, com todas as letras, nos espaços públicos: os malditos sionistas também estão nos matando. Este é outro efeito da palestinização do mundo a que estamos testemunhando.

E se alguém não está cheio de hematomas internos é porque não olhou nos olhos das crianças palestinas.

*Berenice Bento é professora do Departamento de Sociologia da UnB e pesquisadora do CNPq.

*Viomundo

Número de mortos na Faixa de Gaza sobe para 29.606

Hamas disse neste sábado que as forças israelenses atacaram mais de 70 casas de civis em Gaza nas últimas 24 horas.

Subiu para 29.606 o número de mortos na Faixa de Gaza desde o início da reação de Israel ao ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023, segundo um balanço atualizado pelo Ministério da Saúde palestino.

O porta-voz militar de Israel informou neste sábado (24/02) que as forças israelenses estão envolvidas em “combates intensos” contra o Hamas no centro e sul da Faixa de Gaza.

Os dois lados do conflito seguem em negociações para a libertação dos reféns israelenses. Segundo o canal saudita A-Sharq, o Hamas teria concordado em retirar a condição de um cessar-fogo total e em reduzir o número de presos palestinos libertados.

Agora, o grupo pede uma trégua inicial de seis semanas, que os israelenses saiam dos principais centros populacionais do enclave palestino e que entre 200 e 300 prisioneiros sejam libertados.

Em troca, o Hamas devolveria todos os reféns em seu poder.

As negociações acontecem depois que um plano para Gaza no pós-guerra, revelado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, levantou críticas do principal aliado, os Estados Unidos, e foi rejeitado pelo Hamas e pela Autoridade Palestina na Cisjordânia ocupada por Israel.

As negociações também acompanham o aprofundamento do medo dos civis de Gaza diante do risco de morrer de fome. O principal órgão de ajuda da ONU aos palestinos, a UNRWA, disse que os habitantes de Gaza estavam “em perigo extremo enquanto o mundo assiste”.

No território sitiado, onde 2,2 milhões de palestinos, estão ameaçados de “fome em massa” devido à falta de abastecimento suficiente de água e comida, segundo a ONU.

A ajuda humanitária, cuja entrada através da passagem de Rafah, no extremo sul de Gaza, está sujeita a aprovação de Israel, ainda é insuficiente e a sua entrega ao norte é difícil devido à destruição e ao bombardeio incessante.

Preocupação em Rafah

O Ministério da Saúde palestino disse neste sábado que uma criança de dois meses, Mahmoud Fatouh, morreu de desnutrição no hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza.

Na sexta-feira (23/02), o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou o “bloqueio e cerco imposto a Gaza” por Israel que poderia “representar o uso da fome como método de guerra” que é, lembrou ele, um “crime de guerra”.

A preocupação também cresce em Rafah, fronteira fechada com o Egito, onde pelo menos 1,4 milhão de pessoas, a maioria delas deslocadas, estão concentradas em condições precárias e ameaçadas por uma operação militar israelense em grande escala.

Antes do amanhecer deste sábado, os bombardeios israelenses custaram a vida a pelo menos 103 palestinos, informou o Ministério da Saúde palestino, que reporta diariamente cerca de 100 mortes em Gaza, naquela que é a maior ofensiva da história de Israel.

Não há lugar seguro

Israel prometeu aniquilar o Hamas, que assumiu o poder em Gaza em 2007 e que considera, tal como os Estados Unidos e a União Europeia, uma organização terrorista.

Depois de levar a cabo uma campanha de bombardeios terrestres, marítimos e aéreos contra o apertado território, o exército israelense lançou uma ofensiva terrestre no norte da Faixa de Gaza em 27 de outubro. As operações militares contra as guerrilhas urbanas lideradas pelo Hamas estão agora concentradas em Khan Younis, no sul.

As Forças Armadas de Israel anunciou ainda neste sábado que os seus soldados eliminaram “dezenas de terroristas”, apreenderam armas e destruíram um túnel em Khan Younis, transformada em ruínas.

*Opera Mundi

Bolsonaro na mira: alvos disseram à PF que querem colaborar

Interesse foi manifestado na última quinta-feira, quando ex-presidente e vários aliados tiveram que comparecer à Polícia Federal.

Como a coluna informou neste sábado, entre os figurões do entorno de Jair Bolsonaro que acompanham de perto as investigações da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal que envolvem o ex-presidente há quem aposte que há outros delatores além de Mauro Cesar Cid, diz o Metrópoles.

Um investigador com amplo acesso ao caso jura que, até o momento, não há outros colaboradores. Mas faz uma importante revelação: nos depoimentos da chamada superquinta, quando o próprio Bolsonaro e um batalhão de aliados dele tiveram que comparecer à PF para serem interrogados, houve investigados que manifestaram interesse em virar colaboradores.

Os nomes deles, por óbvio, são mantidos em segredo.

PF identifica e detém suspeito de tentar invadir Alvorada com carro

Por volta das 6h deste sábado (24/2), Ford Focus preto desobedeceu à ordem de parada, furou pneus em cama de faquir e seguiu rumo ao Jaburu.

A Polícia Federal (PF) identificou e deteve o homem suspeito de tentar invadir o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República. A tentativa ocorreu na madrugada deste sábado (24/2).

A tentativa de invasão foi revelada em primeira mão pela coluna Na Mira, do Metrópoles.

Segundo a PF, o indivíduo foi localizado em um condomínio nas proximidades do Alvorada. Ele, que seria morador da região, foi conduzido para a Superintendência de Polícia Federal no Distrito Federal para prestar esclarecimentos.

“O veículo que teria sido usado na tentativa de invasão foi apreendido. A PF realiza perícias no automóvel e no local da ocorrência. As investigações seguem em curso”, informou a corporação, em nota.

Tentativa de invasão
Por volta das 6h, o motorista de um Ford Focus preto seguiu em direção ao palácio, na Zona Cívico-Administrativa de Brasília. Ao ser visto na área do bloqueio de acesso, porém, o condutor desobedeceu à ordem de parada.

Tiros foram disparados e o carro foi alvejado.

Em seguida, o veículo furou os pneus na “cama de faquir” – dispositivo com perfuradores em metal para evitar a fuga de veículos – e escapou em direção ao Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente.

Globo acusa Lula do que ele não disse para tentar sobrepor o que ele disse sobre o genocídio em Gaza

Quando vejo os comentaristas da Globo atacando Lula de forma cretina e criminosa por algo que ele não falou, quando na Etiópia, na tentativa de abafar o genocídio em Gaza, praticado pelos sionistas de Israel, vem-me à lembrança uma fala do grande Henfil sobre o perigo da informação como produto tóxico, presente na receita manipuladora da Globo, que diz o seguinte: se algo não acontecer, e a Globo diz que aconteceu, então, é verdade.

Mas se algo acontecer e a Globo não diz que aconteceu, então, é mentira.

Essa é uma técnica muito utilizada pelos sionistas, que estão até o intestino na manipulação da Globo, e não é de agora.

No auge da indústria cultural de massa, em que a cultura era um mero produto nas mãos da nefasta prática cultural, Nelson Mota, o mais destacado propagandista de quinquilharias musicais no Brasil, sobretudo do lixo musical importado ou copiado dos EUA e Europa, tinha como mantra a seguinte canalhice para justificar a segregação da música brasileira de qualidade, segregados pela Globo que é a principal representante do lixo cultural que ganha holofotes no país.

Então, a frase era, quem não fez sucesso até hoje, é porque é ruim. Ou seja, quem não está na agenda de emburrecimento e idiotização das massas, é por culpa do próprio artista.

Pois bem, é esse tipo de canalhice que Demétrio Magnoli e, em parte, Eliane Cantanhêde utilizaram para propagar mentiras sobre a fala de Lula para omitirem a fala contundente do presidente contra o genocídio repudiado no mundo todo.

o Estado de Israel pratica em Gaza e que, cinicamente, o monstruoso sionista, Benjamin Netanyahu, confessou, dizendo que não reconhece qualquer possibilidade de um Estado da Palestina independente e que a ocupação por Israel territorial de Gaza e Cisjordânia, é o projeto real de limpeza étnica, um massacre inominável, indescritível, que ocorre em tempo real para os olhos aterrorizados da comunidade internacional.

Nunca foi, nem antes, nem depois da criação do Hamas, que as práticas nazifascistas já denunciadas pelo célebre judeu, Albert Eisntein foram publicadas em 1948 pelo jornal The New York Times.

O que essa gente precisa é entender que o mundo hoje é outro e que as próprias vítimas dessa monstruosidade, usam seus celulares para espalhar nas redes, sem edição, seu próprio suplício.

Foi-se o tempo em que a Globo e seus Demetrios e Cantanhêdes ganhavam no bico a guerra da narrativa.

General Heleno já entregou Bolsonaro

Só o fato de Augusto Heleno, naquela reunião fatídica, dizer com todas as letras que estava usando a ABIN para se infiltrar na campanha de Lula, e Bolsonaro mandar ele calar a boca porque aquilo era segredo deles, e só poderia falar isso em sua sala, já estregou a rapadura. Nós vimos!

Ou seja, ali naquela reunião, o general Augusto Heleno, com sua já conhecida língua de trapo, entregou a cabeça de Bolsonaro na bandeja.

É estranha a expectativa de que, no depoimento à PF, ele tenha dado com a língua de trapo para Bolsonaro ganhar uma pulseira da Federal.

Naquela reunião, Bolsonaro quase enfarta quando Heleno, contando vantagem, diz que essa espécie de Mossad nativa, já estava produzindo, em várias frentes, um cabedal de crimes de fazer inveja aos sionistas. Daí a contundência de Bolsonaro no seu, pare de falar general! Ou seja, cale essa boca, imbecil!

Moral da história, aquilo que foi dito pelo general aos presentes na reunião, foi usado como uma arma química que caiu na cabeça de Bolsonaro para todo o Brasil assistir. No entanto, aquilo, que já era venda proibida até mesmo para uma reunião interna dos golpistas, acabou por se transformar no produto mais tóxico que Bolsonaro teve que engolir e que, certamente, será usada contra o genocida tropical.

Criado por Damares, programa ‘Abrace o Marajó’ acumula denúncias por irregularidades e fake news

Música gospel reacendeu tema e mobilizou extrema direita nas redes sociais, porém programa já foi substituído por outro.

Alvo de uma nova mobilização da extrema direita nas redes sociais e na mídia tradicional nesta semana, o programa “Abrace o Marajó”, lançado pela então ministra dos Direitos Humanos do governo de Jair Bolsonaro, Damares Alves, foi alvo de uma série de denúncias de órgãos de controle antes de ser revogado pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva em setembro de 2023.

A suspensão da iniciativa foi usada como arma para críticas ao atual governo depois que uma cantora gospel apresentou, em um programa de calouros, uma música que faz denúncias a problemas sociais e ambientais na ilha paraense. Foi o gatilho para uma mobilização que envolveu parlamentares bolsonaristas, influencers e robôs.

Em relatório apresentado em julho de 2022, ainda com Bolsonaro no poder, a Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara dos Deputados apontou que “as populações diretamente interessadas no programa não foram previamente consultadas, não participaram de sua elaboração e que o programa está à serviço de interesses outros que não os das populações locais”.

A Comissão da Câmara, na ocasião, propôs a revogação do programa, destacando que Damares e Bolsonaro entregaram o poder de decisão aos órgãos públicos e garantiram “voz e influência apenas a fazendeiros e empresários”.

A denúncia de falta de diálogo foi reforçada pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), que participou de visita técnica junto à comissão da Câmara que elaborou o relatório. “Era um projeto que não beneficiava ninguém que estava no Marajó, mas beneficiava quem vinha se aproveitar das riquezas do Marajó. É um programa que não ajuda o Marajó, então o que a gente quer é uma profunda revisão deste projeto”, disse o presidente da Repam, Dom Evaristo Spengler.

Em agosto de 2023, a Agência Pública noticiou que a Controladoria Geral da União (CGU) apontou irregularidades em ações do programa, com possíveis prejuízos aos cofres públicos. Segundo a CGU, as perdas poderiam ser de cerca de R$ 2,5 milhões.

Hoje senadora pelo Republicanos-DF, Damares foi às redes sociais tentar justificar o fracasso do programa, criado, segundo ela, para “unir governos e a sociedade civil para a melhoria do IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] da região”. Segundo Damares, a pandemia de covid-19 fez com que os recursos previstos para a região fossem transferidos para o combate à doença. “Ficou essa sensação de missão não cumprida. E que só aumentou quando o Lula e o ministro cancelaram o programa”, disse.

“O ministro” citado por Damares é Silvio Almeida, atual titular do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC). Passou pela pasta a decisão do governo Lula de encerrar o programa após análises de indicadores que mostram o fracasso da iniciativa. Como exemplo, a cobertura vacinal nos municípios da ilha, que caiu de 59,20% em 2019 para 42,20% em 2022; e a taxa de mortalidade infantil, que passou de 7,54 em 2018 para 7,89 em 2022.

Ainda em 2022, no contexto da campanha eleitoral, Damares foi denunciada por espalhar notícias falsas sobre torturas e abusos contra crianças marajoaras. Ela chegou a dizer que crianças tinham os dentes extraídos para não morderem durante a prática de sexo oral. A ex-ministra foi denunciada à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF), que pede indenização de R$ 5 milhões à população da ilha.

Novo programa tem ações concretas

O ministério hoje chefiado por Almeida lançou, ainda em maio de 2023, o programa “Cidadania Marajó”, com foco no enfrentamento de situações de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes e na promoção de direitos humanos e garantia de acesso a políticas públicas.

Em uma das primeiras ações, forças de segurança federais (como Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal) foram acionadas para dar apoio a ações de desarticulação das redes de exploração, abuso e violência sexual na região. A Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, vinculada ao MDHC, iniciou, ainda em 2023, tratativas com o governo paraense para formalizar convênios que garantirão investimentos na criação de dois Centros de Atendimento Integrados de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violências.

“A realidade de exploração sexual na região sabe-se preocupante e histórica, mas não autoriza sua utilização de forma irresponsável e descontextualizada. Isso apenas serve ao estigma das populações e ao agravamento de riscos sociais. As vivências das populações tradicionais do Marajó não podem ser reduzidas à exploração sexual, já que é uma população diversa, potente em termos socioambientais e que necessita sobretudo de políticas públicas estruturantes e eficientes, com a inversão da lógica assistencialista e alienante de sua realidade e modos de vida”, destacou o Ministério ao apresentar o programa.

*BdF

“Não é guerra, é genocídio”, reforça Lula sobre ação de Israel em Gaza

O presidente Lula participou do lançamento de um edital da Petrobras que vai investir R$ 250 milhões na cultura e voltou a falar de Israel

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta sexta-feira (23/2), do lançamento da Seleção Petrobras Cultural – Novos Eixos, edital destinado ao patrocínio de projetos na área de cultura, no Rio de Janeiro.

Durante o evento, o chefe do Executivo reafirmou que a ação do Exército de Israel na Faixa de Gaza é um genocídio e voltou a defender a criação do estado palestino.

“Da mesma forma que eu disse, quando estava preso, que não aceitava acordo para sair da cadeia porque eu não trocava a minha dignidade pela minha liberdade, quero dizer para vocês: ‘eu não troco minha dignidade pela falsidade’”, afirmou o presidente.

“E quero dizer para vocês que sou favorável à criação do estado palestino livre e soberano. Que possa esse estado palestino viver em harmonia com Israel. O que o governo de Israel está fazendo não é guerra, é genocídio, porque está matando mulheres e crianças”, defendeu.

Veja a fala do presidente:

VÍDEO: ‘Não se engane com o silêncio de Bolsonaro na PF. Calado, ele não quer que você saiba disso’, diz o senador Contarato

Não se engane com o silêncio de Bolsonaro à PF. O ex-presidente descredibilizou as instituições, incentivou ataques a autoridades, enalteceu torturadores e ditadores e planejou um golpe de Estado. Também não esqueça: GOLPISTAS NÃO DEFENDEM DEMOCRACIA, em nenhuma hipótese!