Ano: 2024

Cuba: um amigo histórico do povo palestino

Cuba mantém uma posição consistente com sua política histórica de apoio ao povo palestino e a uma solução pacífica.

A luta palestina contra a ocupação israelense ganhou nova relevância no cenário internacional após a escalada que começou em 7 de outubro. A brutalidade do ataque israelense, praticamente sem comparação com outras agressões anteriores, expôs o cinismo de muitas das grandes potências ocidentais, defensoras proclamadas dos “direitos humanos”, mas indolentes diante do genocídio que está sendo cometido diante de seus olhos por interesses geopolíticos calculados friamente.

Os esforços da mídia mainstream hoje visam apresentar os perpetradores como vítimas, demonizando a resistência palestina e tornando invisíveis ou diminuindo as ações de Israel. Neste longo conflito, é justo apontar a bela história de solidariedade entre os povos, que uma pequena ilha caribenha vem escrevendo há décadas. Cuba, a “terrível e desumana ditadura” que os principais cartéis de mídia corporativa insistem em retratar, tem sido e é um dos defensores mais fortes do povo palestino.

Fidel e a causa palestina

Embora a Revolução Cubana tenha mostrado desde cedo sua solidariedade com o povo palestino, a figura de Fidel, sua compreensão do mundo árabe e os relacionamentos que ele elaborou com os principais líderes e movimentos de resistência nessa área geográfica foram fundamentais. De particular relevância é sua relação com Yasser Arafat, líder histórico da resistência palestina.

Em 12 de outubro de 1979, na qualidade de presidente do Movimento Não Alinhado (MNA), Fidel falou enfaticamente sobre o conflito israelense-palestino, com palavras que ainda são relevantes hoje:

“Do fundo de nossas almas, repudiamos com toda a nossa força a perseguição implacável e o genocídio que o nazismo desencadeou contra o povo judeu em seu tempo. Mas não consigo me lembrar de nada mais semelhante na nossa história contemporânea do que o despejo, a perseguição e o genocídio realizado hoje pelo imperialismo e pelo sionismo contra o povo palestino”.

Em 1982, em diálogo com o líder palestino Yasser Arafat, Fidel comunicou a decisão de Cuba de receber 500 crianças palestinas para realizar seus estudos na nação antilhana. Isso marca o início de uma colaboração que ao longo dos anos formou milhares de palestinos em medicina, engenharia e outras profissões fundamentais para o desenvolvimento de suas comunidades. Até hoje, centenas de jovens palestinos estudam em várias universidades cubanas com bolsas de estudo fornecidas pelo governo cubano.

Fidel também expôs a situação palestina em numerosos fóruns internacionais ao longo de seu extenso trabalho político. E uma vez aposentado, ele continuou acompanhando de perto a realidade na área. A prova da indignação causada pela impunidade do genocídio israelense é um texto publicado em 6 de agosto de 2014 em sua coluna de opinião habitual no jornal Granma, sob o título: “Holocausto palestino em Gaza”.

O conflito atual

A violência desencadeada em 7 de outubro teve um impacto arrepiante na vida dos palestinos. Mais de 25 mil palestinos foram mortos por Israel, dos quais mais de 10 mil são crianças, e os números continuam a aumentar. Inúmeras organizações internacionais condenaram os ataques a hospitais, escolas, edifícios residenciais, mesquitas e o uso ilegal de fósforo branco contra civis. Em uma carta recente, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, denunciou que mais de 80% da população de Gaza foi deslocada.

Desde o início desta nova escalada, Cuba mantém uma posição consistente com sua política histórica de apoio ao povo palestino e uma solução pacífica para o conflito. Apenas para mencionar algumas ações, a ilha promoveu e votou a favor da resolução “O direito do povo palestino à autodeterminação”. Cuba tem apoiado, como membro do MNA, a posição do bloco perante o Conselho Executivo da Organização para a Proibição de Armas Químicas, denunciando o possível uso por Israel de armas proibidas. Cuba também participou de numerosos fóruns internacionais convocados, incluindo várias sessões extraordinárias da Assembleia Geral da ONU, exigindo um cessar-fogo e reivindicando os direitos do povo palestino.

*BdF

Ataques dos EUA na Síria e Iraque deixam mortos e feridos: ‘agressão contra a soberania’

Um porta-voz das Forças Armadas Iraquianas classificou os ataques como ‘uma ameaça que arrastará consequências imprevistas’ no Oriente Médio.

Ataques do Exército dos Estados Unidos a postos usados pela Guarda Revolucionária do Irã na Síria e no Iraque, como prometido pelo presidente Joe Biden, deixaram ao menos 16 mortos e 25 feridos, informou neste sábado (03/02) o governo iraquiano.

Os ataques contra 85 alvos duraram 30 minutos e foram utilizadas mais de 125 munições de precisão.

Alguns deles foram executados por bombardeiros B-1B, que partiram da Base Aérea de Dyess, no Texas, na sexta-feira (02/02), em um voo de mais de 6 mil milhas.

Os alvos atingidos incluíram centros de operações de comando e controle, centros de inteligência, foguetes e mísseis, armazéns de armazenamento de veículos ventilados não tripulados e instalações de logística e cadeia de abastecimento de munições usadas por grupos de milícias apoiados pelo Irã.

“A administração dos EUA cometeu uma nova agressão contra a soberania do Iraque, uma vez que as localizações das nossas forças de segurança, nas regiões de Akashat e Al-Qaim, bem como em locais civis vizinhos, foram bombardeadas por vários aviões dos EUA”, disse o governo iraquiano, citado pela ABC News.

“Esta agressão flagrante levou à morte de 16 mártires, incluindo civis, além de 25 feridos. Também causou perdas e danos a edifícios residenciais e propriedades de cidadãos”, acrescentou.

O governo iraquiano também disse que os ataques “colocam a segurança no Iraque e na região no limite” e contradizem diretamente o esforço dos EUA para “estabelecer a estabilidade necessária” na região.

A resposta é a primeira do que se espera ser uma série de ataques em retaliação pela morte de três soldados norte-americanos na semana passada na Jordânia, segundo um oficial de defesa dos EUA.

Biden deu ordem para atacar grupos afiliados e apoiados pelo Irã no Iraque e na Síria, alertando que, “se os Estados Unidos forem atingidos, reagirão”.

“A nossa resposta começou hoje. Os Estados Unidos não procuram conflitos no Oriente Médio ou em qualquer outro lugar do mundo”, afirmou Biden na sua primeira declaração sobre os ataques. A ação militar constitui uma escalada significativa em todo o Oriente Médio.

Ameaça à estabilidade da região

Um porta-voz das Forças Armadas Iraquianas classificou os ataques como “uma ameaça que arrastará o Iraque e a região a consequências imprevistas”. O Ministério das Relações Exteriores do Irã, por sua vez, afirmou que este foi “outro erro estratégico” dos Estados Unidos.

Já o grupo fundamentalista islâmico Hamas acusou o governo norte-americano de ameaçar a “estabilidade da região” e descreveu os ataques como “servindo à agenda expansionista da ocupação [de Israel]”.

Alertando sobre as consequências, o Hamas apelou aos Estados Unidos para “reverem as suas políticas agressivas e respeitarem a soberania dos Estados e os interesses dos povos árabes”.

Os ataques dos EUA, esperados durante dias em resposta ao assassinato de três soldados norte-americanos na Jordânia, continuarão durante dias como parte de uma resposta em larga escala e a vários níveis, revelaram fontes da Casa Branca.

*Opera Mundi

 

Lula critica identitarismo e defende que PT escolha líderes sociais como candidatos

‘Eu quero me lançar porque eu sou branco, porque eu sou mulher, porque eu sou negro, porque eu sou indígena. Está errado’, disse o presidente.

No evento de filiação de Marta Suplicy ao Partido dos Trabalhadores (PT), realizado ontem, sexta-feira (2), em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma crítica contundente ao identitarismo e defendeu que o partido escolha como candidatos “lideranças reais” dos movimentos sociais. Em um discurso enfático, Lula expressou sua preocupação com a crescente tendência de atribuição de identidades como critério primordial para a seleção de candidatos políticos.

– Eu quero me lançar porque eu sou branco, porque eu sou mulher, porque eu sou negro, porque eu sou indígena. Está errado – alertou o presidente, destacando sua discordância com a ideia de que a mera identidade pessoal seja justificativa suficiente para buscar cargos políticos de destaque.

Durante o ato de filiação de Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo e ex-ministra de Estado, Lula reforçou a importância de escolher candidatos com base em suas experiências, históricos e compromissos reais com as causas populares e progressistas. Ele ressaltou a necessidade de que os representantes políticos do PT tenham conexão autêntica com os movimentos sociais e uma trajetória de luta pelos direitos do povo brasileiro.

O identitarismo é uma corrente política e social que coloca as identidades individuais no centro das preocupações políticas e sociais. Esse movimento defende que a raça, gênero, orientação sexual, etnia e outras características pessoais devem ser consideradas como fatores primordiais na análise das desigualdades e na formulação de políticas públicas. O identitarismo critica a visão de que as identidades devem agir em favor de uma suposta igualdade universal, argumentando que é importante reconhecer e valorizar as experiências e perspectivas específicas de cada grupo social. No entanto, ele também enfrenta críticas por sua tendência a fragmentar movimentos sociais e por seu potencial dificuldade em promover uma coesão social ampla.

*247

Odebrecht diz ao STF que Moro juiz era “reconhecidamente suspeito”

Construtora Novonor S.A., antiga Odebrecht, conseguiu no STF a suspensão do pagamento de R$ 3,8 bilhões em acordo de leniência com o MPF.

A construtora Novonor S.A., antiga Odebrecht, classificou Sergio Moro como “reconhecidamente suspeito” em sua atuação como juiz da Lava Jato. Nesta quinta-feira (1/2), a construtora conseguiu suspender o pagamento de R$ 3,8 bilhões previstos no acordo de leniência firmado em 2016, com o Ministério Público Federal (MPF), no âmbito da operação.

No pedido acolhido pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Novonor acusa Moro de atuar em parceria com o MPF e pressionar executivos da Odebrecht a partir de provas obtidas ilegalmente.

“As investigações no âmbito da Operação Lava Jato culminaram em uma série de medidas ostensivas contra pessoas físicas e jurídicas relacionadas ao Grupo econômico, consubstanciadas em uma sobreposição de decretos prisionais de natureza cautelar no curso de inquéritos, além de medidas cautelares de constrição patrimonial, todas decretadas por um julgador reconhecidamente suspeito que agia em concerto com os órgãos persecutórios”, alegou a construtora, diz Paulo Cappelli, Metrópoles.

“Entre novembro de 2014 e junho de 2015, foram deflagradas as Operações Juízo Final e Erga Omnes, as 7ª e 14ª fases da Lava Jato, respectivamente. As referidas operações tiveram como alvo tanto empresas como pessoas físicas, dentre as quais a Novonor e seus então executivos, que foram alvo de prisões preventivas, busca e apreensão, entre outras medidas cautelares. Diversas dessas medidas motivadas por provas indiciárias ilegalmente adquiridas pelas autoridades acusatórias”, disse a Novonor.

Na decisão, Toffoli considerou o argumento da Novonor de que o acordo de leniência foi firmado a partir da pressão exercida por Moro e pelo MPF sobre os executivos da Odebrecht, e não pelo princípio da voluntariedade.

“…há, no mínimo, dúvida razoável sobre o requisito da voluntariedade da requerente ao firmar o acordo de leniência com o Ministério Público Federal que lhe impôs obrigações patrimoniais, o que justifica, por ora, a paralisação dos pagamentos, tal como requerido pela Novonor”, disse o ministro.

Votação consistente de Marta pode ajudar Boulos em Parelheiros e Grajaú

Dados eleitorais mostram sobreposição de votos entre Marta e o PT na periferia, mas ex-prefeita tem vantagem no extremo sul da capital, que é reduto de Nunes.

Com um eleitorado consolidado na periferia de São Paulo, Marta Suplicy (PT) pode ajudar Guilherme Boulos (PSOL) a expandir sua votação sobretudo em Parelheiros e no Grajaú, na zona sul, onde ela ou o candidato apoiado por ela se sobressaíram nas últimas eleições municipais —e onde o prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem sua base eleitoral.

Prefeita de São Paulo de 2001 a 2004, Marta se filiou ao PT nesta sexta-feira (2) para ser vice de Boulos em ato com a presença do presidente Lula (PT) e do ex-prefeito e atual ministro Fernando Haddad.

Resultados eleitorais analisados pela Folha, com base nos dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mostram que, como apontam adversários do psolista, há certa sobreposição nos votos de Marta e do PT, que historicamente se concentraram nos extremos da cidade, regiões que Boulos conquistou no segundo turno de 2020, aliado aos petistas, mas não no primeiro, segundo a Folha.

De qualquer forma, Marta estabeleceu uma vantagem numérica constante, inclusive superior aos petistas, entre os eleitores de Parelheiros e Grajaú —que representam 4,76% do eleitorado da capital, segundo dados do pleito de 2022.

“De alguma maneira, Marta agrega, não dá para dizer que não agrega. Ter vencido nessas regiões desde 2000 é um indício, sem dúvida, da força eleitoral dela. Por mais que mude o contexto eleitoral, é uma presença que se mantém”, diz o cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV.

Na opinião do especialista, o volume de votos em Grajaú e Parelheiros não é desprezível. O primeiro ato público de Boulos e Marta juntos será justamente em Parelheiros.

Reduto de Marta, a periferia da zona sul é também a área de atuação e, portanto, de maior competição entre os principais pré-candidatos —Boulos, Nunes e Tabata Amaral (PSB).

O psolista mora no Campo Limpo, e a pessebista cresceu na Vila Missionária, onde ainda mora sua mãe. Já o prefeito, que mora em Interlagos, concentra seus eleitores em Parelheiros, Grajaú e Capela do Socorro.

As últimas eleições dão pistas sobre o efeito de Marta na votação de Boulos, mas a comparação deve levar em conta os diferentes contextos e postulantes em cada pleito. Além disso, marqueteiros ouvidos pela reportagem opinam que, em geral, os candidatos a vice, condição que Marta ocupa agora, não alteram de forma significativa o resultado dos candidatos a prefeito.

Como cabeça de chapa, Marta venceu em Parelheiros e Grajaú em 2000, 2004 e 2008. Haddad, disputando no PT, venceu em 2012. Em 2016, eles foram adversários —ela concorreu pelo MDB e ele pelo PT, mas foi Marta quem venceu no extremo sul, com quase o dobro de votos dele, no único turno do pleito.

Naquele ano, com o PT combalido pela Lava Jato e pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), João Doria, então no PSDB, se elegeu no primeiro turno com 53,29% dos votos —Haddad ficou em segundo lugar (16,7%), e Marta em quarto (10,1%).

O então tucano venceu em todos os distritos, menos nos redutos de Marta: Parelheiros (37,2% a 28,2%) e Grajaú (31,6% a 30,6%, resultado apertado).

No primeiro turno de 2020, Bruno Covas (PSDB), candidato apoiado por Marta, teve mais votos (72,3 mil) nessas duas regiões do que Boulos (48,2 mil) e o petista Jilmar Tatto (53,6 mil). De dentro do Martamóvel, caminhonete com paredes transparentes, ela fez campanha para o tucano nos dois bairros protegida da pandemia de Covid-19.

Os resultados nessas regiões são influenciados pela atuação dos vereadores locais, especialmente Milton Leite (União Brasil), que estabeleceu um reinado na zona sul e atuou a favor de Covas em 2020. A família Tatto, por sua vez, também é uma força eleitoral que trabalha pelo PT na mesma área.

O próprio Nunes, como candidato a vereador em 2016 e a vice em 2020, fez campanha para Marta e Covas, respectivamente, na sua região. Marco Antonio Teixeira, porém, afirma que o mérito da votação é mais da ex-prefeita do que do atual prefeito, que “era um ilustre desconhecido”.

O cientista político ressalta ainda a variação dos cenários em cada eleição —em 2016, Marta concorria pelo MDB, fazendo oposição ao PT, partido que viu seu eleitorado na cidade minguar para praticamente a metade entre os primeiros turnos de 2012 e 2016. Agora, ao contrário de 2020, Lula e o PT estão reabilitados na capital, onde ele venceu com 53,5% em 2022.

Aliados de Nunes e mesmo integrantes da equipe de Boulos dizem não acreditar que Marta possa agregar ao psolista mais eleitores do que os que ele já alcança com o PT. Adversários da ex-prefeita lembram que ela não conseguiu se reeleger, sofrendo derrotas em 2004, 2008 e 2016.

Lula e o Santos-Guarujá: como vai funcionar o primeiro túnel submerso da América Latina

O empreendimento prevê uma ciclovia, passagem para pedestres e três faixas de rolamento por sentido, sendo uma adaptável ao VLT; tempo de travessia entre as cidades deve diminuir 50 minutos.

Esperado há pelo menos 100 anos, o túnel que vai ligar as cidades de Santos e Guarujá vai sair das pranchetas para virar realidade. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) divulgaram nesta sexta-feira (2) a parceria para a execução das obras do primeiro túnel imerso da América Latina, diz O Globo.

Serão três faixas de rolamento por sentido, além de uma ciclovia e passagem para pedestres — Foto: Divulgação

O projeto prevê a ligação seca entre Santos e Guarujá, com extensão total de 1,5 km, por meio de um túnel imerso de 870 metros, que passará por baixo do canal que abriga o porto mais movimentado do Brasil. Serão três faixas de rolamento por sentido, sendo uma adaptável para receber o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de uma ciclovia e passagem para pedestres.

Via para pedestres será compartilhada com a ciclovia — Foto: Divulgação

O desafio para construir o túnel submerso é grande: serão seis módulos pré-moldados com concreto armado, a uma profundidade mínima de 21 metros. Eles serão construídos em uma doca seca e transportados por flutuação até o local onde o leito do canal será preparado. Assim, os módulos serão imersos, encaixados e fixados para concluir a estrutura, sem interromper o tráfego de navios no canal.

Ministério da Educação reajusta piso de professores da educação básica para R$ 4.580,57

De acordo com o texto, o piso é válido para profissionais do ensino público, com jornada de no mínimo 40 horas semanais.

O Ministério da Educação reajustou nesta quinta-feira o piso salarial nacional de professores da educação básica para R$ 4.580,57. O texto oficializando a medida foi publicado no Diário Oficial da União.

O reajuste representa um aumento de 3,62%. Em 2023, o piso era de R$4.420,55.

A lei que determina o reajuste anual do piso salarial dos professores de educação básica vigora desde 2008. De acordo com o texto, o piso é válido para profissionais do ensino público, com jornada de no mínimo 40 horas semanais.

No último ano, o reajuste foi de cerca de 15% em relação a 2022, quando o piso era de R$ 3.845,63.

Na ocasião, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que a valorização dos profissionais da educação é “fator determinante para o crescimento do nosso país”.

 

A Globo, historicamente racista, quis colocar em Lula a pecha de preconceituoso porque presidente exaltou o batuque e o tambor

De onde a GloboNews tirou a ideia de que, citar o batuque brasileiro e os tambores magnéticos desse país, que são sim, o principal símbolo da cultura brasileira, a principal representação da alma profunda do Brasil, é depreciar alguém associado a esse mágico universo?

A régua da Globo não poderia ser outra, pois o seu histórico de preconceito racial se confunde com o próprio preconceito contra os negros no Brasil. Foi essa a reação da GloboNews quando Lula exalta uma mulher negra premiada no programa Aprendiz, na Alemanha.

Não foram poucos os ataques que as Organizações Globo fizeram ao movimento negro. Não foram poucas as críticas à emissora por jamais ter um negro como protagonista de suas telenovelas. Menos ainda foram poucas as puxadas de orelha, como Milton Nascimento, no programa do Fautão e Mv Bill no programa de Serginho Groismann. Ambos reclamaram da ausência de negros na plateia. Sem falar, lógico, da comemoração esfuziante da vitória eleitoral de Bolsonaro em 2018, Bolsonaro que, durante aquela campanha, no Clube Hebraica do Rio, comparou os quilombolas a animais, falando dos seus pesos em arroba.

Não vale a pena citar aqui todos os episódios de racismo em estado puro, praticado pela Globo, mas é bom sublinhar que, até hoje, a Globo não se conforma com a política de cotas para negros nas universidades.

Dito isso, não há como não lembrar que foi, no governo Lula, que os tambores brasileiros, protagonizados, em corpo e alma pelos negros, foram lustrados e levados ao patamar máximo da cultura brasileira, como ocorreu com os pontos de cultura. Um programa absolutamente revolucionário, que a Globo fez questão de ignorar, porque, ela sim, tem o preconceito tatuado na alma e, dele, não quer se libertar.

Mas, há uma outra passagem de Lula, antes mesmo de ser presidente pela primeira vez, que pode ser vista no documentário Entre Atos, que serve de exemplo, quando ele diz que morria de inveja de um amigo, que trabalhava com ele, e fazia do corpo um tambor, num batuque hipnótico. Certamente, essa percepção arguta que o levou, mais tarde, já como presidente, a introduzir o programa Cultura Viva, pontos de cultura, tendo como pilar central os tambores seculares desse país, coisa que a redação da GloboNews não tem a menor ideia, como ficou flagrante nos comentários de Eliane Cantanhêde e Aline Midlej, um mais infeliz do que o outro para atacar Lula.

A Globonews foi de uma infelicidade inacreditável quando tratou o batuque e o tambor como coisa menor. Isso que está estampando na fala patética herdada do nosso colonialismo cultural. O preconceito inequívoco aqui é com os tambores brasileiros pra achar que citá-los é ofensa.

Primeira lista com nomes de autoridades vigiadas pelo sistema espião da Abin paralela é divulgada; confira abaixo

Ministros do Supremo Tribunal Federal, senadores da República, ministros do governo, além de alguns opositores estão incluídos.

O jornalista Tulio Amâncio, da Band, obteve a lista de algumas autoridades vigiadas com o uso do sistema espião da chamada Abin Paralela. Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), senadores da República, ministros do governo, além de alguns opositores.

Veja a lista inicial:

  • Abraham Weintraub;
  • Anderson Torres;
  • Flávia Arruda;
  • General Carlos Alberto dos Santos Cruz;
  • Kim Kataguiri;
  • Alexandre Frota;
  • Rodrigo Maia;
  • Otto Alencar;
  • Soraya Thronicke;
  • Renan Calheiros;
  • Rogério Carvalho;
  • Omar Aziz;
  • Humberto Costa;
  • Randolfe Rodrigues;
  • Simone Tebet;
  • Alessandro Vieira;
  • Luís Roberto Barroso;
  • Gilmar Mendes;
  • Alexandre de Moraes;
  • João Dória;
  • Camilo Santana.

2023: o ano mais sangrento já vivido pelos palestinos da Cisjordânia

Na Cisjordânia, governada pela Autoridade Nacional Palestina, os ataques de colonos e soldados israelenses prosseguem, com o número de crianças mortas duplicando desde 2022.

A segunda Nakba prossegue em ritmo acelerado na Cisjordânia, com níveis de violência sem precedentes perpetrada tanto pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) como pelos colonos israelenses. O escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) alertou para o fato de Israel estar impondo um estado de “terror constante” na Cisjordânia em razão da força do Estado israelense e à violência dos colonos.

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) disse que 2023 foi o ano mais mortal para os palestinos na Cisjordânia desde que começou a registrar vítimas em 2005. Cerca de 300 palestinos foram mortos na Cisjordânia entre 7 de outubro e 10 de janeiro. O pior ano da história em termos de mortes de crianças.

O Peace Now, um grupo de defensores israelenses, relatou um “aumento sem precedentes da atividade de colonização na Cisjordânia”, que os colonos realizam geralmente com o apoio das Forças de Defesa de Israel (IDF). Um grande número de assentamentos viola terrenos privados palestinos. Até hoje, foram criados nove novos assentamentos e 18 estradas ilegais foram pavimentadas, além de haver um “novo fenômeno de colonos que fecham as vias de tráfego palestinas contra ordens militares”.

300 ataques de colonos desde 7 de outubro

Desde 7 de outubro, foram registrados mais de 300 ataques de colonos israelenses, nos quais estes “ameaçam palestinos com armas de fogo, vandalizam as suas propriedades, obstruem [o acesso à água potável], arruínam as suas [oliveiras]… roubam os seus pertences”, além de atacá-los fisicamente. A violência dos colonos obrigou mais de 1,2 mil palestinos a abandonar as suas casas.

Embora Israel não tenha aprovado oficialmente estes assentamentos, de acordo com o relatório do ACNUDH divulgado recentemente, os colonos estão expandindo os assentamentos com o apoio político dos principais ministros do governo mais direitista de Israel até hoje. Em 24 de dezembro, o gabinete de Israel aprovou 75 milhões de shekels israelenses (20 milhões de dólares americanos) para fortificar 70 assentamentos na Cisjordânia, apesar de eles serem reconhecidos como ilegais.

Esta medida viola de forma flagrante a Resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU de 2016, que considerou os assentamentos de Israel, já naquela época, como uma “violação flagrante do direito internacional” e exigiu que a expansão fosse interrompida de acordo com as Convenções de Genebra. É evidente que o governo israelense e muitos dos seus cidadãos não se importam nem respeitam quaisquer tratados ou acordos, uma vez que continuam com a limpeza étnica do povo palestino de suas terras.

Drones assassinam jovens

Além disso, as IDF têm realizado constantes incursões, perseguições e ataques a várias cidades, vilas e campos de refugiados da Cisjordânia para atingir preventivamente aquilo que chamam de “células terroristas”. Durante o seu ataque ao campo de refugiados de Balata, as IDF dispararam recentemente diretamente contra ambulâncias, para impedir que chegassem aos civis feridos. No sul da Cisjordânia, as IDF dispararam gás lacrimogêneo contra jovens que resistiam aos ataques ilegais.

As IDF têm como alvo habitual os jovens, e recentemente mataram Yousef Nader Suleiman Idrees, de 16 anos, que estava sentado perto da área onde os confrontos estavam ocorrendo. Os israelenses também realizam ataques com drones contra palestinos inocentes. No dia 7 de janeiro, ataques com drones mataram sete palestinos, quatro deles irmãos, que estavam a caminho do trabalho em Jenin.

Israel também tem como alvo os palestinos nos postos de controle, onde são impostas restrições de movimento sufocantes e discriminatórias. O mesmo se aplica ao direito de culto dos palestinos da Cisjordânia, a quem se nega cada vez mais acesso à mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental, especialmente para as orações de sexta-feira, onde normalmente 50 mil pessoas comparecem. Recentemente, a polícia israelense atacou os fiéis perto de Al-Aqsa com água de esgoto.

IDF / WikiCommons
Ataque das Forças de Defesa de Israel ao acampamento de Jenin, em janeiro de 2023
O número de crianças vitimadas duplicou e 880 pessoas foram presas

Enquanto enfrentam humilhantes derrotas militares e operacionais em Gaza, as Forças de Defesa de Israel conduzem operações contra os mais vulneráveis na Cisjordânia. A UNICEF informa que o número de crianças mortas duplicou desde 2022, com 83 crianças mortas e 576 feridos e detidos. O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou que “as violações documentadas no [relatório do ACNUDH] repetem o padrão e a natureza das violações relatadas no passado no contexto da prolongada ocupação israelense… a intensidade da violência e da repressão é algo que não se via há anos”.

Os terríveis ataques das IDF são complementados pelas suas detenções arbitrárias em massa de palestinos sob acusações forjadas. Muitos são depois detidos em regime de detenção administrativa sem sequer uma acusação. As IDF prendem preventivamente cerca de 60 palestinos por dia, e há atualmente mais de 5.730 detidos. Desde o início de 2024, quase 230 palestinos foram presos na Cisjordânia.

O ACNUDH descreve as detenções: “abusos físicos e psicológicos e humilhações por parte das [IDF], incluindo violência sexual e de gênero contra homens e mulheres”, de modo que o próprio processo de detenção equivale à tortura.

No dia 20 de novembro, as IDF prenderam cerca de 880 crianças palestinas, uma prática brutal tornada possível pela persistente desumanização do povo palestino por parte dos israelenses como “animais”. As condições são tão terríveis que Luay Al-Taweel, de Hebron, recentemente libertado, descreveu a prisão sionista em Negev como uma “cópia exata das prisões de Abu Ghraib e Guantânamo, ambas ‘símbolos notórios’ das violações dos direitos humanos cometidas pelos EUA”.

O povo se defende

Apesar do terror constante e dos ataques devastadores das IDF e dos colonos, os palestinos da Cisjordânia convocaram uma greve geral no começo de janeiro para protestar contra o assassinato do líder do Hamas e das Brigadas Al-Qassam, Saleh Al-Arouri, por parte de Israel. A greve abrangeu empresas, universidades e escritórios públicos e privados, liderada por uma coalizão de facções palestinas. Ismat Shakhshir, membro da Secretaria Geral da União Geral das Mulheres Palestinas, descreveu os assassinatos como “medidas desesperadas” devido à “incapacidade da ocupação de avançar em Gaza”.

Os combatentes da resistência em Nablus, Jenin, Ariha e em outras áreas continuam repelindo a violência israelense, apesar da falta de equipamento militar avançado. O alto oficial político do Hamas, Husam Badran, afirmou que “a resistência em Jenin e em toda a Cisjordânia quebrará a arrogância da ocupação [israelense]”.

Uma agressão israelense-americana

Enquanto as evidência de agressão flagrante e ilegal e as baixas atingem níveis sem precedentes, os EUA continuam dando poder ao governo israelense para levar adiante sua agenda genocida, ao mesmo tempo em que oferecem condenações frouxas para preservarem as aparências. Na ONU, os EUA bloquearam os apelos a um cessar-fogo, mesmo depois de o artigo 99.º da Carta das Nações Unidas, raramente utilizado, ter sido invocado para alertar para uma “catástrofe humana iminente” em Gaza.

Ainda em dezembro, o governo Biden apresentou um projeto de lei sobre segurança nacional, que inclui mais 10,1 bilhões de dólares em ajuda militar incondicional a Israel, e contornou duas vezes o Congresso para enviar imediatamente armas e munições a Israel.

Esta não é apenas uma guerra israelense, é uma guerra israelense-americana. Washington é também um perpetrador de genocídio e totalmente responsável por todos os ferimentos e mortes tornados possíveis pelas armas e pelo apoio político dos EUA.

*SAMEENA RAHMAN/Opera Mundi