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Israel matou entre 66 e 300 mil palestinos em dois anos de genocídio

Guerra de narrativas alimenta controvérsia e esconde dimensão da tragédia em Gaza que o mundo não quer encarar

Desde o dia 7 de outubro de 2023, o mundo assiste o maior genocídio já realizado no século 21, que já vitimou dezenas de milhares, ou talvez centenas de milhares de palestinos residentes na Faixa de Gaza, vítimas do extermínio praticado pelas forças militares de Israel.

Embora a questão quantitativa não influa no caráter repudiável sobre os crimes cometidos por Tel Aviv, o fato é que existe uma controvérsia sobre o tamanho do genocídio, já que há diferentes metodologias sendo aplicadas, e que apresentam números distintos.

A contagem mais utilizada pela maioria dos meios de comunicação é baseada no relatório entregue diariamente pelo Ministério da Saúde de Gaza. No dia 30 de setembro, esse informe indicou que o total de mortes ultrapassava os 66 mil.

Considerando que Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA, por sua sigla em inglês) estimava a população do território em cerca de 2,2 milhões de pessoas, a marca de 66 mil mortes permite dizer que o genocídio vitimou ao menos 3% dos habitantes de Gaza em apenas dois anos.

Se o Brasil sofresse um massacre de proporções similares, que dizimasse 3% da sua população, estaríamos falando em mais de 7 milhões de pessoas assassinadas, aproximadamente. Se a mesma comparação fosse feita com a população da Europa, seriam mais de 26 milhões de mortos.

Outros dados
Outras entidades indicam o número de vítimas de forma mais segmentada. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas, por exemplo, informa que há pelo menos 274 profissionais da comunicação, entre repórteres, cinegrafistas e auxiliares, morreram durante a cobertura dos acontecimentos na região.

Também foram registrados pela Crescente Vermelha – entidade similar à Cruz Vermelha que atua em países de maioria muçulmana – um total de 1,4 mil profissionais da saúde falecidos desde 7 de outubro de 2023.

Já a UNRWA afirma que 203 funcionários das Nações Unidas foram assassinados por Israel enquanto trabalhavam em missão humanitária durante o genocídio em Gaza.

Mais de 300 mil?
Porém, o levantamento do Ministério da Saúde contabiliza apenas as mortes causadas diretamente pelos bombardeios e ataques das tropas terrestres israelenses presentes em Gaza, e ignora as mortes causadas por outros fatores indiretos provocados pela ofensiva ao território.

Um artigo publicado em julho de 2024 pela revista científica The Lancet advertiu que as mortes causadas por outros fatores que não apenas os bombardeios poderiam representar um número total de vítimas até quatro vezes maior que o indicado pelos informes oficiais.

O estudo foi liderado pelo pesquisador britânico Martin McKee, que é membro do conselho editorial do Israel Journal of Health Policy Research e do Comitê Consultivo Internacional do Instituto Nacional de Investigação sobre Políticas de Saúde de Israel, e contou com a colaboração da jornalista libanesa Rasha Khatib e do médico indiano-canadense Salim Yusuf.

*Opera Mundi


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Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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