Cancelamento súbito abre espaço para negociação direta entre Alcolumbre e Lula
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, decidiu cancelar a sabatina de Jorge Messias prevista para esta quarta-feira (03), após avaliar que o governo poderia enfrentar uma derrota no plenário caso o nome do advogado‑geral da União fosse votado ainda nesta semana. A decisão desmonta o calendário que ele próprio havia anunciado e altera completamente a dinâmica da indicação.
Em comunicado oficial, Alcolumbre afirmou que ele e a presidência da CCJ haviam definido os dias 3 e 10 de dezembro para leitura de parecer, concessão de vistas, sabatina e votação da indicação. Segundo o presidente do Senado, “a definição desse calendário segue o padrão adotado em indicações anteriores e tinha como objetivo assegurar o cumprimento dessa atribuição constitucional do Senado ainda no exercício de 2025”.
O senador declarou que o Legislativo foi “surpreendido com a ausência do envio da mensagem escrita referente à indicação”, mesmo após o nome de Messias ter sido publicado no Diário Oficial da União.
Para Alcolumbre, essa ausência de comunicação formal configura uma “omissão grave e sem precedentes”, atribuída exclusivamente ao Executivo, e representa “interferência no cronograma da sabatina, prerrogativa do Poder Legislativo”. Diante disso, justificou o cancelamento para evitar “possível alegação de vício regimental no trâmite da indicação”, já que a sabatina não pode ocorrer sem o recebimento da mensagem presidencial.

De acordo com Cleber Lourenço, ICL,
Messias vinha dizendo a interlocutores próximos que já havia conquistado os votos necessários para aprovação no plenário. Aliados do advogado‑geral da União avaliavam que quanto mais o processo fosse adiado, maior seria o risco para Messias, e não para Alcolumbre. A principal missão do governo — e especialmente de Messias — vinha sendo manter esses votos firmes e resistir à pressão de Alcolumbre sobre os senadores.
A expectativa no governo era de que o envio formal da indicação ao Senado acontecesse nos próximos dias. O cancelamento súbito, no entanto, reabriu o jogo político.
Messias no jogo político
Segundo membros da articulação do Senado, o movimento devolve a Alcolumbre tempo e controle sobre o processo. Com o calendário zerado, abre-se espaço para uma negociação direta entre o presidente do Senado e o presidente Lula, na tentativa de construir uma saída que impeça que a aprovação de Messias seja lida internamente como uma derrota de Alcolumbre.
O presidente da CCJ, Otto Alencar, declarou hoje que considera correta a decisão e reforçou o argumento de que o rito não poderia avançar sem a mensagem formal do Executivo. Otto afirmou ainda que, assim que o governo enviar a mensagem ao Senado, a sabatina será marcada em até 15 dias.
Já o relator da indicação, o senador Weverton (PDT), havia afirmado publicamente que Lula e Alcolumbre deveriam se reunir nesta semana para tratar do assunto e que vinha atuando como ponte entre os dois lados.
Nos bastidores, integrantes do Senado afirmam que o Planalto terá de reavaliar sua estratégia. A leitura é que Alcolumbre pretende evitar que a aprovação de Messias aconteça sob a narrativa de perda de controle da pauta. Com o cancelamento, reposiciona o processo, reorganiza o calendário e reequilibra a disputa antes de retomar a sabatina e a votação.
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