Empresários ultraliberais já falam em abandonar Bolsonaro e prisão de Queiroz ganha tempero mais ardido
“Se Bolsonaro acha que vai tirar o lado liberal e continuar com o mesmo apoio dos empresários, está enganado”, diz presidente do Instituto Mises.
Parece que o chão do Palácio do Planalto está minado e a cada passo que Bolsonaro dá para tentar se segurar na cadeira presidencial, a coisa piora.
Para azedar ainda mais, o ministro do STJ, Félix Fischer, ao decretar a prisão de Queiroz, diz que ele atuou ‘arduamente’ para adulterar provas.
Ou seja, o lado Queiroz de Bolsonaro está do inferno para baixo.
Soma-se a isso os cheques de Queiroz na conta de Michelle e as revelações do Jornal Nacional sobre as ameaças de morte por enforcamento feita por Flávio à ex-dona da loja de chocolate, que hoje pertence ao 01 de Bolsonaro.
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Globonews fez uma matéria mostrando que Carlos Bolsonaro é investigado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) por suspeita de ter empregado funcionários fantasmas em seu gabinete ainda no primeiro mandato na Câmara Municipal do Rio, iniciado em 2001, o que configuraria crime de peculato.
Junte isso à tentativa de Bolsonaro de acender velas para todos os lados, como quer, atrelando a discussão do Renda Brasil, o programa pensado para substituir o Bolsa Família, à proposta para antecipar medidas de ajuste como forma de cumprir o teto de gastos, tendo que atacar o funcionalismo público para financiar o auxílio emergencial até dezembro e manter sua popularidade ao menos estável debaixo de tantas denúncias envolvendo seu clã e a culpa que terá que carregar pelos mais de 105 mil brasileiros mortos pela Covid-19 em função da sua política da morte durante a pandemia.
Azedando um pouco mais a situação, Bolsonaro solta uma pérola típica de um náufrago em pleno afogamento: “O mercado tem que dar um tempinho também. Um pouquinho de patriotismo não faz mal a eles”.
E mercado lá quer saber de patriotismo!
A declaração bateu como gongo nos ouvidos dos abutres do grande capital.
Agora é espiar de camarote o que vai dar essa geleia geral de um governo moribundo que está a dois passos da extrema-unção.
*Carlos Henrique Machado Freitas