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Só os hipócritas se “escandalizaram” com a reunião emporcalhada de Bolsonaro

Quem não sabe, há décadas, que Bolsonaro é um jumento, um corrupto, um psicopata? A gloriosa mídia brasileira não sabe que esse monstro foi responsável pela morte de 700 mil pessoas por covid?

Bolsonaro foi expulso das Forças Armadas por envolvimento em garimpo ilegal e por colocar bomba dentro dos quartéis e ameaçar, com ato terrorista, dinamitar a estação do Guandu, na tentativa de derrubar o comando do exército, por conta dos baixos soldos?

Alguém se esquece da fala que Bolsonaro proferiu ao votar contra Dilma no dia do golpe de 2016, em que exalta o torturador, assassino e pedófilo, Brilhante Ustra?

Como esquecer da ovação, seguida de gargalhadas, dentro do Clube da Hebraica no Rio, quando Bolsonaro vomitou racismo contra os  índios, mas sobretudo contra os negros?

Bolsonaro se reelegeu incontáveis vezes para a casa legislativa, sem jamais ter um único projeto aprovado, sem falar que foi ele que, na família, iniciou o padrão de formação de quadrilha e peculato, chamado de rachadinha, em que milicianos e seus parentes eram parte de um esquema pesado de laranjas e fantasmas. Na presidência, teve corrupção em todas as pastas.

Hoje, ouvindo o podcast de Natuza Neri com Vera Magalhães, dizendo-se escandalizada com a fatídica reunião de Bolsonaro com ministros, foi inevitável lembrar do seu histórico editorial no Estadão, intitulado “Uma escolha difícil” o voto em Haddad ou Bolsonaro.

Sabemos todos que a mídia industrial no Brasil, com raríssimas e honrosas exceções, é feito com amor e afeto para os interesses dos barões do sistema financeiro.

Os ilustres jornalistas mais destacados passam o dia catando milho no teclado para zerar qualquer culpa de quem paga a orquestra e escolhe o repertório e salgar o chão de quem eles tentam enterrar vivo, por contrariar os interesses do poder econômico.

Dito isso, e mais não digo, porque não tem graça, hoje, tudo o que se lê nas garrafais da mídia, não passa de um teatro dos maiores hipócritas desse país.

Todos sempre souberam quem é Bolsonaro para, agora, tapar o nariz para uma reunião fétida sim, mas que sintetiza a passagem de Bolsonaro pelas Forças Armadas e seus longos anos de vida pública no Brasil.

Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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