Uma investigação sobre a Cedro do Líbano Comércio de Madeiras e Materiais de Construção, que teria pago faturas de cartão de crédito de Michelle Bolsonaro, aponta para movimentações financeiras suspeitas bloqueadas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Segundo relatórios, entre 2020 e 2023, a empresa movimentou cerca de R$ 32 milhões (R$ 16,6 milhões em entradas e R$ 16,6 milhões em saídas), valores considerados incompatíveis com sua capacidade financeira, em lavagem de dinheiro e desvios.
A conexão com Michelle Bolsonaro envolve transferências feitas por Cedro do Líbano para Luís Marcos dos Reis, um militar ligado a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Essas transferências, segundo a Polícia Federal, foram usadas para pagar despesas pessoais de Michelle, incluindo faturas de cartão de crédito.
Especificamente, os pagamentos estariam relacionados a um cartão emitido por Rosimary Cardoso Cordeiro, que seria usado por Michelle, além de transferências para uma tia dela.
Esses recursos, oriundos de contratos da Cedro com a Codevasf e outros órgãos públicos, estariam sendo usados para beneficiar a ex-primeira-dama de forma irregular, como parte de um esquema de corrupção ou favorecimento.
Não há detalhes conclusivos sobre o motivo exato ou a finalidade desses pagamentos diretos, já que as investigações ainda estão em andamento.
A Polícia Federal e o Ministério Público apuraram se os valores foram usados para encobrir desvios de recursos públicos ou para outros fins ilícitos.
A Cedro do Líbano, por sua vez, é uma empresa com contratos governamentais no período de Bolsonaro, o que reforça a suspeita de que os recursos podem ter origem em milionárias verbas públicas desviadas.