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Movimentos convocam ato em SP e denunciam que fome é ‘arma para o extermínio do povo palestino’

À frente da iniciativa que será realizada neste domingo (27), Soraya Misleh acusa bloqueio israelense e exige que governo brasileiro rompa relações com Tel Aviv

A Frente em Defesa do Povo Palestino organiza uma ação contra a fome em Gaza a ser realizada neste domingo (27/07), na Avenida Paulista, em São Paulo.

Segundo a coordenadora da Frente Paulista Palestina, Soraya Misleh, a ação atende a um “chamado global urgente diante do uso criminoso da fome como arma para o genocídio e limpeza étnica de palestinos na Faixa de Gaza” pelo governo de Israel.

A convocação vem em meio a mais um anúncio da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a fome no enclave: 85% da população em Gaza encontra-se às portas do estágio 5 de desnutrição, em que os danos à saúde são potencialmente irreversíveis.

Misleh explica que a fome causada por Israel no enclave palestino não é de agora. “Diante do bloqueio criminoso de Israel à Faixa de Gaza há 18 anos, a situação já era grave: 80% da população em Gaza já dependia de ajuda humanitária e os palestinos já eram submetidos a uma “dieta forçada”, com restrições de água, alimentos e condições de subsistência”, lembra.

Mas a partir de outubro de 2023, quando a mais recente ofensiva de Israel contra Gaza começou, o governo Netanyahu “avalizado pelo imperialismo dos EUA e potências europeias para buscar a solução final na contínua Nakba (a catástrofe palestina)”.

De acordo com a representante da Frente em Defesa do Povo Palestino, Israel usa a fome com objetivo de exterminar o povo palestino. “Eles falam declaradamente em substituir dois milhões de palestinos por judeus sionistas, ou seja, limpeza étnica, e fome é a arma fundamental”.

“Desde que retomou diretamente o genocídio, em março último, o bloqueio criminoso é total, impedindo a entrada de alimentos, água, medicamentos, tudo. Os palestinos sequer podem pescar, porque estão proibidos de acessar o mar de Gaza. Bombardeios destruíram tudo e contaminaram as terras agricultáveis”, detalha.

A questão da fome em Gaza não representa falta de alimentos, explica a organização. “A vida de um milhão de crianças está ameaçada pelo bloqueio israelense, palestinos estão desmaiando de fome e morrendo à espera de alimentos. Enquanto isso, a Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) tem o suficiente em seus armazéns, inclusive em al-Arish, no Egito, para alimentar toda a população de Gaza”.

“A ajuda humanitária entraria pela fronteira de Rafah, sul de Gaza, com o Egito. Há fila de caminhões com alimentos apodrecendo na fronteira com o Egito impedidos de entrar, e colonos sionistas criminosos têm saqueado e queimado toda essa ajuda que impediria a morte da população palestina em Gaza”, lamenta Misleh.
A UNRWA está proibida de atuar no enclave palestino por Israel. Quem está fazendo esta função é a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelo governo norte-americano e israelense.

Contudo, a Frente em Defesa do Povo Palestino lembra que mais de mil pessoas foram assassinados tentando obter os alimentos da GHF. “É uma armadilha mortal, o contrário de humanitário”, insta Misleh.

Diante deste cenário, a ação exige um cessar-fogo imediato em Gaza, o fim do bloqueio, e também que o governo brasileiro sancione Israel, com embargos energéticos referente ao petróleo que exporta, além de ruptura de todas as relações.

*Opera Mundi


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Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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