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‘Medo de ser vaiado’: Tarcísio não irá ao evento com Lula que oficializará acordo com moradores da favela do Moinho

Governador tem agenda em São Bernardo do Campo (SP) no mesmo horário de cerimônia com presidente.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, nesta quinta-feira (26), de um evento que oficializa a solução habitacional para as cerca de 900 famílias da favela do Moinho, no centro de São Paulo (SP). A cerimônia está marcada para as 10h30 no Galpão Elza Soares, na região central da capital paulista.

Já o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que inicialmente era esperado no evento, não comparecerá. Segundo o Palácio dos Bandeirantes, ele participará de outra agenda sobre habitação social, no mesmo horário, em São Bernardo do Campo. A ausência, no entanto, foi bem recebida por moradores do Moinho, que criticam a condução do governo estadual diante da situação da comunidade.

“Ele não é bem-vindo na comunidade”, afirmou o advogado Fernando Ferrari, ex-deputado estadual e mediador das negociações entre os moradores e o governo. “Que bom que ele não vai nesse acordo, porque ele vem de um governo que não é democrático, que não dialoga com a população, mas sim com empresários.”

O acordo é resultado de meses de resistência da comunidade contra tentativas de remoção forçada conduzidas pelo governo estadual. A proposta prevê o repasse de R$ 250 mil por família para aquisição de nova moradia – sendo R$ 180 mil pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida, e R$ 70 mil pelo programa estadual Casa Paulista. Também está previsto um auxílio-aluguel de R$ 1.200 para famílias que aguardarem o imóvel definitivo.

Para a deputada estadual Ediane Maria (Psol), que acompanhou a mobilização da comunidade, a ausência do governador não surpreende. “Tarcísio não entende de política de habitação, não entende de povo. O que ele fez desde o início foi descumprir os acordos com a Secretaria de Patrimônio da União e tentar criminalizar a favela”, afirmou.

“Ele achou que iria jogar para o público, para a sociedade, o processo de criminalização da Favela do Moinho, das pessoas que moram lá, e não conseguiu”, analisa a deputada. “Ele está correndo por medo também, porque ele deve estar com vergonha de ser vaiado, que é o que será feito se ele for pra lá.”

Moradores e apoiadores da favela do Moinho relatam ainda que, durante o período de negociações, foram alvo de diversas violações por parte da Polícia Militar. As denúncias incluem agressões, uso de balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, prisões ilegais e invasões domiciliares sem mandado. Lideranças comunitárias também relataram perseguições.

“Em todo momento tentamos o diálogo com o governo estadual. Mas esse diálogo nunca aconteceu”, completou Ferrari.

*BdF


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