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Documentos revelam que prisioneiro da CIA foi usado para interrogadores praticarem tortura

Ammar Al Baluchi, detido em Guantánamo desde 2006, foi submetido a uma técnica chamada “parede” por até duas horas de cada vez, o que o deixou com lesão cerebral entre “moderada a grave”.

Documentos recentemente desclassificados revelaram que a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA usou um detido no Afeganistão para que interrogadores em treinamento praticassem técnicas de tortura.
De acordo com um relatório de 2008 publicado pelo The Guardian, Ammar Al Baluchi foi usado para ensinar uma técnica de tortura chamada “parede”.

De acordo com a descrição da CIA, isso consiste em atrair o detido em direção ao interrogador e, em seguida, empurrá-lo com força contra uma parede de madeira compensada para fazê-lo voltar na direção do interrogador.

De acordo com os documentos, esse método foi aprovado pelas diretrizes de “técnica de interrogatório aprimorada” enviadas pela sede da CIA.

Um ex-aluno relatou que “todos os alunos do interrogatório fizeram fila” para praticar essa tortura no detento e que seu instrutor “poderia atestar sua capacidade de usar a técnica”.

Ammar Al Baluchi, 44, foi “emparedado” por até duas horas de cada vez, deixando-o com “danos cerebrais moderados a graves”, de acordo com um documento recentemente desclassificado como parte de uma demanda judicial de seus advogados para ele passar por um exame médico independente.

De acordo com o relatório, “no caso particular da ‘parede’, o [Escritório do Inspetor-Geral] teve dificuldade em determinar se a sessão foi projetada para obter informações de Ammar ou para garantir que todos os interrogadores em treinamento recebessem sua certificação”. No entanto, o fato de os interrogadores terem feito fila para torturá-lo sugere que “a certificação era fundamental” para o processo, conclui.

O detido, de origem kuwaitiana, foi acusado de participar dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 e está sob custódia norte-americana na Baía de Guantánamo desde 2006.

*Com Sputnik

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