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Saúde

Justiça autoriza cultivo de maconha para uso medicinal a paciente que sofre de ansiedade e insônia

Juiz federal de Brasília concede salvo-conduto a homem que alegou que só conseguiu melhorar com a terapia a base de óleo de canabidiol.

Um paciente de ansiedade e insônia, em busca do direito de poder cuidar da própria saúde, obteve autorização para cultivar maconha em casa para fim medicinal. A decisão é do juiz federal Antonio Claudio Macedo da Silva, titular da 10ª Vara Criminal da Justiça Federal em Brasília. O paciente alegou que a doença causa decorrências como falta de memória, concentração e crises de pânico.

Ele informou ainda que, entre diversos tratamentos, realizou terapia experimental à base de óleo de canabidiol, extrato derivado de Cannabis (CBD), “o qual surtiu efeitos de melhora não apresentados em tratamentos ortodoxos”.

O autor da ação impetrou um habeas corpus alegando não ser possível a aquisição regular dos medicamentos com CBD “devido aos exorbitantes preços em território nacional”.

Nesse contexto, argumenta não restar outra alternativa, senão o plantio da maconha com fim medicinal e terapêutico, ou seja, destinado ao tratamento médico.

Além disso, o advogado de defesa afirma que o paciente já possui autorização de importação concedida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para medicamentos com o composto.
Entenda como funciona o salvo-conduto

Na sua decisão, divulgada nesta quinta-feira (2), o magistrado determina que a polícia do Distrito Federal deve “a abster-se de promover quaisquer atos que atentem contra a liberdade física, bem como de apreender materiais e insumos destinados ao seu tratamento de saúde, ou mesmo destruí-los”.

O juiz do Distrito Federal diz ainda que a polícia não pode abordar o paciente até mesmo durante o caminho entre “a residência e institutos de pesquisa de aferimento da qualidade destes insumos e também durante o trajeto das sementes importadas, até que não seja mais necessário o uso e cultivo in natura do vegetal Cannabis sativa”.

*Com RBA

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Sequelas: Recuperados da covid sofrem com perda de memória, depressão e ansiedade

“Se essas perdas são recuperáveis é algo que ainda não sabemos”, alerta pesquisador da USP.

Pacientes relataram transtornos psiquiátricos até nove meses após terem alta.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) identificaram danos cognitivos e transtornos psiquiátricos de longo prazo em pacientes que se recuperaram da covid-19. Mais da metade (51,1%) relatou ter problemas de memória após a infecção. Outros 13,6% desenvolveram transtorno de estresse pós-traumático. Além disso, 15,5% apresentaram transtorno de ansiedade generalizada, sendo que em 8,14% deles o problema surgiu após a doença. A depressão também afetou 8% dos pacientes. Destes, 2,5% apresentaram os sintomas ligados ao transtorno somente após a internação.

A pesquisa completa foi publicada nesta segunda-feira (7) na revista General Hospital Psychiatry. O estudo foi feito com 425 pacientes que se recuperaram das formas moderada e grave da covid-19, avaliados no Hospital das Clínicas, na capital paulista, entre seis e nove meses após a alta hospitalar.

Um dos principais achados é que nenhuma das alterações cognitivas ou psiquiátricas observadas nesses pacientes se correlaciona com a gravidade do quadro”, disse o médico Rodolfo Damiano, em entrevista à Agência Fapesp.

Os participantes se submeteram a uma bateria de testes cognitivos para avaliação de habilidades como memória, atenção, fluência verbal e orientação espaço-temporal. Em média, 26,8% da população brasileira sofre com esses transtornos mentais. No grupo estudado, esse índice subiu para 32,2%.

Efeitos

“Observamos bastante perda cognitiva. Em um teste que mede a velocidade de processamento, por exemplo, os pacientes demoravam em média duas vezes mais do que o esperado para a idade”, disse o pesquisador. “E isso foi observado para todas as idades”, conta Damiano. “Além disso, mais da metade relatou, de forma subjetiva, um declínio na memória.”

Nesse sentido, a prevalência de transtorno de ansiedade generalizada (14,1%) foi consideravelmente maior do que a média dos brasileiros (9,9%). Da mesma forma para a depressão, com o dobro da média registrada em pacientes que participaram do estudo. “Se essas perdas são recuperáveis é algo que ainda não sabemos”, alertou.

De acordo com o pesquisador, o agravamento de sintomas psiquiátricos após infecções agudas é algo comum e esperado. No entanto, com nenhuma outra doença viral “se observou tanta diferença e perdas cognitivas tão significativas”. Uma das explicações, segundo ele, é o próprio efeito do vírus no sistema nervoso central”, comenta.

Conforme o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o país tem mais de 632 mil mortes pela covid-19 e chegou a os 26,6 milhões de casos.

*Com informações da Rede Brasil Atual

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