Ataques aéreos de Israel no Líbano colocam região à beira de uma guerra em grande escala, com risco de uma invasão israelense por terra na nação libanesa.
Nos últimos dias, Israel intensificou seus ataques aéreos contra o Líbano, matando meio milhar de pessoas e lesionando mais de 1.645, no dia mais letal para o Líbano desde a guerra de 2006 entre Israel e o grupo de resistência Hezbollah. Milhares de libaneses continuam fugindo para Beirute depois dos massivos ataques de Israel na zona sul do país.
Entre os mortos havia mulheres e crianças; milhares de pessoas fugiram em automóveis e caminhonetes carregadas com pertences e cheios de passageiros – às vezes várias gerações em um veículo –, partindo do sul para Beirute, que recebeu uma nova onda de ataques mais tarde, dirigidos contra Ali Haraki, comandante da frente sul do Hezbollah, que sobreviveu à ofensiva destruidora israelense.
O ministro libanês da Saúde, Firass Abiad, declarou em conferência de imprensa que os impactos atingiram hospitais, centros médicos e ambulâncias. O governo ordenou o fechamento de escolas e universidades na maior parte do país e começou a preparar refúgios para pessoas deslocadas do sul. Israel afirmou ter atingido 800 locais no sul do Líbano, no vale oriental de Bekaa e na região norte, perto da Síria.
Israel levou a região à beira de uma guerra em grande escala e se teme que o ataque possa ser precursor de uma incursão israelense por terra no Líbano. A ameaça de uma guerra aberta aumentou nas últimas semanas.
Ingerências externas
Os Estados Unidos, que têm 40 mil soldados no Médio Oriente, enviarão um pequeno número de tropas adicionais a esta região, ante a possibilidade de que as operações bélicas se intensifiquem e se descontrolem até desembocar em uma guerra regional mais ampla, informou ontem Pat Ryder, porta-voz do Pentágono.
A missão de paz da ONU no Líbano (FINUL) advertiu que os bombardeios de Israel, “não só são violações do direito internacional, como podem constituir crimes de guerra. Qualquer nova escalada desta perigosa situação poderia ter consequências devastadoras e de grande alcance, não só para quem vive em ambos os lados da Linha Azul (a divisória entre o Líbano e Israel), como também para a região em geral”, advertiu.
*Diálogos do Sul