07/01/2019. Crédito: Ed Alves/CB/DA.Press. Brasil. Brasília - DF. Política. Ministro da Economia, Paulo Guedes durante cerimônia de posse do novo presidente do do Banco do Brasil, Rubem Novaes.
Dilma fez muitos inimigos na casta nativa, mas foi o cartel dos agiotas da nação que adicionou o pedido de sua cabeça.
O motivo todos sabem.
Jogou no chão ao menor patamar histórico o spread bancário. ( a diferença financeira entre o que o banco paga a um investidor para obter os recursos e o que ele cobra para emprestar)
Aí, nesse ponto, a atual presidente do banco dos BRICS, Dilma Roussef, selou seu assassinato político patrocinado pela escória do dinheiro grosso.
Não só isso, na cúpula dos piores contraventores “legais”, ficou decidido que o Banco Central seria sequestrado pelos gangsteres para liberar geral o crime de agiotagem em último grau.
Bolsonaro foi quem fez o serviço sujo contra os brasileiros, assinando a “independência” do BC e ainda emplacou, Campos Neto, um canalha de sua total confiança, para presidir tal farra patrocinada pelo sangue do povo.
O resultado é este.
A maior taxa de juros reais do mundo com o aplauso caloroso da mídia oligárquica, sócia da traficância financeira.
A equipe econômica do governo está preocupada com o entusiasmo demonstrado pelo presidente Jair Bolsonaro com os bancos estatais, sobretudo a Caixa Econômica Federal.
Nos planos iniciais do ministro Paulo Guedes, a CEF e o Banco do Brasil, entre outros bancos estatais, já estariam em processo de privatização.
Em setembro do ano passado, Guedes chegou a declarar ao jornal Valor Econômico: “Eu quero privatizar todas as empresas estatais. Essa é a proposta. A decisão final é do Congresso. A minha obrigação é fazer o diagnóstico e entregar a prescrição. O Congresso vai decidir.”
Mas o presidente Bolsonaro o obrigou a recuar. Em dezembro, o ministro teve que soltar nota afirmando que não pretende privatizar nem o Banco do Brasil, nem a Caixa.
A expectativa da equipe econômica era esfriar o assunto para, mais adiante, tentar novamente convencer o presidente da República.
Agora Bolsonaro abraçou uma causa que, quando a então presidente Dilma Rousseff encampou, a partir de abril de 2012, foi fartamente criticada pelos economistas liberais como Paulo Guedes: forçar os bancos públicos a baixarem antecipadamente suas taxas de juros para puxar as taxas dos bancos privados.
Em sua live no Facebook, ontem, Bolsonaro aplaudiu o presidente da CEF: “Por que [a taxa de juros do cheque especial] baixou de 13% para 8%? Porque a Caixa Econômica botou a 5%. Então o Pedro Guimarães, presidente da Caixa, está de parabéns. Se não é o Pedro ter essa iniciativa, continuaria a 13%, a 14%, ia até aumentar.”
A Caixa tem reduzido a taxa de juros para a modalidade de crédito, hoje em 4,99%. Por conta disso, segundo Bolsonaro, tem atraído 500 mil novos clientes por mês. Na segunda-feira, 6, entrou em vigor resolução do Conselho Monetário Nacional que que limitou os juros do cheque especial a 8% em todos os bancos no país.
Quando o CMN tomou a decisão, no ano passado, já foi em meio a críticas do presidente quanto às taxas de juros. Na época, Bolsonaro chegou a dizer que reduções anteriores da taxa básica de juros eram feitas “na canetada”, em referência à ex-presidente.
A equipe econômica tem sentido cada vez mais as pressões do Palácio em torno da questão dos juros. No início de dezembro, ele deixou escapar que a taxa básica de juros chegaria 4,5% até o final de 2018. Depois, ao notar que estava antecipando uma decisão que cabe ao Banco Central, consertou: “Eu torço, né?”.
Na live de ontem ele se soltou:
“Vai para a Caixa todo mundo aí, tá legal? Sai desses bancos outros aí, e vem para a Caixa. A não ser que os bancos sigam o exemplo da Caixa Econômica. Caso contrário, o Pedro vai matar os outros bancos, o Pedro é um exterminador de bancos com esses números que está apresentando do cheque especial e de outros empréstimos aí e também para casa própria, etc.”, disse Bolsonaro.