Quando elogio vira desprezo
No passado, dizer que fulano era um homem de sorte sempre soou a elogio. Quem não inveja um homem de sorte? Quem não gostaria de estar ao seu lado na esperança de beneficiar-se da sua sorte?
Os que dizem agora que Lula é um homem de sorte o fazem com a intenção de rebaixá-lo. Se a economia melhorou, não foi também graças a Lula, mas principalmente a razões conjunturais.
Lula é apenas um homem de sorte? Pelo bem do país, tomara que continue sendo. Nada pior do que um governante sem sorte. Bolsonaro, por exemplo. Para sorte do país, foi derrotado.
Se seus direitos políticos acabarem cassados, ele será o primeiro líder populista de extrema direita do mundo a ser derrotado pelo voto popular ao tentar se reeleger e, em seguida, a ser punido.
Donald Trump também foi derrotado e será julgado em agosto próximo por ter surrupiado da Casa Branca documentos secretos. Mas, se condenado, não estará impedido de disputar eleições.
Se preso, poderá disputá-las. Nos Estados Unidos, inexiste algo como a lei da ficha limpa. Caso se eleja, Trump poderia governar de trás das grades. Ou conceder perdão a si mesmo.
Bizarro? Pois é. A Constituição americana é analógica em tempos de inteligência artificial. Nem tudo que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.
*Blog do Noblat
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