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Bolsonaro desaba em popularidade digital após cerco sobre joias e hacker

IPD da Quaest mostra dificuldade de ex-presidente em manter relevância nas redes em meio a imbróglios judiciais

Jair Bolsonaro (PL), que já vinha tendo dificuldades para manter sua popularidade digital em alta desde a saída da Presidência da República, despencou em relevância nas redes após a operação da Polícia Federal que cumpriu diligências para apurar suposto esquema de desvio de joias.

A repercussão do caso e as declarações do programador Walter Delgatti Netto, conhecido como hacker da Vaza Jato, também colaboraram para que o ex-presidente marcasse suas pontuações mais baixas desde 11 de maio, antes mesmo de ser considerado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Os dados são do IPD (Índice de Popularidade Digital), analisado diariamente pela empresa de pesquisa e consultoria Quaest. Ele é calculado por um algoritmo que coleta e processa 152 variáveis das plataformas Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipédia e Google. Os resultados variam de 0 a 100 pontos, diz a Folha.

No fim de maio, Bolsonaro alcançou bons resultados no IPD na esteira de tropeços do atual mandatário, Lula (PT). Em 29 de maio, alcançou 42,41 pontos, ante 43,55 do atual ocupante do Palácio do Planalto, após a visita, amplamente criticada pela oposição, do ditador venezuelano Nicolás Maduro ao país.

O ex-presidente, então, manteve-se estável até sua inelegibilidade, declarada pelo TSE em 30 de junho, quando esteve em evidência e viu seus índices crescerem, mas não o suficiente para ultrapassar o atual chefe do Executivo brasileiro. Marcou 43,34 pontos, contra 53,93 do petista.

Julho também foi um mês de estabilidade para o ex-mandatário nas redes, mesmo com a divulgação de relatório do Coaf acusando o recebimento de R$ 17,2 milhões via transação por Pix nos seis primeiros meses deste ano. Durante a divulgação dos valores, Bolsonaro marcou por volta de 34 pontos.

É a partir de 11 de agosto, porém, que a situação de Bolsonaro começa a se complicar em termos de visibilidade nos espaços digitais. Com a operação da PF, que deflagrou nova fase de investigações sobre o suposto esquema de desvio de joias, caiu de 35,61 para 23,85 pontos no dia seguinte.

A sequência de informações sobre a ação, batizada de Lucas 12:2 e que apontou as digitais do ex-presidente na suspeita de desvio de bens públicos para enriquecimento pessoal, acelerou, inclusive, as discussões sobre sua possível prisão, vista por especialistas como pouco possível neste momento.

Para além da repercussão do caso das joias, com uma nova operação de busca e apreensão contra Frederick Wassef e as confusas declarações do novo advogado do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, a ida de Delgatti à CPI do 8 de janeiro dificultou qualquer reação nas redes.

O programador disse que a campanha do ex-presidente planejou forjar a invasão de uma urna eletrônica durante as celebrações do 7 de Setembro de 2022, e afirmou ter recebido pedido para assumir a autoria de um grampo de conversas de Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

Durante toda a última semana, a popularidade digital de Bolsonaro oscilou entre 23 e 25 pontos, menor patamar desde 11 de maio, quando teve pontuação de 11,88.

Já Lula manteve-se estável em visibilidade após uma sequência de oscilações envolvendo a visita de Maduro e a MP (Medida Provisória) da Esplanada, aprovada pelo Congresso Nacional em 31 de maio, último dia de validade do texto.

Continuou, durante todo o período, à frente nos índices, mas diferentemente do que ocorreu com Bolsonaro em 29 de maio, por exemplo, o atual mandatário não obteve aumento na popularidade digital após os revezes políticos e jurídicos do ex-presidente.

Atualmente, a diferença entre os dois é de cerca de 26 pontos.

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