Após acusação do presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, incluiu a previsão de pagamento do 13º para beneficiários do Bolsa Família na Medida Provisória 1000/20, que prorrogou o auxílio emergencial até dezembro. A informação foi confirmada à coluna por auxiliares do presidente da Câmara e pelo governo.
A MP está na pauta do Plenário da Câmara desta sexta-feira (18), mas possivelmente a medida só será votada na semana que vem. O presidente da Câmara articulou com o relator da MP, deputado Marcelo Aro (PHS-MG), a inclusão do tema do 13º do Bolsa Família no texto, que possivelmente será feito por meio de um parecer.
Ontem (17), na live semanal nas redes sociais, o presidente Bolsonaro disse que Maia era o culpado pelo fato de os beneficiários do Bolsa Família não receberem uma 13ª parcela do programa neste ano. À Folha de S. Paulo, o deputado respondeu chamando o chefe do Executivo de mentiroso.
Apesar da afirmação de Bolsonaro, a MP não foi votada por causa de uma articulação do próprio governo, que previa um impacto de R$ 8 bilhões aos cofres públicos.
À coluna, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, disse que há uma regra não regimental que impede que a votação aconteça hoje. “O relatório da MP precisa ser publicado com 24 horas dê antecedência”, afirmou. O governo articula com parlamentares para minimizar o impacto de uma eventual aprovação e avalia as possíveis consequências da votação.
Apesar disso, Maia articula com líderes e com a oposição para que a medida avance no máximo da semana que vem.
Eleição no Congresso
A queda de braço entre Maia e o Palácio do Planalto tem como pano de fundo a disputa pelo comando da Câmara. Maia, que deixa o cargo em fevereiro, tenta fazer o seu sucessor, e formar um bloco amplo com apoio da oposição. Já o governo tenta emplacar o deputado Artur Lira (PP-AL).
No Planalto, a medida de Maia está sendo vista como retaliação. Segundo auxiliares do presidente, Maia estaria agindo de forma “irresponsável”. Nas palavras de um interlocutor, não se pode fazer bondades com o chapéu alheio e é preciso estudar a viabilidade econômica das medidas.
Há o receio ainda que durante uma eventual votação da MP o auxílio emergencial possa ser ampliado e elevado de R$ 300 para R$ 600.
*Com informações do Uol
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