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Por uma ordem cultural

O capitalismo cultural, se é que podemos chamar assim esse que já foi um dos maiores ativos financeiros dos grandes bilionários, tem regras muito claras. Para ser aceito nessa raia verticalizada, era preciso passar pelo filtro dos produtores medalhonados pelo mercado.

Tratava-se de um Jogo pesado que, na maioria das vezes, para sua “estrela brilhar”, você deveria, junto, ajudar a apagar a dos outros.

Sim, esse mundo sempre foi um campo de guerra onde as batalhas eram sangrentas e não obedeciam limites éticos e nem ambições pequenas.

A lógica era, lançou um produto hoje, amanhã pela manhã já tem que fazer sucesso. Essa era a regra nº1 daquela quimera para a imensa maior parte dos artistas.

Boa ou ruim, a coisa tinha que render muita grana para os barões mundiais da indústria cultural de massa.

Também por isso, quem esperava um plano robusto para as políticas públicas de cultura, se decepcionava.

Nunca falamos abertamente sobre esse assunto, sobre um caminho novo, sobre uma outra lógica que ao menos pudesse servir de proposta para um outro olhar sobre a produção artística.

Daquele mundo milionário só restaram os vícios e cacoetes ainda mais enviesados e completamente fora da realidade atual. Por isso, é urgente que se apague tudo, inclusive as soluções propostas pelos tecnocratas que operam no setor público com os mesmos vícios neoliberais que enxergam o Estado como uma empresa, o que é trágico.

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BBB não reflete a sociedade brasileira, mas a caricatura do Brasil

Temos lido que o que ocorre no Big Brother Brasil reflete o comportamento da sociedade brasileira. Não assisto BBB, mas pelos comentários que refletem o programa, é nítida a manipulação da Globo para conseguir o que sempre almeja, audiência.

Isso faz lembrar a mesma Globo, décadas atrás, exilando os grandes compositores, grandes músicos brasileiros para colocar no lugar o lixo da indústria fonográfica, brasileiro ou internacional, quando criou uma espécie de mantra que se transformou num esperanto das grandes gravadoras internacionais: “Não interessa a qualidade artística de um grande compositor, de um grande intérprete, mas sim, sua atitude”.

Na verdade, essa atitude tida como preponderante para se vender um produto artístico em que o tal artista se propôs a virar, era um leque de estereótipos efêmeros que, desgastados, em dias, era substituído por outros com “novos  comportamentos”.

É isso que a Globo faz agora, porque é da natureza da própria indústria da cultura de massa, da qual a emissora é a nave mãe no Brasil.

Não foram poucas as porcarias que a Globo sempre vendeu como se fossem reflexo da cultura do povo brasileiro, amesquinhando uma cultura extremamente rica e diversa de uma enorme parcela da sociedade que sempre preservou o que há de mais rico na nossa identidade, numa atitude política impressionante com uma capacidade de resistência e luta que jamais se deixou atropelar pelo trator do capitalismo cultural.

Mas para um cidadão médio que, na maioria das vezes, foi forjado dentro desse ambiente encapsulado dos interesses da indústria cultural e, com isso, ignorando seu próprio universo identitário, essa balela do exótico apimentado, jogado na conta dos pobres com a justificativa de fazer programas ou produções popularescos, é aceito como verdade absoluta.

No Brasil, a ignorância mediana parece não ter fim. E essa ideia de que ali, naquele balaio de novas modas conceituais há uma realidade do Brasil, é o mesmo que foi criado para servir à elite econômica e produzir personagens políticas como Collor, Bolsonaro, Moro e o próprio FHC, com seu neoliberalismo mofo, cheirando à naftalina que está sendo novamente apresentado como a salvação do país desde o golpe contra Dilma, com as reformas que prometem um Brasil maravilha que, na realidade, promovem uma segregação nunca vista na história desse país, que aumenta de forma instantânea a pobreza, a miséria com cada vez menos brasileiros tendo acesso a empregos, à alimentação, pagando no gás, na gasolina, no diesel, entre muitos outros produtos, como a cesta básica, preços internacionais, enquanto o salário de quem ainda tem emprego está congelado, quando não reduzido.

O resultado não poderia ser outro que não essa tragédia que a pandemia neoliberal está produzindo com a pandemia da Covid-19. É tudo uma coisa só.

Para essa gente, o que interessa é produzir grosserias saudando uma suposta realidade brasileira, colocando-nos na condição política de colônia escravocrata para servir aos interesses do grande capital, nacional e internacional.

O BBB, que tem causado vertigem em muita gente de que é isso a realidade brasileira, é somente mais uma das muitas caricaturas que a Globo produziu no país desde a sua criação como rede de televisão.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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