Chico é o vencedor do Prêmio Camões de 2019, o mais prestigiado troféu da língua portuguesa, e deve receber a condecoração em uma cerimônia em Portugal em abril do próximo ano.
Bolsonaro, no entanto, ainda não assinou o certificado do prêmio e, ao ser questionado por jornalistas nesta terça-feira, disse que ‘tem até 2026’ para assinar o diploma.
Primeiro, que eu tenho dúvidas de que Bolsonaro saiba escrever, que fará assinar. Vale polegar?
Segundo que, com o caso da Marielle fungando cada vez mais em seu cangote, se chegarem ao mandante do crime, ele cai na hora.
Então, falar em 2026 para quem está na beira do barranco, é uma gigantesca piada.
O fato é que arte não é o forte dos dois neurônios de Bolsonaro. O clã está acostumado a condecorar milicianos assassinos, sobretudo os que prestaram “grandes serviços” à família delinquente.
Outra, Chico Buarque não é torturador e, muito menos, nazifascista.
Pra que Bolsonaro assinar a honraria?
Convenhamos, honra para o Chico é Bolsonaro não assinar.
Chico e Bolsonaro sempre estiveram em posições diametralmente opostas. Chico, um gênio da nossa cultura. Bolsonaro, um jumento revestido de farda militar. A mesma farda que impôs ao país duas décadas de ditadura a qual Chico dedicou a sua carreira a combater em cada frase, em cada palavra as atrocidades que Bolsonaro defende.
A concepção de mundo de Bolsonaro é o da violência, o da morte, o do sangue. A de Chico é a da síntese do amor, da arte brasileira, da grandeza do nosso povo.
Por isso, seria bom que esses dois extremos não cruzassem sequer através do polegar analfabeto de Bolsonaro estampado no prêmio de Chico, pois descaracterizaria o próprio sentido de toda a magnífica obra do gênio Chico Buarque.
*Carlos Henrique Machado Freitas