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Bolsonaro e Heleno receberam chefe da Receita no dia da devassa ilegal contra inimigos

Ex-presidente e ex-ministro que chefiava pasta mais golpista do antigo regime tiveram encontro com Ricardo Pereira Feitosa logo após ação criminosa que mirou desafetos.

De acordo com a Forum, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno tiveram encontros com o então chefe do setor de Inteligência da Receita Federal, Ricardo Pereira Feitosa, no mesmo dia em que o servidor realizou uma devassa ilegal contra os dados fiscais de desafetos e inimigos do então mandatário de extrema direita.

As ações criminosas e típicas de ditaduras ocorreram a partir de 10 de julho de 2019, quando bases de dados fiscais sigilosos de algumas personalidades e autoridades foram invadidas e copiadas, como do procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, que liderava o inquérito das “rachadinhas” atribuídas ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, do àquela altura ex-ministro Gustavo Bebianno e do empresário Paulo Marinho, ambos antigos aliados e que estavam rompidos com Bolsonaro, inclusive tecendo críticas ao então chefe de Estado.

Um dia antes, em 9 de julho, segundo a reportagem da Folha de S.Paulo, que teve acesso às planilhas de acesso ao Palácio do Planalto, Feitosa já tinha ingressado no local para se reunir com autoridades federais. No auge da conduta criminosa de pegar dados pessoais e protegidos pela Constituição, em 16 de julho, Feitosa foi então outra vez ao Planalto e se reuniu com o general Augusto Heleno, às 17h45, conforme o registro.

Feitosa compilou dados referentes ao Imposto de Renda, a ativos e operações financeiras especiais e ao comércio exterior utilizando uma plataforma abastecida por 29 fontes de dados diferentes, tudo para dar informações sigilosas para que Bolsonaro pudesse eventualmente agir contra essas pessoas a quem chamava de inimigos.

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O alerta que o chefe da Receita fez no telefonema com Bolsonaro sobre as joias

O ex-presidente Jair Bolsonaro mostrou a auxiliares duas preocupações centrais em relação às joias enviadas pelo regime da Arábia Saudita retidas pela Receita Federal: evitar que as peças de diamantes fossem para leilão e impedir que ficassem com seu sucessor, o presidente Lula.

Ex-integrantes do gabinete de Bolsonaro relataram que o alerta sobre o leilão foi feito ao então presidente pelo próprio ex-chefe da Receita Julio Cesar Gomes. O tema foi abordado em uma conversa telefônica entre ambos, em dezembro do ano passado. Segundo ex-membros do gabinete da presidência de Bolsonaro, o contato foi feito por Julio Cesar, que tinha canal direto com o então chefe do Executivo.

Depois da conversa, o ex-presidente disse a auxiliares que não queria “deixar nada pro Lula”. Com isso, determinou que seu gabinete entrasse em contato com o ex-chefe da Receita, para que lhe desse as orientações de como proceder para retirar as peças avaliadas em R$ 16,5 milhões.

As joias enviadas pela Arábia Saudita e que seriam destinadas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro estavam próximas de serem leiloadas devido à falta de manifestação por parte do governo. O documento que declarou a “pena de perdimento aos bens por abandono” pela Receita é de julho do ano passado. O auto foi emitido após as diversas tentativas do governo federal de reaver as peças, sem sucesso.

Procurado para falar sobre o telefonema, o ex-secretário da Receita Julio Cesar não respondeu aos questionamentos da coluna.

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