Moro celebra o recorde de apreensão de cocaína pela Polícia Federal e a redução de homicídios como se fosse mérito do atual governo, mas é cedo para afirmar isso.
Luís Francisco Carvalho Filho, advogado criminal, assina artigo na Folha deste sábado (5) alertando para a “distorção voluntária e oportunista dos resultados” da segurança pública por parte de Sergio Moro, que como outros gestores tenta “iludir, enganar” o público para alcançar alguma “sobrevivência política”.
Moro celebra o recorde de apreensão de cocaína pela Polícia Federal e a redução de homicídios como se fossem conquistas de sua gestão frente ao Ministério da Justiça, mas é muito “cedo para atribuir a melhora de índices criminais ao bolsonarismo”.
O Ministro esconde, por exemplo, que em matéria de apreensão de cocaína, a curva é ascendente desde 1996. “Comemoraram-se sucessivos recordes desde então. Em 2017, no governo Temer, foram 48 toneladas; em 2018, mais de 79.” O “sucesso não é obra repentina de Moro”, diz o especialista.
Da mesma maneira, a redução de homicídios também foi detectada em 2018, antes de Bolsonaro assumir, assim como a redução do roubo de veículos (14,2%) e de cargas (20,2%).
“É prematuro, mas Sergio Moro se aproveita dos acontecimentos para alardear eficiência. Cumpre assim dupla função no cenário populista: atenua o impacto negativo do discurso invariavelmente obscurantista do chefe, o que o fortalece no círculo íntimo da Presidência da República, e transmite para a população, especialmente para os fãs ingênuos do juiz que encurralou a corrupção política, o sentimento de que, agora sim, o governo combate a criminalidade.”
*Com informações do GGN