A economia brasileira registrou contração de 0,2% no primeiro trimestre de 2019 na comparação com o quarto trimestre do ano passado, o primeiro resultado negativo desde o final de 2016, de acordo com dados oficiais publicados nesta quinta-feira.
O resultado coincide com a estimativa média de 32 economistas consultados pelo jornal Valor Econômico e indica, segundo os analistas, a frustração dos meios empresariais diante das dificuldades do governo Jair Bolsonaro em implementar seu programa de reformas pró-mercado.
Comparado a igual período de 2018, o Produto Interno bruto (PIB) avançou 0,5%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado de 12 meses, o índice marca um crescimento de 0,9%, confirmando a anemia da atividade econômica, que em 2017 e 2018 cresceu apenas 1,1% depois de dois anos de recessão;
Comparando o primeiro trimestre deste ano ao último de 2018, os setores da agropecuária (-0,5%) e indústria (-0,7%) retrocederam, enquanto os serviços subiram 0,2%.
Os investimentos em bens de capital retrocederam -1,7%. O consumo das famílias (+0,3%) e compras do Governo (+0,4%) foram positivos.
No setor externo, as exportações de bens e serviços caíram (-1,9%), enquanto as importações de bens e serviços cresceram 0,5% em relação ao trimestre anterior.
A última vez que o Brasil registrara uma contração trimestral da economia havia sido no quarto trimestre de 2016 (-0,6%).
O país, que ainda não se recuperou totalmente da recessão de 2015-2016 e contabiliza cerca de 13 milhões de desempregados, está diante de uma eventual nova recessão, definida por duas contrações trimestrais consecutivas.
Os analistas enumeram vários fatores que afetaram a economia este ano, como a ruptura em janeiro da barragem de Brumadinho, que deixou 245 mortos e 25 desaparecidos e provocou a contração de 6,3% das atividades extrativistas no primeiro trimestre.
Mas destacam, sobretudo, a frustração provocada pelos atrasos na aprovação das reformas prometidas, particularmente a do sistema Previdenciário.
Nos cinco meses deste ano, o governo se viu mergulhado em polêmicas com seus próprios aliados, o que atrasou a tramitação dessas reformas e prejudicaram a confiança dos mercados.
*Com informações do A Postagem