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Novo chanceler terá de explicar na Câmara postura de embaixador em Paris

De acordo com matéria publicada por Jamil Chade, Uol, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira a convocação do chanceler Carlos França para que ele explique declarações concedidas pelo embaixador do Brasil em Paris, Luis Fernando Serra, e para que esclareça quais são as orientações que diplomatas brasileiros têm recebido nos postos no exterior sobre a pandemia no país.

O requerimento havia sido apresentado pelo ex-ministro da Saúde e deputado Alexandre Padilha (PT-SP) e o novo ministro comparecerá à Comissão no dia 28 de abril. O Itamaraty também terá de prestar esclarecimentos sobre instruções a seus embaixadores, enquanto o diplomata que representa o estado brasileiro na França também será convidado para se explicar em diferentes comissões na Câmara dos Deputados.

Numa entrevista que foi ao ar na semana passada, Serra afirmou à imprensa em Paris que a culpa por hospitais desbordados hoje no país é da falta de investimentos da esquerda em saúde.

Ao ser confrontado ao vivo com os dados de mortes e diante do comentário de um jornalista francês de que existe uma percepção de que o presidente Jair Bolsonaro “não faz muita coisa” para lidar com a pandemia, o embaixador subiu o tom:

“Ah, você acha que ele faz pouca coisa? Então vou te dizer uma coisa: o Brasil é o quarto, quinto país do mundo que mais vacinou. Você sabia disso? Fale isso, fale isso!”, insistiu o diplomata, arregalando os olhos. “O presidente vacinou 30 milhões de brasileiros.

“E, por conta desse dado, nós somos o quinto país que mais vacinou, depois dos EUA, China, Índia e Reino Unido. Você não acha que esse é um bom resultado?”, retrucou.

Serra, que chegou a ser cogitado para ser chanceler e substituir Ernesto Araújo, será convidado para participar de uma audiência diante dos deputados e explicar suas declarações.

Mas em nenhum momento o diplomata explicou que mais de 80% das vacinas hoje no país fazem parte do acordo entre o Butantan e a Sinovac. Sua resposta passava a impressão de que a campanha de vacinação era obra de Bolsonaro. O diplomata tampouco explicou que, em proporção ao tamanho da população, o Brasil não aparece nem entre os 50 países que mais vacinaram.

Nesse momento, o apresentador tentou interromper, mas foi cortado pelo embaixador. “Deixe eu terminar”, insistiu o brasileiro. “Se os hospitais estão lotados é por causa dos 24 anos da esquerda no Brasil, que não construiu hospitais suficientes”, afirmou.

O que a Câmara quer saber agora é se o embaixador em Paris teve alguma orientação específica para se pronunciar diante da imprensa francesa.

“Qual a orientação deste Ministério das Relações Exteriores para embaixadores brasileiros no exterior sobre manifestações públicas a respeito do enfrentamento à pandemia no Brasil?”, questiona o documento.

O requerimento ainda pergunta se “a difusão de mentiras e notícias falsas a respeito da saúde pública e enfrentamento à pandemia no país por parte de embaixadores do Brasil no exterior é orientação deste Ministério das Relações Exteriores?”

Por fim, o deputado questiona se as declarações do embaixador do Brasil na França, Luis Fernando Serra, no sentido de que hospitais lotados são decorrentes de 24 anos de esquerda no país, contam com a anuência do Itamaraty.

“Desta forma, considerando que a propagação de notícias falsas por autoridades públicas no exterior é conduta gravíssima e que mancha a história das relações internacionais brasileiras, ademais de matéria de amplo interesse deste Congresso Nacional, de suas Casas e Comissões e a teor do quanto disposto no art.116 do RICD, com a urgência que se faz necessária, requeiro as informações aqui solicitada”, diz o requerimento.

“É importante dizer que não cabe a qualquer embaixador espalhar mentiras e desinformar os meios de comunicação por motivos ideológicos ou mesmo para tentar mascarar a realidade da tragédia da pandemia no país”, aponta o texto, citando a matéria publicada pela coluna do Uol.

“Ademais, essa forma de interferência em assuntos de relações internacionais representa grave afronta às relações exteriores brasileiras, bem como aos demais poderes”, diz. “Deste modo, solicito o apoio dos nobres pares para esta convocação a fim de que possa, o senhor ministro, fornecer à esta Comissão as devidas explicações sobre os fatos aqui relatados”, completa o requerimento.

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