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Rússia: Contra sanções, partido de Putin sugere nacionalizar empresas estrangeiras

Decisão de companhias de deixar Rússia é “decisão puramente política”, disse o secretário do Conselho Geral do Rússia Unida, Andrey Turchak.

O partido Rússia Unida, do qual o presidente Vladimir Putin é membro, sugeriu nacionalizar a produção de companhias estrangeiras que estejam deixando o país por conta das sanções impostas por EUA e União Europeia. A informação é da agência oficial RT.

“O Rússia Unida propõe nacionalizar a produção das empresas que anunciam sua saída e o fechamento da produção na Rússia durante a operação especial na Ucrânia. Esta é uma medida extrema, mas não toleraremos facadas nas costas e protegeremos nosso povo”, disse o secretário do Conselho Geral do Rússia Unida, Andrey Turchak. A “operação especial” a que Turchak se refere é a ação militar de Moscou contra o território ucraniano.

Turchak disse considerar que a decisão das companhias de deixar a Rússia é uma “falência premeditada” e uma “decisão puramente política”, comparando as sanções a uma guerra. Na semana passada, o próprio presidente Putin chegou a dizer que as medidas se comparam a um ato de guerra.

“Esta é uma guerra real, e não contra a Rússia como um todo, mas contra os cidadãos. Não vamos olhar para ela com indiferença. Tomaremos duras medidas de retaliação, agindo de acordo com as leis da guerra”, afirmou Turchak.

Desde a imposição de sanções, várias empresas já anunciaram que deixarão de operar na Rússia. A lista de companhias abrange desde fabricantes de celular, como Samsung e Apple, a operadoras de cartões de crédito como Visa e Mastercard até lojas como Ikea e H&M. A plataforma de streaming Netflix também anunciou que vai sair do país.
Sanções

União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido, além de outros países alinhados aos europeus e norte-americanos, anunciaram pesadas sanções financeiras e econômicas contra membros do governo, bancos e grandes empresas russas como uma forma de responder à guerra na Ucrânia.

Entre as medidas mais duras, está a exclusão de bancos russos do sistema financeiro Swift, que permite mensagens instantâneas e a rápida emissão de ordens de pagamento nas transações de compra e venda internacionais, além de congelarem 50% dos ativos no exterior do Banco Central, uma medida com potencial de paralisar as operações bancárias na Rússia ao deixar as instituições sem garantia de liquidez por parte da autoridade monetária.

Além disso, grandes empresas e instituições financeiras foram vetadas de fazer negócios nos países citados.

Uma das primeiras consequências foi a maxidesvalorização do rublo, que perdeu 86% do seu valor desde o início da guerra russa contra a Ucrânia. Além disso, a subsidiária europeia do banco Sberbank, o maior da Rússia, entrou com um pedido de falência. O Banco Central russo é o maior acionista do Sberbank.

*Com Ópera Mundi

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Grande dia! Governo vende hoje o futuro do Brasil

Por Dilma Roussef

A rodada de leilão de excedentes da cessão onerosa do pré-sal representará um atentado gravíssimo e de prejuízos sem precedentes à nossa soberania.

Um crime será cometido contra o Brasil. Mais um, mas certamente um dos mais graves, contra um país que, enquanto se choca com abusos cometidos pelo presidente de extrema-direita, pode custar a perceber que o ministro da Economia impõe, sem qualquer cerimônia, a mais brutal e destruidora agenda neoliberal.

A rodada de leilão de excedentes da cessão onerosa do pré-sal representará um atentado gravíssimo e de prejuízos sem precedentes à nossa soberania. Um dano irreparável de entrega de nossas riquezas naturais a estrangeiros e de privação dos brasileiros de recursos que lhes pertencem. Um verdadeiro crime de lesa-pátria, que somente a mobilização nacional poderia impedir.

A AEPET (Associação dos Engenheiros da Petrobras) fez um estudo minucioso sobre o leilão e evidencia que o Brasil sofrerá perdas sem precedentes, que seriam evitadas se, em vez de entregar à exploração dos poços do pré-sal a petroleiras internacionais, o governo exercesse o direito legal de contratar diretamente a Petrobras para este trabalho.

Segundo a AEPET, as áreas da cessão onerosa são as melhores e mais produtivas do pré-sal. Das cinco áreas de maior produção no Brasil, três estão localizadas nesse campo. São as mais produtivas do mundo. Se contratasse a Petrobras para a exploração dessas áreas, “o Estado brasileiro poderia ter uma receita líquida, a valor presente, de R$ 987,962 bilhões. Dessa receita, R$ 270 bilhões poderiam ser destinados a todos os Estados e Municípios”.

Entretanto, por causa de resoluções manipuladas do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) e das regras do leilão, algumas sem amparo legal, a receita da União pode cair para apenas R$ 653 bilhões e causar um prejuízo à União, Estados e Municípios, a valor atual, de R$ 343,647 bilhões.

Algumas mudanças nos procedimentos beneficiam os candidatos às licitações provocando reduções no montante de recursos previstos para os três entes federativos. As petroleiras serão autorizadas a fazer uma série de abatimentos e trocar débitos por óleo produzido no futuro, o que diminuirá recursos de royalties e do fundo social. Até o bônus de assinatura, fixado em R$ 106,5 bi, poderá ser pago pelas empresas licitantes por meio de petróleo a ser extraído futuramente. O valor, assim, servirá apenas para reforçar a curto prazo, contabilmente, o caixa do Tesouro. Com estes abatimentos, a parte dos estados e municípios cairá para apenas R$ 9,6 bilhões.

O estudo técnico demonstra que o governo federal, para fazer caixa imediato, abrirá mão de rendimentos muito maiores e perenes e de investimentos futuros em saúde e educação públicas. Além disso, nota técnica elaborada pelos ex-diretores da Petrobras Guilherme Estrella e Ildo Sauer afirma que a União cometerá erros estratégicos graves: abdicará da capacidade de influenciar nos preços internacionais do petróleo, controlando o ritmo de produção, impedirá o Brasil de fazer crescer sua influência geopolítica no mundo e ainda negligenciará da cobrança do uso de conteúdo local na produção de equipamentos.

Adotada em nossos governos, a política de conteúdo local, coordenada pelo Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), representou um salto sem precedentes na indústria e na engenharia nacionais: criou empresas e empregos de qualidade, reativou a indústria naval e chegou a adotar um índice de nacionalização de mais de 65% em equipamentos, serviços e tecnologia. Começou a ser destruída pelo governo golpista de Michel temer e, hoje, ainda mais desmontada, tornará o fornecimento de equipamentos e serviços ao setor de petróleo e gás monopólio de empresas estrangeiras.

Este governo faz justamente o oposto do que nossos governos fizeram, quando patrocinamos a descoberta do pré-sal e iniciamos sua exploração sob uma legislação que garantia que a maior parte da renda obtida ficaria para o povo brasileiro, constituindo um passaporte para o futuro por meio dos investimentos em educação e saúde. Hoje, tentam transformá-lo em puro instrumento para o lucro fácil de empresas estrangeiras.

O atual governo entrega de mão beijada a nossa maior riqueza e a salvaguarda do nosso futuro como Nação. E reduz a pó a lei criada por Lula que garantia à Petrobras preferência na exploração dos excedentes de petróleo .

*[Cessão onerosa é um regime especial de exploração e produção de petróleo e gás no Brasil, criado por Lula em 2010, por meio do qual a União cede à Petrobras o direito de produzir até 5 bilhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás) em áreas do pré-sal. No entanto, verificou-se depois que estes poços têm potencial para extração de até 25 bilhões de barris, o que autoriza a União a contratar a Petrobras para continuar a exploração. A exploração destes excedentes de petróleo é que será desnacionalizada no leilão].

 

 

*Do GGN