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O problema dos militares não é Lula, mas o apoio irrestrito a uma figura nefasta como Bolsonaro

O que a história vai narrar sobre Bolsonaro é de um celerado que investiu pesadamente no vírus contra a população brasileira e, de várias formas, produziu percentualmente a maior quantidade de vítimas fatais por covid no mundo.

Esse tema não foi tão abordado durante a eleição, porque Bolsonaro no poder estampava nas redes, nos sites e na Jovem Pan uma série de falsas polêmicas para tirar esse genocídio do foco.

A ligação extra dos militares com o governo Bolsonaro cobrará uma fatura altíssima das Forças Armadas, mesmo que não sejam todos os militares que tenham aderido a uma cegueira bolsonarista de um personagem que, há 35 anos, foi escarrado dos quadros do exército, por ser considerado de altíssima periculosidade não só para as Forças Armas, mas também para o país.

Na verdade, esse assunto não é nem mencionado pelos militares, da ativa ou da reserva, porque não há o que contradizer ou atenuar a gravidade de um baderneiro terrorista, que mereceu do alto comando militar da época, a maior desonra que um soldado pode receber.

Assim, não há qualquer influência política na decisão do exército de tratar Bolsonaro como um delinquente, perigoso, um psicopata capaz de espalhar bombas dentro dos quartéis e dinamitar a estação do Guandu, no Rio de Janeiro.

Esse Bolsonaro, que pintou e bordou, no sentido mais psicopata que um cidadão pode protagonizar, hoje faz parte de um custo político que as Forças Armadas terão que amargar daqui por diante, sem qualquer necessidade de instalar uma comissão da verdade, tal a maneira escancarada com que Bolsonaro agiu contra a população sob o silêncio obsequioso dos militares.

O futuro aterrorizante para Bolsonaro, com a quebra de sigilo de 100 anos, mais os crimes de corrupção cometidos pela família, sobretudo os de formação de quadrilha e peculato, chamado de forma eufêmica de rachadinha, mesmo que o esquema tenha contado com criminosos comuns, como o miliciano, Fabrício Queiroz e toda a família de Adriano da Nóbrega, líder da milícia de Rio das Pedras e chefe do perigoso escritório do crime.

A coisa vai muito além de um esquema de fantasmas e laranjas, e isso tudo, depois do dia 31 de dezembro, começará a ser descortinado, porque nos quatro anos em que governou o país, Bolsonaro cometeu os maiores absurdos para abafar os escândalos que, sem dúvida, virão à tona.

Outros fatos, como a corrupção no ministério da Saúde na gestão Pazuello, a do ministério da Educação com os pastores lobistas, na gestão Milton Ribeiro, que frequentavam o gabinete do presidente da República de forma recorrente e o roubo de madeira no período Ricardo Salles e sua boiada no ministério do Meio Ambiente, já dão o final para Bolsonaro e seus filhos de uma história trágica que promete soterrá-los para sempre da vida pública.

Ou seja, as Forças Armadas não têm o que temer no futuro governo Lula, e sim no passado do governo Bolsonaro, já que milhares de militares foram parte de seu governo.

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