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Com fim do governo Bolsonaro, membros do ‘gabinete do ódio’ buscam emprego

Os assessores especiais do presidente Jair Bolsonaro (PL), conhecidos por integrarem o chamado “gabinete do ódio”, começaram a procurar emprego já que o fim do governo se aproxima.

Segundo Juliana Dal Piva, Uol, estão com destino incerto José Matheus Salles Gomes, conhecido como “Zuero”, e Mateus Diniz, chamado de “Matheuszinho”. Interlocutores do clã Bolsonaro relataram à coluna que eles estão conversando com integrantes da bancada bolsonarista para obter novos cargos. Os dois são nomes de confiança do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Até 2018, José Matheus foi assessor de Carlos na Câmara Municipal do Rio.

O único deles que vai seguir junto com Bolsonaro é Tércio Arnaud Tomaz. Ele deve ficar em um dos cargos comissionados a que os ex-presidentes têm direito. O trabalho de Tércio é acompanhar Bolsonaro diariamente, gravar vídeos e atualizar redes sociais do presidente, além de produzir memes.

Nas eleições, Tércio foi candidato a suplente da candidatura de Bruno Roberto (PL-PB) ao Senado na Paraíba. Eles obtiveram 231 mil votos e ficaram em quinto lugar.

Na lista dos que devem seguir entre os assessores de Bolsonaro ainda está Max Guilherme (PL-RJ), policial do Bope que atua como assessor de Bolsonaro. Ele chegou a disputar uma vaga para deputado federal na eleição deste ano, mas obteve 9.489 votos e não conseguiu se eleger.
Páginas desativadas

Tércio é de Campina Grande, na Paraíba. Foi Carlos Bolsonaro quem o descobriu entre 2013 e 2014. Ele conquistou a proximidade junto ao clã Bolsonaro quando criou a página “Bolsonaro Opressor” no Facebook. Ele a usava para atacar, por meio de memes, os adversários do então deputado federal, além de fazer elogios a Bolsonaro. Também usou a página para atacar a vereadora Marielle Franco.

Com a vitória de Bolsonaro na eleição de 2018, ele também foi um dos primeiros a ser nomeados como assessor especial da Presidência com um salário de R$ 13,6 mil. O agora assessor presidencial não tinha experiência prévia em política. É formado em Biomedicina e trabalhou como recepcionista em um hotel. Depois que foi descoberto pelo “zero dois”, foi chamado para ser assessor dos gabinetes a partir de 2017.

Outra página administrada por ele era a “Bolsonaro Opressor 2.0²”. Em 2016, ele postou uma imagem da deputada Maria do Rosário caída como se tivesse levado um tiro e do ex-deputado Jean Wyllys, além dos ex-presidentes Lula e Dilma amarrados por camisas de força. Em seguida, escreveu: “Caso Bolsonaro seja presidente…”.

As páginas foram desativadas pelo Facebook muito tempo depois —a “Bolsonaro Opressor 2.0” chegou a ter mais de 1 milhão de seguidores. Em 2020, o Facebook e o Instagram divulgaram um relatório produzido pelo DRFLab que apontou o envolvimento de Tércio em outras páginas de ódio. Além da página “Bolsonaro Opressor 2.0”, foi identificado que a conta @bolsonaronewsss, no Instagram, era administrada por Tercio. Ela tinha 492 mil seguidores e mais de 11 mil publicações. Também foi retirada.

A página era anônima, mas as informações de registro permitiram a identificação. No relatório, os pesquisadores apontaram que a conta publicava “conteúdo era enganoso em muitos casos, empregando uma mistura de meias-verdades para chegar a conclusões falsas”. Em 2020, a página postou, por exemplo, ataques ao ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil), após a saída dele do governo.

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