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STF deve julgar Sergio Moro antes que ele fuja do Brasil, diz Marcelo Uchôa

“STF tem que cobrar de Moro toda responsabilidade. Ele é um párea que precisa pagar”, diz o jurista e professor Marcelo Uchôa

O Supremo Tribunal Federal (STF) vem dando sinais de que tenta reparar os danos de ter avalizado “cegamente” os trabalhos da Lava Jato no auge da operação, quando, com apoio da grande mídia, Sergio Moro e Deltan Dallagnol construíram a ideia de que as acusações e julgamentos eram irretocáveis.

“Se eu tivesse na pele de qualquer ministro do STF, eu ficaria profundamente aborrecido por endossado uma coisa daquela, mesmo que indiretamente, porque é uma violência também. Acho que há uma tentativa de recuperação disso”, comentou o advogado Marcelo Uchôa.

A convicção do STF mudou em virtude das conversas reveladas pela Lava Jato – que ajudaram a comprovar que havia conluio entre Moro e os procuradores de Curitiba – mas o trabalho da defesa de Lula foi a base para que os julgamentos fossem revisados na última instância. Hoje, Cristiano Zanin, advogado de Lula é cotado ao Supremo.

Em entrevista exclusiva à TVGGN, Uchôa defendeu que o STF agora precisa fazer Moro pagar pelos abusos e ilegalidades que cometeu no curso da Lava Jato, antes que o hoje senador “fuja do Brasil” para os Estados Unidos.

“STF tem que cobrar de Moro toda responsabilidade. Ele é um párea que precisa pagar. Tenho medo de que, um belo dia, a gente vá escutar nas notícias que ele fugiu do Brasil. Ele está a ponto de fazer isso, ir para os EUA, que é onde, de fato, ele tem relações”, comentou Uchôa.

Moro hoje é alvo de um processo por ter caluniado Gilmar Mendes, acusando o ministro do STF de vender sentenças. Além disso, recentemente, Moro também virou objeto de uma apuração sobre ele ainda interferir em atos judiciais, mesmo tendo abandonado a toga em 2019 para atuar no governo Bolsonaro.

Essa interferência de Moro na Justiça, para proteger a si próprio ou a seus aliados na Lava Jato, ficou patente quando ele revelou, em entrevista à GloboNews, que ajudou a denunciar o novo titular da 13ª Vara Federal, Eduardo Appio, à Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Moro acusou publicamente Appio de usar o cargo para constranger o desembargador Marcelo Malucelli, que tem sido o aliado de Moro no TRF-4 na tentativa de impedir o depoimento de Rodrigo Tacla Duran, um desafeto da Lava Jato. Duran acusa Moro e Deltan Dallagnol, entre outros interlocutores, de extorsão.

Na última terça (6), porém, o ministro Dias Toffoli, do STF, enterrou as manobras jurídicas de Malucelli e garantiu salvo-conduto para Tacla Duran viajar ao Brasil e prestar esclarecimentos à Câmara dos Deputados.

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