Hacker Walter Delgatti, que ficou famoso durante a “Vaza Jato”, teria desrespeitado determinação de não usar a internet.
A Polícia Federal (PF) prendeu o hacker Walter Delgatti Neto, que ficou conhecido durante a “Vaza Jato”, por descumprir medidas judiciais, informou seu advogado. No pedido de prisão, as autoridades registraram que Delgatti não pôde ser localizado nos dois endereços fornecidos por ele à Justiça, localizados em Araraquara e Ribeirão Preto, cidades do interior de São Paulo, diz o 247.
Em relatório, a PF ressaltou que Delgatti desrespeitou uma determinação judicial que o proibia de utilizar a internet, pois ele criou e-mails e uma conta em um site de compras. Os investigadores descobriram que foi criado um e-mail vinculado à conta bancária do hacker, com o objetivo de receber doações por meio de PIX. De acordo com as apurações, acessos a esse endereço eletrônico foram realizados em setembro, outubro e novembro de 2022.
Além disso, a PF constatou que Delgatti criou uma conta em um site de compras onde enviou documentos contendo autofotografias tiradas após a decisão judicial que o proibiu de acessar a internet. Os investigadores também identificaram a criação de contas para serviços de backup em nuvem nos meses de julho, agosto e dezembro de 2022, sendo que uma delas continha o envio de documentos e selfies de Walter.
O Ministério Público Federal (MPF) afirmou que “resta claro que Walter Delgatti Neto, além de não ter interrompido o seu acesso à internet, deixou propositalmente de atualizar seu endereço perante a Justiça Federal, tendo apenas deixado seu contato com um porteiro do edifício de onde se mudou há mais de três meses, sem informar outro endereço correto, o que evidentemente demonstra o intuito de se ocultar de eventual decisão judicial”.
Em julho de 2019, durante a Operação Spoofing, Delgatti foi detido. Essa operação teve como objetivo desmantelar uma “organização criminosa envolvida em atividades cibernéticas ilícitas”, de acordo com informações da PF. As investigações revelaram que o grupo conseguiu acessar contas no aplicativo de mensagens Telegram que eram utilizadas por autoridades envolvidas na Lava Jato. Na ocasião, o hacker admitiu que invadiu as contas de procuradores e confirmou que compartilhou as mensagens com o site The Intercept Brasil. Delgatti chegou a ser preso em 2019 e estava em liberdade, aguardando julgamento.
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