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Opinião

Ódio, a herança maldita de Bolsonaro

Quatro anos foram suficientes para adoecer larga parcela da sociedade brasileira.

Quatro anos de discurso de ódio contra as escolas, as universidades federais.

Quatro anos de descaso com o povo, principalmente com os mais pobres.

Quatro anos de massacre dos povos indígenas, das minorias de forma geral.

Três anos de pandemia, três anos de deboche, de incentivo descarado à contaminação pelo coronavírus, resultando em 700 mil mortes.

Não dá para listar as barbaridades cometidas por Bolsonaro contra o povo brasileiro. Hoje, vemos com certa frequência atos de extrema violência, de barbárie, resultantes da herança maldita deixada por Bolsonaro.

Ao governo Lula resta tomar todas as medidas possíveis para acabar com a escuridão que se abateu sobre o Brasil durante quatro anos, quatro longos e inesquecíveis anos de Bolsonaro.

Que vença o bem!

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Política

Herança de Bolsonaro: Hospitais lotados, doações e mortes, a situação ianomâmi uma semana após decreto de emergência

A herança maldita deixada por Bolsonaro.

Governo Lula se empenha o máximo para salvar os indígenas, mas o estrago feito por Bolsonaro é cruel. O governo ampliou atendimento à população e enviou Força Nacional do SUS para o território.

Uma semana após o decreto de emergência em saúde devido à crise humanitária na Terra Indígena Yanomâmi, em Roraima, o governo ampliou o atendimento à população que sofre com desnutrição e malária, mas não conseguiu evitar novas mortes.

Na sexta-feira, foram registradas as mortes de seis indígenas Ianomâmis, na comunidade de Surucucu e em Boa Vista, capital de Roraima, para onde haviam sido levados. Entre as vítimas, havia uma mulher e uma criança de 9 anos. As outras quatro vítimas eram homens, sendo um deles um líder da comunidade. A informação é do presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, Júnior Hekurari.

Identificada como Rodênia Yanomami, 33 anos, a mulher estava internada na UTI do Hospital Geral de Roraima, com um quadro grave de desnutrição. Já os corpos dos homens e da criança, até as últimas atualizações, ainda não tinham sido resgatados por estarem em local de difícil acesso em Surucucu, região a cerca de 270 km da capital.

No mesmo dia, exatamente uma semana após o governo federal decretar estado de emergência em saúde no território indígena, um hospital de campanha erguido pela Força Aérea Brasileira (FAB) começou a funcionar no pátio da Casa de Apoio ao Indígena (Casai), em Boa Vista.

Segundo os últimos dados atualizados do Ministério da Saúde, a nova unidade já atendeu 30 pacientes. A previsão é que o hospital faça 40 atendimentos por dia, podendo chegar a 300 caso haja necessidade. A estrutura improvisada é uma alternativa para desafogar a Casai, que até sexta-feira atendia 576 indígenas – o local, com capacidade máxima de 300 pessoas, chegou a suportar 777 há dez dias.

O hospital de campanha conta com cerca de 30 militares médicos nas especialidades de pediatria, ginecologia, clínica médica, ortopedia, neonatologia e radiologia, além de enfermeiros, farmacêuticos e técnicos de enfermagem. O local também tem aparelhos de raio-x e para a realização de ultrassonografias, junto a uma farmácia e a um laboratório com capacidade de realizar alguns exames laboratoriais.

Segundo a nova organização, os pacientes atendidos pela equipe da Força Nacional do SUS nas aldeias serão encaminhados ao hospital da FAB. Assim como a Casai, a estrutura consegue estabilizar o paciente, mas não internar. Neste caso, os indígenas em casos graves são enviados para o Hospital Geral de Roraima, e, no caso de crianças, ao Hospital Santo Antonio.

*Com informações de O Globo

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Bolsonarismo

Atos antidemocráticos são ‘herança maldita’ de Bolsonaro e criam novo desafio para o Brasil

Presidente estimulou manifestações a favor de golpe de Estado e país terá de lidar com isso.

Quando sair da Presidência, Jair Bolsonaro (PL) deixará como herança maldita as mobilizações de pessoas que pedem golpe de Estado, um tipo de iniciativa que, nas últimas décadas, não existia no Brasil com a força e a coordenação vistas desde o final da eleição.

Lidar com essa novidade não será fácil. Demandará tempo, porque não se constrói uma cultura democrática de uma hora para a outra; exigirá esforço, porque Bolsonaro passou anos estimulando os radicais; precisará de ação judicial, porque a impunidade incentiva atos dessa natureza.

Para a antropóloga Isabela Kalil, não há surpresa no novo cenário, com o bloqueio de rodovias após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os protestos em que grupos de diferentes tamanhos cobram intervenção militar em frente a quartéis.

“Bolsonaro foi treinando seus eleitores para isso. Ele realizou atos antidemocráticos ao longo do governo. Viajou pelo país fazendo exercícios de mobilização da base”, afirma Kalil, que conduz pesquisas sobre o bolsonarismo.

“A gente conseguiu observar como isso foi se fragmentando e se interiorizando, inclusive com o financiamento de pequenos e médios empresários locais”, diz.

Professora da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e co-coordenadora do Observatório da Extrema Direita, Kalil sustenta que Bolsonaro ensaiou esses atos com uma multidão já predisposta a seguir um líder extremista.

“Ele construiu sua carreira a partir dessa base radicalizada, porque suas falas expressavam ideias antidemocráticas”, afirma, citando como exemplo a declaração em que Bolsonaro defende o fuzilamento do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Kalil diz ser difícil precisar o tamanho desse segmento extremista, mas ela afirma que está entre 5% e 15% do eleitorado, ou algo entre 7,5 milhões e 23 milhões de pessoas. O que significa dizer que se trata de um grupo com muita gente diferente.

Segundo a antropóloga, dada essa diversidade, não há como enfrentar o radicalismo com uma estratégia única, e a tarefa é ainda mais complexa porque existe um obstáculo de comunicação.

“Essas pessoas têm sido instruídas a não se informarem por canais tradicionais. Foram-se criando canais alternativos, e elas confiam apenas neles”, diz.

Um dos problemas dessa dinâmica, de acordo com Kalil, é que os mais extremistas podem se descolar até do presidente –mas, para ela, isso não o exime de responsabilidade.

“Ele pode não controlar a radicalidade, mas passou anos incitando seus apoiadores”, afirma a antropóloga. “Ele de certa forma autorizou essa conduta. Ele tirou a trava. Eliminou o constrangimento que existia na direita radical, no campo antidemocrático.”

*Uirá Machado/Folha

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