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Bolsonaro treina com advogados para depoimento sobre joias sauditas; mas, e a verdade?

O ex-presidente Jair Bolsonaro passou a última terça-feira (4) reunido com um time de advogados a portas fechadas no escritório do PL, em Brasília, para se preparar para o depoimento que vai prestar hoje à Polícia Federal para tratar do caso das milionárias joias sauditas, diz Malu Gaspar, O Globo.

Segundo relatos obtidos pela equipe da coluna, o treinamento de Bolsonaro durou a manhã e a tarde com um grupo de cinco advogados, capitaneado por Paulo Amador. O ex-presidente não saiu do escritório, localizado no centro da capital federal, nem para almoçar.

O ex-secretário de Comunicação do Planalto e atual assessor de imprensa do ex- presidente, Fabio Wajngarten, também esteve no PL ao longo do dia.

Conforme informou a coluna, a Polícia Federal pretende concentrar o depoimento em duas perguntas principais: se foi Bolsonaro quem deu a ordem para que funcionários ligados à Presidência da República tentassem desembaraçar as joias sauditas trazidas escondidas ao Brasil, na alfândega de Guarulhos; e que destino ele pretendia dar às peças.

É a primeira vez que o advogado Paulo Amador trabalha na defesa de Bolsonaro, que enfrenta ainda 16 ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e vários outros inquéritos e procedimentos no Supremo e na Justiça Comum.

Até o início do escândalo das joias, Amador era desconhecido até mesmo da equipe jurídica do PL, que já toca dezenas de outros casos relacionados ao ex-presidente da República.

Depois, o advogado Frederico Wassef soltou uma nota pública em defesa do ex-presidente, se colocando como titular e defendendo a posição de que as joias era um “item personalíssimo” – uma tese desmontada em menos de 24 horas, assim que a coluna revelou que o Tribunal de Contas da União (TCU) já decidiu que essas peças não podem ser enquadradas nessa definição.

Pelo entendimento do TCU, os itens personalíssimos são bens de caráter pessoal como medalhas concedidas por outros governos, e aqueles de uso pessoal, como gravatas, camisetas e bonés. Ou seja, nada próximo do valor das joias de R$ 16,5 milhões.

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Política

“Continuo com o meu reloginho, graças a Deus”, afirma Bolsonaro sobre caso das joias milionárias

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou nesta quinta-feira (30), ao retornar ao país, sobre o escândalo das jóias milionárias, supostos presentes do governo da Arábia Saudita. O caso ganhou destaque, entre tantos processos judiciais acumulados contra o político, que terá que prestar esclarecimentos à Polícia Federal (PF).

Segundo Bolsonaro, “[os árabes] são riquíssimos e procuram agradar as pessoas”, justificou sobre os três conjuntos de joias descobertos, sendo que dois já estão em posse da Justiça.

Segundo informações que se tornaram públicas esta semana, por meio de reportagem do Estadão, o ex-presidente ganhou um relógio da marca Rolex cravejado de diamantes, em viagem ao Qatar em 2019. Ele recebeu pessoalmente um conjunto com o item, abotoaduras, caneta e um rosário islâmico. Os itens ficaram com ele ao final do mandato.

“Eu continuo com o meu reloginho, graças a Deus, estou feliz com ele“, respondeu Bolsonaro à Jovem Pan, ao ser questionado sobre valor extravagante dos “presentes”.

O caso das joias veio à tona por causa de um conjunto de Chopard, avaliado em R$16,5 milhões, encontrado com uma comitiva do governo federal, em outubro de 2021. À época, o suposto presente saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) foi apreendido pela Receita Federal, na Alfândega do Aeroporto de Guarulhos (SP). A partir disso, no entanto, ministros e militares passaram a atuar para recuperar o material.

Contudo, a lista de presentes cresceu. Um segundo conjuntos de joias em posse de Bolsonaro foi entregue por sua defesa na semana passada, depois de determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). Agora, Bolsonaro se justificou em relação ao terceiro pacote de joias, que estaria guardado em uma fazenda do ex-piloto Nelson Piquet, localizada em Brasília.

*Com GGN

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