Sergio Moro, neste sábado (29), conseguiu o título de “a nossa maior caricatura”.
Moro, hoje, representa o próprio brasileiro “culto”, saído de uma casa de ensino superior que não distingue sequer o papel de um juiz com o de comandante de uma força-tarefa policial.
O fundamental, segundo o ansioso ex-juiz, é o objeto da ação. Essa meia cultura dos nossos “cultos”, sobretudo dos entendidos que tratam as regras mais básicas da lei a partir da estética, é como se fosse uma forma superior de entender a chamada grande arte. Assim educam o gosto da população a partir de uma ótica de espetáculo e não da constituição.
Talvez esteja aí o grande erro do orgulho de Rosângela Moro. O conje tomou os pés pelas mãos tirando a armadura togada para mergulhar no mundo político que, segundo ele, essa vontade irrefreável de se transformar no chefe da nação, nasceu por exigência do meio, ou seja, da sociedade, do povo. E a partir daí ficou estabelecido que, perfeitamente radicado no mundo do qual ele não tinha o menor conhecimento, que uma legião de anônimos jogaria por terra o novo artista da bola da vez que entrou em campo com pose de craque, antes do jogo começar a ser jogado.
O tempo foi curto demais para a coisa evoluir para uma das maiores tragédias políticas da história desse país. Moro, a cada dia, fala de um a dez degraus abaixo do coliseu que a mídia o elevou. Isso explica por que o nosso homem de preto, que encarnava o espírito fascista, desabou de forma quase instantânea quando menosprezou a própria bola e todo o eldorado criado pela mídia corporativa, foi ao chão.
Moro, definitivamente não caiu no gosto popular, daí o efeito planador que sua campanha sofre, assim como a de Bolsonaro, com um adendo, ele começou sobrevoando, impulsionado pelos holofotes da Globo, com 15%, o que o fez supor, assim como seus aliados, que já estava com meio caminho andado.
Pois bem, Moro virou a maior chacota nacional e piorou ainda mais a sua imagem quando escolheu pela segunda vez Lula para lhe servir de muleta. Uma estratégia absolutamente suicida, antipopular, porque é, em última análise, antipovo. Querer disputar com Lula no campo em que ele é o próprio Pelé, quando seus objetivos deveriam ser o de detonar o ex-patrão Bolsonaro, é um grande erro. Mas aí complica, porque qualquer ataque que ele fizer ao genocida, imediatamente as pessoas lembram que foi ele, Moro, que o colocou no poder prendendo Lula sem provas para participar governo e, consequentemente, dividir com ele uma parcela desse poder.
Certamente, nada disso foi pensado por ele ou pelos idealizadores de sua campanha. O fato é que o significado da desmoralização de Moro está justamente na principal aposta dele e da mídia, que era a condenação e prisão de Lula.
Lógico que isso, para quem entende minimamente de política, sabe que seria um suicídio imperdoável, pois a vítima de sua estratégia não foi ninguém menos que o mais bem avaliado presidente da história do Brasil, com 87% de aprovação e míseros 3% de reprovação.
Para piorar, Moro, vendo-se esganiçado pelas mãos do TCU, que quer saber com detalhes sua relação com a consultoria Alvarez & Marsal, tentou fazer linha de impedimento, antecipando-se aos fatos, apresentando um cadico do que de fato ganhou na barganha com a empresa da qual se tornou sócio, revelando um valor alto para o padrão brasileiro, sobretudo para os milhões de trabalhadores que ele ajudou a jogar na rua ao perder o emprego e, consequentemente produziu uma artilharia contra si, incluindo a história que virou piada do “juge voleur”, juiz ladrão.
Talvez o tolo, agora, comece a raciocinar que ele foi um mero parafuso de uma engrenagem muito maior que, de tão gasta pela burguesia, acabou espanando. E como não tem serventia para mais nada além de ser citado como juiz ladrão em português e francês, tudo indica que, em poucos dias, o gabola, que achou que tinha o mundo a seus pés, jogará a toalha antes mesmo do jogo de fato começar.
Na verdade, Moro acreditou que, pendurando Lula numa cruz, tudo estaria resolvido.
Não foi por falta de aviso, Lula, em seu primeiro depoimento, deixou claro a Moro que isso aconteceria.
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