Diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, passou a ser investigado por omissão, prevaricação e violência eleitoral.
O diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Silvinei Vasques, passou a ser investigado por omissão, prevaricação e violência eleitoral, diante da atuação do órgão nos atos golpistas nas rodovias do país, com a vitória de Lula nas eleições 2022.
Reportagem de Arthur Stabile, do G1, revelou que mais de 90% das multas do órgão contra os organizadores e participantes dos atos antidemocráticos foram aplicadas após a decisão de Alexandre de Moraes, do STF, que ameaçou de prisão o diretor Vasques.
A pedido da Corte, um documento enviado pela PRF ao STF no dia 6 de novembro traz o detalhamento de 55 multas aplicadas a pessoas e empresas, entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro, e foi obtido pelo jornalista.
O atraso nas multas
Até a segunda-feira após as eleições, quando Moraes ainda não havia obrigado o órgão a liberar as estradas sob pena de prisão do diretor da PRF, somente 5 multas haviam sido dadas.
Tanto a noite de domingo, com o resultado eleitoral, como a segunda-feira, 31 de outubro, foram os ápices dos bloqueios e interdições nas rodovias e estradas do país, com mais de 300 paralisações golpistas.
As outras 50 multas começaram a ser aplicadas pela PRF após a determinação de Moraes, às 21h30 daquela segunda-feira, com o respaldo posterior de toda a Corte. Na decisão, o ministro pedia a desobstrução imediata das vias, pela PRF, com o apoio de Polícias Militares dos estados.
Omissão e prevaricação de Vasques
Naquela decisão, o ministro já mencionava ver indícios de “omissão e inércia da PRF” e determinou Vasques a atuar “imediatamente”. A partir das 22h daquela segunda-feira, 91% das multas foram aplicadas.
Nesta quinta-feira (10), a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a conduta de Silvinei Vasques, não somente por sua atuação após o segundo turno das eleições, como também no próprio domingo, quando o órgão realizou diversas operações no Nordeste, ocasionando a paralisação e o atraso de diversos ônibus, quando a população ia votar.
Não se sabe, exatamente, quantas pessoas foram afetadas nas operações e se deixaram de votar pelas abordagens da PRF. Diante dos fatos, Vasques é investigado de prevaricação e de violência política, previstos no Código Penal. A investigação tramita na Superintendência da PF no DF (Distrito Federal).
*Com GGN
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