Categorias
Uncategorized

Ricardo Nunes e Luiza Erundina: quem são os vices de Bruno Covas e de Guilherme Boulos

Duas vezes governada por vices dos eleitos pelo PSDB nos últimos anos, São Paulo exige atenção dos eleitores aos candidatos Ricardo Nunes, vice de Covas, e Luiza Erundina, vice de Boulos.

São Paulo – Quando se vota em um candidato ou candidata, mais do que uma pessoa, está se escolhendo um projeto. No caso da prefeitura de São Paulo na eleição deste ano, as propostas de Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (Psol) – e, portanto, os respectivos projetos de cidade – são bem diferentes entre si. Da mesma forma, é preciso avaliar os candidatos a vice nas duas chapas que concorrem ao segundo turno na capital paulista. O vereador Ricardo Nunes (MDB), com Covas, e a deputada federal Luiza Erundina, também do Psol, que compõe a chapa com Boulos.

O atual prefeito Bruno Covas assumiu o posto em abril de 2018, quando João Doria renunciou à administração da cidade para concorrer ao Governo do Estado de São Paulo. Assim, a maior cidade do país não tem um vice-prefeito atualmente. Quando Covas teve de se afastar da prefeitura – o que ocorreu em função de seus problemas de saúde – o presidente da Câmara Municipal assumiu.

Essa situação ilustra a importância de conhecer melhor quem são os vices nas chapas concorrentes. Afinal, eles podem governar a cidade a qualquer momento. Em 2004, José Serra, eleito pelo PSDB, também renunciou para disputar a eleição para governador em abril de 2006. Deixou o cargo de prefeito para seu vice Gilberto Kassab (então filiado ao DEM).

Sobre Ricardo Nunes

Segundo sua página na internet, Ricardo Nunes, 53 anos, é um empreendedor. Aos 18, fundou o jornal de bairro da zona sul de São Paulo, Hora da Ação, mesma época em que se filiou ao então PMDB. Foi eleito vereador pela primeira vez em 2012 e novamente em 2016, tendo cerca de 30 leis de sua autoria aprovadas, “simplificando e tornando a legislação mais aderente à realidade municipal”, como defende.

Preparava-se para concorrer à reeleição para a Câmara quando foi escolhido para entrar na campanha ao lado de Covas – após terem sido cogitados nomes como os da ex-prefeita Marta Suplicy e do apresentador José Luiz Datena. Ambos recusaram.

Ricardo Nunes afirma ter perfil político de “fiscalizador do dinheiro público”. “Oferecer segurança jurídica ao empreendedor, combater a corrupção e incentivar o desenvolvimento também são seus objetivos”, informa. Participou dos atos “verde e amarelo” na Paulista, com camisa da CBF, e se qualifica como defensor da família brasileira. Atua, segundo ele, pela qualificação dos profissionais da educação e pela redução do déficit de vagas nas escolas municipais. Uma CPI da Câmara, a da Sonegação Tributária, foi presidida por Nunes.

O pretendente a vice de Covas declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) patrimônio de R$ 4.836.716. Seus bens incluem terrenos, imóveis, aplicações financeiras. Em 2016, investiu R$ 450 mil na própria campanha para vereador.

Doria e creches

O “apoio” de João Doria, de quem foi vice, e a fragilidade do histórico do atual companheiro de chapa, Ricardo Nunes, são dois incômodos para a campanha de Bruno Covas. O primeiro incômodo vem de 2018, na eleição para governador. Doria perdeu na capital paulista para Márcio França (PSB) por mais de 16 pontos percentuais: foram 58,1% (3,3 milhões de votos dados) para o candidato do PSB contra 41,9% para o tucano Doria (2,4 milhões). A rejeição a Doria ainda é grande: 60% não votariam em um candidato apoiado por ele, de acordo com pesquisa Datafolha de outubro.

Segundo incômodo de Covas: Ricardo Nunes está sendo investigado por suposto superfaturamento no aluguel de creches privadas. Essas creches são conveniadas à prefeitura, de Bruno Covas. Segundo a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo, Nunes teria sido favorecido por meio de sua relação com a Sociedade Beneficente Equilíbrio de Interlagos. A Sobei, da qual ele informa ser voluntário, recebe mensalmente da prefeitura R$ 329 mil para pagamentos de aluguéis de creches.

Também por meio das creches conveniadas, a empresa Nikkey, fundada por Ricardo Nunes em 1997, teria recebido R$ 50 mil no ano passado para prestação de serviços de dedetização, sem licitação. A Nikkey tem como sócias a mulher do vereador, Regina Carnovale Nunes, e sua filha Mayara Barbosa Reis Nunes. As oito creches dedetizadas são controladas pela Associação Amigos da Criança e do Adolescente (Acria), cuja presidenta é Eliana Targino, ex-funcionária de Nunes. O vice-presidente da Acria é José Cleanto Martins, pai de uma assessora do vice de Covas. O vereador Ricardo Nunes nega o favorecimento. Segundo ele, os valores cobrados estão abaixo dos de mercado e isso seria “uma forma de ajudar as creches”. Ele também nega que a Acria seja dirigida por aliados.

Confiança e violência

O atual prefeito e candidato à reeleição Bruno Covas tem afirmado, em entrevistas, ter “total confiança” em Ricardo Nunes e argumenta não haver nenhum processo judicial contra seu vice.

Pesa ainda contra Ricardo Nunes um boletim de ocorrência registrado pela esposa em 2011, quando mantinham 12 anos de união estável. Regina Carnovale procurou a 6ª Delegacia da Mulher, em Santo Amaro, zona sul de São Paulo, para denunciar violência doméstica. Ele nega a agressão. Segundo Ricardo Nunes, o boletim de ocorrência de violência doméstica foi feito em um período em que Regina estava “abalada” e teria relatado fatos que não aconteceram. Questionado, Covas disse que seu vice precisa responder às acusações e que “é inaceitável violência contra mulher”.

Na sexta-feira (13), antevéspera do primeiro turno, a chapa do então candidato à prefeitura de São Paulo, Márcio França (PSB), pediu a cassação do registro da chapa de Covas e a inelegibilidade do prefeito e de Nunes, com o argumento de abuso de poder.

A coligação de França acusa Covas de usar a “máquina pública em seu favor para conseguir seu intento eleitoral”, o que configuraria “flagrante quebra da imparcialidade entre os postulantes”. Também acusa o atual prefeito de ser “patrocinado pelos maiores players do mercado” imobiliário, citando a lista de maiores doadores da campanha de Covas.

Na mesma ação, foi pedida ainda abertura de investigação sobre as supostas irregularidades das empresas ligadas a Nunes e que possuem contratos com a prefeitura.

França ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições para a prefeitura de São Paulo. Até a publicação dessa reportagem, a ação ainda não havia sido analisada pela Justiça Eleitoral.

Sobre Luiza Erundina

Em sua página na internet, Luiza Erundina informa que governou a maior cidade da América Latina entre 1989 e 1992. A ex-prefeita de São Paulo, então pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que ajudou a fundar, está atualmente no sexto mandato como deputada federal. Foi vereadora (1983/1986), deputada estadual (1987/1988) e ministra da Secretaria da Administração Federal do governo Itamar Franco. O cargo custou seu rompimento com o PT, que se concretizaria em 1997. Erundina passou pelo PSB antes de ingressar no Psol.

Sua atuação, informa, é dedicada à defesa da classe trabalhadora, das minorias e dos excluídos. Seu maior empenho, avisa, é pela justiça social e igualdade de direitos. “Nos mandatos que exerceu, foram apresentados mais de 80 projetos em defesa da Mulher, das Gestantes, das Crianças e Adolescentes, da Cultura e dos Direitos Humanos. Dentre as proposições, nove já viraram leis, além de uma emenda à Constituição”, detalha. A atual legislatura de Erundina inclui a coordenação da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação.

O patrimônio declarado pela vice de Boulos ao TSE soma R$ 1.470.815 divididos em um carro, dois apartamentos residenciais e alguns investimentos.

“Erundiva” e “Erundimóvel”

Se uma busca rápida nas redes sociais sob o nome de Ricardo Nunes leva à citação de investigações e violência doméstica, no caso de Erundina permite encontrar menções à força da senhora que, com mais de 80 anos, não abandona a luta à qual se dedicou por toda a vida. Formada em Serviço Social e mestre em Ciências Sociais, Luiza Erundina assumiu seu primeiro cargo público em 1958. Foi secretária de Educação de Campina Grande, na Paraíba, sua terra natal. Perseguida pela ditadura, em 1971 vem para a cidade de São Paulo, que administraria quase 20 anos depois., E o fez ao lado de nomes de peso como Paulo Freire, que foi seu secretário de Educação; Marilena Chauí, na Secretaria de Cultura; e Dalmo Dallari, na pasta de Negócios Jurídicos, para citar alguns.

Octogenária, ex-prefeita, deputada, sincera, feminista e amiga. Essa é a descrição da página Erundiva, no Facebook. O perfil, com 7 mil seguidores, acumula memes e chamados para as causas que defende a Erundina real. Inclusive a campanha deste ano, ao lado de Guilherme Boulos. Integrante do grupo de risco para o contágio pela covid-19, ela foi às ruas no chamado Erundimóvel. A picape, adaptada com placas de acrílico na caçamba, é uma referência ao “papamóvel” criado para o papa João Paulo II nos anos 1980.

No próximo 30 de novembro, a ex-prefeita completa 86 anos. E, apesar da extensa trajetória política, esse tem sido um dos principais questionamentos à vice de Guilherme Boulos: sua idade.

“Velhice não é doença”

Em entrevista à revista Marie Claire, a deputada federal Luiza Erundina foi enfática: “a velhice não impede o sonho”. Questionada sobre os comentários de que passou da hora de se aposentar, Erundina disse que está vivendo seu tempo, sua saúde e sua inteligência. “Estou fazendo mal para alguém? Não estou. E quero que mulheres com a minha idade também se sintam assim, que sejam contagiadas pela minha vivência e vontade de seguir trabalhando. E, para aqueles que se sentem incomodados, desejo que tenham a sorte de chegar aonde cheguei com a energia e convicção que tenho. Sabe, se você perde seu projeto de vida, tudo perde o sentido. E meu projeto de vida não termina no meu tempo. Meu projeto é sonhar com outro futuro”, disse.

A ex-prefeita disse, ainda, que não quer só mudar São Paulo e o Brasil. Quer mudar o mundo. “O meu sonho, de uma sociedade socialista, fraterna e igualitária, infelizmente não vai acontecer no meu tempo. Mas se eu não fizer minha parte, esse modelo de sociedade não vai acontecer nunca. Velhice não é doença, não é defeito, não impede o sonho. Portanto, o sonho que me move, em relação às transformações que a sociedade precisa, não envelheceu.”

 

*Da Rede Brasil Atual

Siga-nos no Whastapp: https://chat.whatsapp.com/FDoG2xe9I48B3msJOYudM8

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Vídeos: O roubo da privatização da água, o maior crime contra o povo brasileiro e a soberania nacional

Quando se ouvia falar na possibilidade de que existiam vigaristas no Brasil que pretendiam por um bom dinheiro entregar a água, o bem maior do país, ao mercado, achava-se isso um exagero.

Numa democracia isso jamais aconteceria. Seria uma violência de convivência impossível e o povo, de alguma forma, expressaria seu repúdio aos lacaios envolvidos na entrega da água para as grandes corporações de uma maneira até violenta.

O brasileiro está se dando conta hoje do que foi armado na calada da noite de ontem, a perversa privatização da água dos brasileiros para as grandes corporações internacionais.

Lógico que o milionário Tasso Jereissati, o mesmo que comandou a reforma da Previdência, para ficar ainda mais rico e o povo ainda mais pobre, é um dos mais entusiastas, por ser dono da Coca-Cola no Brasil, pela exploração da água como comércio. Ou seja, quem não tem dinheiro, que morra de sede.

Isso consagra os militares “patriotas” que estão por trás dessa sujeira que acaba por completo com a soberania nacional, mostrando o melhor da hipocrisia desse país.

Claro que o discurso é o de sempre, farão isso pelo bem do povo que não tem acesso ao saneamento básico, o que, revendo o balanço histórico das privatizações, mostra que essa mentira é um segundo crime cometido para se alcançar o crime maior, o das privatizações.

E não adianta culpar os pobres que votaram em Bolsonaro, digo pobres, não essa classe remediada bolsonarista que acredita não ser pobre. Os pobres que, por acaso, que apoiaram os fascistas, o fizeram por pura ignorância e manipulação criminosa da mídia.

A urgência e a forma camuflada no apagar das luzes do Congresso, com que foi votada essa infâmia, escancara o golpe armado por Rodrigo Maia e sua gangue contra o povo brasileiro.

Espera-se que isso una todos os brasileiros contra um crime sem precedentes e sem ter a noção da extensão que uma calamidade como essa pode provocar no país. Seria a maior mutilação da cidadania do povo brasileiro.

O que se pode afirmar é que, se o povo não for para as ruas expressar com ira a sua indignação, verá a eficácia dos ladrões da nação lhe roubar o último copo de água em nome das “boas causas” da água mercadoria.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas