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Vídeo: Almirante dos EUA parabeniza golpe na Bolívia que teve seu apoio

‘Há pressão econômica, pressão diplomática e a dos militares; nossa força militar tem apoiado essa pressão’, afirmou Craig Stephen Faller, responsável pelo Comando Sul, que inclui a IV Frota.

O almirante norte-americano Craig Stephen Faller disse na última sexta-feira (15/11) que o Comando Sul do país acompanhou de perto os últimos acontecimentos da Bolívia e parabenizou o “profissionalismo” das Forças Armadas bolivianas na “defesa da democracia” no país.

Na sequência da mesma entrevista, a um rede de TV digital da oposição venezuelana, a VPI TV, Faller pediu para que outras “forças armadas sejam profissionais, porque sei que há profissionais que fazem o correto”.

O Comando Sul reúne um conjunto de forças militares norte-americanas responsável pelo planejamento de contingência, pelas operações e pela cooperação militar com países da América Central, do Sul e Caribe. Uma das forças sob o comando de Faller é a chamada IV Frota, recriada recentemente. O Comando Sul dispõe de até 4.000 homens para atuação imediata na América do Sul. O símbolo das tropas sob o comando de Faller é um escudo com uma águia ao alto, representando os Estados Unidos, e o mapa da América Central e do Sul abaixo.

A entrevista configura um verdadeiro chamado para uma intervenção militar na Venezuela. A jornalista que entrevista Craig pergunta diversas vezes quais são as ações e planos do Comando Sul e dos Estados Unidos para a Venezuela.

As declarações do almirante aconteceram um dia antes de uma grande manifestação em apoio ao governo de Nicolás Maduro e do fracasso quase que total de um protesto de apoiadores da oposição e do presidente autoproclamado Juan Guaidó. A fala de Faller incitava ainda que os militares da Venezuela “considerem seu juramento e façam a coisa certa”, numa insinuação bastante explícita de que eles receberiam apoio dos EUA no caso de atuarem de forma semelhante ao que ocorreu na Bolívia.

“Nosso enfoque aqui é trabalhar junto as verdadeiras, boas e profissionais forças de seguranças de Colômbia e Brasil. E outras [forças] regionais que são muito efetivas, que ajudam a compartilhar informações e compreendem a gravidade da situação e tentam encontrar formas de ajudar. Nosso governo, dos Estados Unidos, segue fazendo pressão no governo de Maduro e assim desenvolvemos um papel de assistência aqui”, afirmou.

Em outra ocasião, Faller já havia comparado o governo do presidente Maduro ao da Síria de Bashar al-Assad, dizendo que a Venezuela se aproximaria de uma situação similar se o mandatário venezuelano não deixasse o poder.

Questionado sobre uma possível intervenção militar na Venezuela, o almirante afirmou que já há “pressão” de países e que isso é um “fator importante”, pois, segundo ele, Maduro “está cada vez mais isolado”.

“A comunidade internacional está aplicando muita pressão, são mais de 50 nações unidas. E esse é um fator importante na pressão que está sendo aplicada. Então, há pressão econômica, pressão diplomática e a dos militares. Nossa força militar tem apoiado essa pressão”, disse.

Faller ainda afirma, sem se preocupar minimamente em oferecer qualquer tipo de comprovação, que “há uma conexão do narcotráfico e o governo de Maduro”, sendo o presidente um “narcotraficante que agora tem um livre reinado para governar junto com outros governos” e que apoia o terrorismo internacional.

Durante a entrevista, Cuba, Rússia e China foram citados como apoiadores de Maduro.

O almirante afirmou ainda que toda a política estratégica do Comando Sul segue as linhas governamentais norte-americanas e disse que deixa aos “responsáveis políticos” as decisões e, assim, se “mantêm focado no papel militar”. “Nosso trabalho deve ser estarmos prontos para cooperar com nossos sócios compartilhando informações e inteligências”, afirmou.

Veja a entrevista completa (em espanhol) abaixo:

 

 

*Com informações do Ópera Mundi