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Eleições: ‘Há tendência de ações violentas’ além das expressas nas redes, alerta professor

Discursos de ódio, violência e… Morte. Ontem (10), um tesoureiro do PT foi brutalmente assassinado. Enquanto as redes sociais continuam como palco do acirramento de tensões, Guilherme Carvalhido, em entrevista à Sputnik Brasil, disse que se a Justiça não agir, o país pagará pela impunidade com a sua democracia.

Marcelo Aloizio de Arruda comemorava o aniversário de 50 anos em uma festa que tinha o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT) como tema quando foi morto pelo policial federal Jorge da Rocha Guaranho. Em pleno ano eleitoral, o homicídio reacendeu os debates sobre polarização no país, com os candidatos à Presidência da República repudiando publicamente o episódio.

Apesar dos apelos das autoridades por manifestações pacíficas, o pavio eleitoral foi aceso, como apontou à Sputnik Brasil o cientista político e professor da Universidade Veiga de Almeida (UVA) Guilherme Carvalhido.

Segundo ele, existe, sim, “uma escalada de violência para o pleito de outubro”, e isso representa um “gravíssimo quadro da intensa polarização política instalada no país desde as manifestações de 2013”.

Marcelo Arruda comemorava o aniversário de 50 anos quando foi morto por policial bolsonarista - Sputnik Brasil, 1920, 10.07.2022

Arruda, que era guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), morreu na madrugada deste domingo (10), após ser baleado em sua própria festa. Ele ainda conseguiu reagir e disparar contra o agressor, que foi hospitalizado. Segundo relatos de testemunhas, Guaranho passou de carro em frente ao local da festa, desceu do veículo armado e começou a gritar — “Aqui é Bolsonaro” —, enquanto apontava sua arma para as pessoas presentes.

No carro de Guaranho havia um bebê e uma mulher, que convenceu o policial a ir embora. Porém ele voltou, cerca de vinte minutos depois, e atirou contra o aniversariante. Guilherme Carvalhido explicou que, com a chegada do pleito eleitoral, “alguns cidadãos estão exaltados com a disputa e quebram regras básicas da convivência política”. Segundo ele, outros crimes “semelhantes”, como as recentes bombas caseiras em eventos do PT, revelam que é preciso “muita preocupação com o ocorrido”.

De fato, o caso levou a uma onda de condenações, feitas por partidos políticos, presidenciáveis, parlamentares e setores da imprensa. Para o especialista, o homicídio demonstra que existe um clima pesado na disputa eleitoral, sobretudo no campo comunicativo, “o que conduz a extremos por parte de alguns cidadãos”. Ele também entende que o episódio “coloca em xeque o equilíbrio que a democracia precisa para exercer suas ações de forma adequada”.

Lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Lula na Cinelândia, em 7 de julho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 07.07.2022

“Para reduzirmos essa tensão, é necessário que o Judiciário atue de forma exemplar sobre os acusados dessas ações, mostrando que não há tolerância com essas atitudes violentas”, disse Guilherme Carvalhido, em uma fala semelhante à do procurador-geral da República, Augusto Aras, que disse à Sputnik Brasil que pode haver punição a partidos por eventuais excessos de seus apoiadores durante o processo eleitoral.

O PGR, no entanto, ponderou que, para que os partidos sejam de fato responsabilizados, são necessárias condutas de lideranças políticas que evidenciem a conexão com atos de apoiadores.

Segundo Aras, é preciso localizar atos de responsabilidade partidária ou de lideranças partidárias para que o sistema de justiça possa punir agremiações. De acordo com o artigo 241 do Código Eleitoral, “toda propaganda eleitoral será realizada sob a responsabilidade dos partidos e por eles paga, imputando-lhes solidariedade nos excessos praticados pelos seus candidatos e adeptos”.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, durante sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), então sob a presidência do ministro Dias Toffoli, em 27 de abril de 2020.

Nesse sentido, Guilherme Carvalhido acrescentou que “há uma tendência de ações violentas além das expressas nas redes sociais, intensificando a disputa eleitoral entre situação e oposição”. O resultado desse acirramento político descabido “atinge o equilíbrio necessário para a ação concreta da democracia, pois estabelece a violência como ação política para tentar reduzir, ou eliminar, a concorrência eleitoral”.

Mas, segundo ele, é possível reduzir as tensões políticas se houver compromisso dos candidatos de reduzir as declarações nas redes sociais e, principalmente se esse homicídio for “exemplarmente combatido no âmbito jurídico, punindo os agressores, para que não haja mais tentativas de ações violentas, pois a disputa no campo comunicativo já está deveras acirrado, o que contribui para a ação de algumas pessoas”, concluiu.

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Mundo

Mercenário português na Ucrânia relata: ‘Estavam a enviar-me para a morte’

Chamado pela imprensa portuguesa de N.S., depois de ir até a Ucrânia para lutar contra militares da Rússia e das repúblicas populares de Lugansk e Donetsk, um mercenário português desistiu, por nunca ter recebido uma arma e por constatar o poderio russo.

A Ucrânia abriu seus quartéis para mercenários estrangeiros e, desde então, inúmeros homens de diferentes países têm dado relatos de como a situação está difícil.

De acordo com a CNN Portugal, dentre os portugueses estão ex-comandos, ex-paraquedistas e um mecânico de 29 anos, que esteve por 15 dias na base militar de Yavorov, que foi bombardeada recentemente.

O jovem mecânico chamado de N.S. saiu da base por nunca ter recebido uma arma sequer da nomeada “legião internacional”.

A legião internacional é composta por soldados profissionais e amadores, mercenários, ex-militares e também por pessoas sem qualquer experiência, que recebem formações rápidas e pegam em armas. N.S. era mais um desses integrantes.

Saído do sul da França, onde vivia desde 2014, o jovem português passou pela Polônia e tomou a decisão de lutar contra os russos impulsivamente.

“Achava que não fazia sentido ficar sentado a ver um país, civis, incluindo crianças, a serem mortos. Além disso, há o risco de um dia os russos atacarem o resto da Europa”, acreditava ele a partir do que via ser divulgado pelas agências de comunicação ocidentais.

N.S. deixou a mulher e o filho, de quatro anos, em casa com uma carta. “Deixei uma carta a explicar. Foi um choque para ela. Agora está tudo bem.”

Um dos voluntários portugueses que estavam na base militar de Yavorov no domingo (13), quando a Rússia, ao cumprir com o propósito de sua operação especial militar para “desmilitarizar” a Ucrânia, bombardeou a base, N.S, por não ter experiência militar ainda não tinha armas atribuídas.

“Estava previsto que naquele dia [em que se deu o bombardeio] o meu pelotão recebesse finalmente as armas”, contou.

Ao relatar sua experiência, N.S. diz ter presenciado explosões, mísseis cruzarem por cima de sua cabeça e perder a “noção do tempo, julgo que foram muitos [mísseis] durantes 30 minutos”.

“Depois do bombardeamento, todos no exército achávamos que ia haver um ataque terrestre dos russos. E por isso, mandaram-nos ficar em linhas de defesa. Fiquei ali em pé, sem arma, sem colete, sem capacete. Percebi que não podia continuar assim”, disse ele. “O meu objetivo era combater, e se morresse seria de arma na mão. Assim, éramos apenas carne para canhão.”

Ao perceber que seu esforço seria inútil, N.S. informou seu comandante que não permaneceria na legião. Quando decidiu partir, um colega mais velho da Islândia quis ir com ele.

Depois de uma viagem de carro, de carona com mercenários ingleses que também haviam desistido de lutar, N.S. pegou um táxi e percorreu 50 km até a fronteira polonesa, onde havia deixado seu próprio veículo.

A participação de N.S. no conflito na Ucrânia durou cerca de duas semanas e, ao que parece, o jovem mecânico, sem carreira militar, foi o primeiro de seu grupo a voltar para casa.

*Com Sputnik

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Brasil

Morre Elza Soares aos 91 anos

A cantora Elza Soares morreu aos 91 anos nesta quinta-feira (20), no Rio de Janeiro.

“É com muita tristeza e pesar que informamos o falecimento da cantora e compositora Elza Soares, aos 91 anos, às 15 horas e 45 minutos em sua casa, no Rio de Janeiro, por causas naturais”, diz o comunicado enviado pela assessoria da cantora.

“Ícone da música brasileira, considerada uma das maiores artistas do mundo, a cantora eleita como a Voz do Milênio teve uma vida apoteótica, intensa, que emocionou o mundo com sua voz, sua força e sua determinação”.

“A amada e eterna Elza descansou, mas estará para sempre na história da música e em nossos corações e dos milhares fãs por todo mundo. Feita a vontade de Elza Soares, ela cantou até o fim”.

Elza Soares é considerada uma das maiores cantoras da música brasileira, com carreira no samba que começou nos anos 60.

Elza Gomes da Conceição começou cantando sambalanço com “Se Acaso Você Chegasse” em 1959, e se dedicou ao gênero nos anos 60.

Nos 34 discos lançados, ela se aproximou do samba, do jazz, da música eletrônica, do hip hop, do funk e diz que a mistura é proposital.

“Eu sempre quis fazer coisa diferente, não suporto rótulo, não sou refrigerante”, comparava Elza.

“Eu sempre quis fazer coisa diferente, não suporto rótulo, não sou refrigerante”, comparava Elza.

“Eu acompanho o tempo, eu não estou quadrada, não tem essa de ficar paradinha aqui não. O negócio é caminhar. Eu caminho sempre junto com o tempo.”

O último disco lançado foi “Planeta Fome” em 2019, e ela diz que não tem planos concretos para outro álbum neste ano. “Ainda não, mas vai surgir. Minha cabeça não para, cara”, afirma Elza.

A única certeza é que não iria parar de cantar: “Nem de brincadeira. Parar por quê? Por que parar? Não tem por que né?”.

*Com informações do G1

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