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Sei: Michelle usava cartão da amiga porque Bolsonaro é ‘pão-duro’, diz defesa

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro usava um cartão de crédito em nome de uma amiga porque ela não tinha “crédito” para emitir um cartão em seu próprio nome. Como revelou o colunista Aguirre Talento, do UOL, áudios obtidos pela PF mostram que as despesas da primeira-dama eram pagas em dinheiro vivo.

O que disse a defesa

Michelle usou o cartão de Rosimary Cardoso Cordeiro, uma amiga de longa data, desde novembro de 2011, segundo o advogado Fabio Wajngarten, assessor de Bolsonaro,

Isso ocorreu porque Michelle não teria crédito para emitir um cartão em seu próprio nome. A ex-primeira-dama só teve um cartão em seu nome a partir de junho de 2021.

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“A dona Michelle nunca possuiu limite de crédito”, afirmou Wajngarten. “Ela não tinha receita compatível.”

Cartão em nome da amiga para evitar “constrangimentos”. Essa foi a resposta do advogado, ao ser questionado sobre o motivo de Michelle ter optado por usar um cartão em nome de Rosimary, em vez de um cartão em nome de Bolsonaro.

Resposta da Dona Michelle para mim há meia hora: ‘Meu marido sempre foi muito pão-duro’. “Fabio Wajngarten, advogado e assessor de Bolsonaro

Michelle usava o cartão de Rosemary para pagar despesas pessoais e os gastos variavam — algumas faturas chegaram a passar de R$ 2 mil, segundo a defesa de Bolsonaro.

Os advogados prometeram apresentar uma planilha com todos os reembolsos, mês a mês, feitos a Rosemary durante o período.

Como funcionava: a dona Michelle fazia pequenas compras e reembolsava mês a mês a Rosemary. Quando chegava a fatura, a Rosemary dizia: ‘o cartão adicional deu mil, dois mil, 300, 800…”Fabio Wajngarten, advogado

Os valores eram sacados da conta pessoal de Bolsonaro, segundo os advogados. “É o constrangimento do homem e da mulher, deixa eu pagar, deixa eu pagar? Normal.”

Nenhum documento foi apresentado pelos advogados aos jornalistas. Eles disseram que o processo está sob sigilo e não podem divulgar.

Defesa mostrou a cópia de uma planilha com o que seriam os valores dos extratos de saques da conta pessoal do Bolsonaro entre 2019 e 2022.

Assessoras queriam dissuadir Michelle de usar cartão

Diálogo mostra receio de acusação sobre prática de “rachadinha”. Duas assessoras de Michelle, Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, procuraram o tenente-coronel Mauro Cid. Na conversa, o então ajudante de ordens de Bolsonaro demonstrou preocupação com o risco da prática de pagamentos em dinheiro vivo para quitar despesas da ex-primeira-dama. O receio era que a prática pudesse ser caracterizada como esquema de rachadinha.

A defesa de Bolsonaro confirmou o diálogo entre eles, mas disse se tratar apenas de um diálogo em que Cintia e Giselle estavam tentando convencer Michelle a parar de usar o cartão de Rosemary.

O Cid [Mauro Cid] endossa e diz: ‘é melhor parar de usar, ainda que tenha o reembolso mensal, é melhor. As duas assessoras se convencem e acordam que era muito melhor devolver o cartão.”Fabio Wajngarten, advogado

Como revelou o UOL, relatório da PF aponta que os diálogos relatam a existência de uma “dinâmica sobre os depósitos em dinheiro para as contas de terceiros e a orientação de não deixar registros e impossibilidades de transferências”.

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