Brasileiros cruzam cidades e madrugam na fila por refeição de R$ 1 até R$ 3

Reportagem mostra o drama dos brasileiros que, desempregados ou trabalhando na informalidade, precisam cruzar cidades ou madrugar em filas para conseguir uma refeição mais em conta. “Comida acessível para driblar o fantasma da fome”, comentou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).

Seja por conta do desemprego ou da informalidade, inúmeros brasileiros têm recorrido a restaurantes populares para aliviar os gastos ou até conseguir bancar uma refeição por um preço que varia de R$ 1 a R$ 3, dependendo da cidade, informa a Folha de S.Paulo neste domingo (22).

“A informalidade no país bateu recordes consecutivos ao longo do ano, chegando a 38,7 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em outubro de 2019. No mesmo recorte do ano anterior, o total era de 38 milhões”, explica a Folha, que conta a história do cabeleireiro Ariel Silva, 43, que passou a frequentar o restaurante popular de Parangaba, em Fortaleza (CE).

O estabelecimento serve, em média, 1.300 refeições a R$ 1. “Tenho feito alguns bicos, mas já são três anos desempregado. A comida daqui é boa e alivia o bolso. É uma alternativa que encontrei”, diz o cabeleireiro.

“Ainda que os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontem uma queda no número de desempregados no Brasil, de 13,3 milhões de pessoas nos primeiros três meses de 2019 para 12,4 milhões no terceiro trimestre, a recuperação do mercado de trabalho tem ocorrido à custa da explosão da informalidade”, conta a reportagem.

Marco Aurélio Azevedo, 49, vigia noturno, afirma que pelo menos duas vezes ao dia come no restaurante de Bonsucesso, zona norte do Rio de Janeiro, que serve 600 cafés da manhã e 1.250 almoços diariamente.

“Em outros lugares você paga R$ 10 em um prato igual ao servido aqui, que ainda tem um cafezinho para completar”, diz Azevedo, que trabalha como autônomo. Ele paga R$ 2 pela refeição.

“Os pratos daqui têm um preço acessível para quem não tem dinheiro. Meu irmão, que mora comigo e é vendedor ambulante, também almoça aqui todos os dias”, conta.

Já Edvaldo Pereira, 64, costuma fazer a última refeição do dia por volta das 20h. Ele chega todo dia às 6h no restaurante popular no bairro do Comércio, em Salvador, para assegurar o primeiro lugar na fila do estabelecimento, que só abre às 11h. É o desjejum de Edvaldo.

“Comida acessível para driblar o fantasma da fome”, comenta a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).

 

 

*Com informações do 247