O deputado de direita e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, foi reeleito para a presidência de um Parlamento paralelo na noite deste domingo (05/01) por uma assembleia realizada na sede do jornal venezuelano El Nacional.
A sessão não oficial, que contou apenas com a presença de parlamentares da oposição aliados a Guaidó, foi realizada após o autoproclamado presidente interino ser derrotado no Parlamento em votação que elegeu uma nova junta diretora para a Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, tendo como presidente o deputado Luis Parra, membro do partido opositor Primeiro Justiça.
O agora ex-presidente do Parlamento recebeu o apoio de países como Estados Unidos, Colômbia, Brasil e da Organização dos Estados Americanos (OEA) e disse que o governo de Maduro tentou “ignorar o Parlamento” e classificou a assembleia paralela como uma derrota para o chavismo. Nesta segunda-feira, a União Europeia (UE) também reconheceu o mandato de Guaidó.
Entretanto, mais cedo, apoiadores de Juan Guaidó, se recusaram a participar da sessão oficial na AN que elegeu a nova direção, acusando o governo do presidente Nicolás Maduro de impedir fisicamente a entrada de opositores no prédio do Parlamento. Guaidó chegou a tentar saltar uma grade do prédio da Assembleia, sem sucesso.
Segundo membros do governo Maduro e deputados chavistas e da oposição não havia tal impedimento e o grupo de Guaidó, ao perceber que estava em minoria, simulou essa barreira.
A vitória de Luis Parra coloca fim ao mandato de Juan Guaidó na presidência do Parlamento. O deputado de direita, que se autoproclamou presidente da Venezuela em fevereiro de 2019, foi acusado de envolvimento em casos de corrupção e é suspeito de receber colaboração de paramilitares narcotraficantes da Colômbia.
Essas acusações enfraqueceram Guaidó como líder da oposição, que chegou a pedir seu afastamento da direção da Assembleia e o impeachment da Presidência autoproclamada.
*Com informações do Ópera Mundi