Com uma cobertura tímida até o início deste domingo (26), com pouco destaque nos grandes veículos da imprensa internacional, as manifestações convocadas em apoio ao presidente Jair Bolsonaro são descritas como confusas. Segundo reportagens que apresentam os atos na mídia estrangeira, os atos são uma reação de um “exército de apoiadores obstinados” aos problemas e dificuldades enfrentados pelo governo em seus primeiros meses. Ainda assim, as avaliações iniciais indicam que os atos podem deixar o presidente ainda mais fraco e isolado.
Uma reportagem da agência de notícias Associated Press publicada em veículos como o jornal norte-americano The Washington Post neste domingo pela manhã indicava que as manifestações deste domingo teriam uma pauta confusa. Segundo o texto, os atos mostravam a grande dificuldade enfrentada pelo presidente para governar, levando a uma queda rápida em sua popularidade.
A reportagem faz um balanço dos primeiros meses de governo e diz que Bolsonaro teve um começo muito ruim, com polêmicas e acusações de corrupção envolvendo sua família.
“Em meio aos primeiros contratempos, o exército on-line de apoiadores obstinados de Bolsonaro pediu manifestações no domingo em apoio ao seu presidente”, explica a reportagem. “Mas sua mensagem se tornou uma mistura confusa de apelos por políticas conservadoras e críticas às instituições brasileiras, que, segundo eles, são obstáculos corruptos à agenda de Bolsonaro.
A AP indica, entretanto, que mesmo entre políticos partidários do presidente a posição era contrária às manifestações. Segundo um dos entrevistados na reportagem, Bolsonaro teria pouco a ganhar e poderia sair ainda mais enfraquecido.
A avaliação é semelhante à do professor de ciência política de Harvard Steven Levitsky. Em entrevista publicada pelo jornal britânico The Guardian em reportagem sobre os atos, Levitsky disse que as manifestações podem ter o efeito contrário ao esperado pelo presidente, deixando-o ainda mais isolado politicamente.
Levitsky é coautor do livro “Como as Democracias Morrem” (Zahar). Segundo ele, o fato de a popularidade de Bolsonaro estar em queda indica que a tática de apelo às massas não deve funcionar. “Parece um esforço muito arriscado para Bolsonaro. É mais provável que termine em seu isolamento”, disse.
*Com informações do Uol/Brasilianismo