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Inquérito da PF contra influencer fitness Renato Cariani termina com três indiciados por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

Além de infuenciador, dois amigos também foram responsabilizados por crimes. Eles respondem em liberdade. Polícia Federal acusa grupo de usar empresa para emitir notas falsas de venda de produtos para multinacionais farmacêuticas, mas desviava insumos para produção de toneladas de cocaína e crack para facção criminosa. Renato nega.

Após dez meses de investigações, a Polícia Federal (PF) de São Paulo concluiu neste mês o inquérito contra o influenciador fitness Renato Cariani por suspeita de desvio de produtos químicos para a produção de toneladas de drogas para o narcotráfico.

O relatório final terminou com o indiciamento dele e de mais dois amigos pelos crimes de tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

A investigação não pediu as prisões dos três investigados. Todos respondem em liberdade. A conclusão da PF foi encaminhada para o Ministério Público Federal (MPF), que poderá ou não denunciar o grupo pelos crimes. Caberá depois à Justiça Federal decidir se o trio deverá ser julgado pelas eventuais acusações. Se forem condenados, eles poderão ser punidos com penas de prisões.

Além de Renato, Fabio Spinola Mota e Roseli Dorth são acusados pela PF de usar uma empresa química para falsificar notas fiscais de vendas de produtos para multinacionais farmacêuticas. Mas os insumos não iam para essas empresas. Eles eram desviados para a fabricação de cocaína e crack. Essas drogas abasteciam uma rede criminosa de tráfico internacional comandada por facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Renato tem mais de 7 milhões de seguidores no Instagram e é sócio com Roseli da Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda. , empresa para venda de produtos químicos em Diadema, Grande São Paulo. Segundo a PF, eles teriam conhecimento e participavam diretamente do esquema criminoso. A investigação informa ter provas do envolvimento deles a partir de interceptações telefônicas feitas com autorização judicial de conversas e trocas de mensagens, segundo o G1.

Fabio é apontado pela investigação como responsável por esquematizar o repasse dos insumos entre a Anidrol e o tráfico. Segundo a PF, ele criou um falso e-mail em nome de um suposto funcionário de uma multinacional para conseguir dar seguimento ao plano criminoso. Antes já tinha sido investigado pela polícia por tráfico de drogas em Minas Gerais e no Paraná.

De acordo com a Polícia Federal, parte do material adquirido legalmente pela Anidrol foi desviada para a produção de entorpecentes entre 2014 e 2021. Para justificar a saída dos produtos, a empresa emitiu cerca de 60 notas fiscais falsas e fez depósitos em nome de “laranjas”, usando irregularmente os nomes da AstraZeneca, LBS Laborasa e outra empresa.

A investigação apontou que em seis anos foram desviadas algo em torno de 12 toneladas de acetona, ácido clorídrico, cloridrato de lidocaína, éter etílico, fenacetina e manitol, substâncias usadas por criminosos para transformar a pasta base de cocaína em pó e em pedras de crack.

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Notas falsas, e-mail para farmacêutica: Polícia Federal descobre mais detalhes do caso Renato Cariani

Influencer e fisiculturista é investigado por suposta venda de produtos químicos para traficantes; PF descobriu suposto intermediário.

O fisiculturista e influenciador Renato Cariani foi alvo de uma operação policial esta semana. Segundo a PF, Cariani usou o nome de grandes empresas para maquiar um esquema de venda de produtos químicos para a fabricação de drogas.

O Fantástico detalha a investigação e revela: a empresa de Renato já havia sido citada no depoimento de um traficante condenado em 2016.

Cariani tem mais de 7,5 milhões de seguidores em apenas uma rede social. Na internet, ele sugeria suplementos como whey protein e creatina, mas segundo as autoridades, secretamente ele vendia produtos para a fabricação de crack e cocaína.

As investigações da PF mostraram que a Anidrol, empresa de Diadema (SP) da qual Renato se tornou sócio em 2008, vendeu produtos químicos controlados para o tráfico mascarando esses desvios como se tivessem sido transações legais com grandes indústrias químicas.

A polícia fez uma estimativa desses repasses para o crime, considerando apenas as transações fictícias para uma dessas empresas. Segundo a investigação, a Anidrol vendeu:

  • três tipos de solventes – os 2.050 litros no total podem produzir 1.640kg de cocaína
  • substâncias em pó que podem servir para adulterar a mesma droga e poderiam produzir 15,8 toneladas da droga
  • 4.875kg de fenacetina, que podem gerar 12,2 toneladas de crack
    A empresa Anidrol chamou a atenção da Receita Federal em 2015, com duas notas emitidas para a a AstraZeneca. A multinacional, no entanto, disse que os produtos referentes às notas jamais ingressaram em suas dependências e que nem compra a substância de um fornecedor nacional.

E para onde ia todo esse material? De acordo com as autoridades, para as mãos do tráfico. Em outra investigação, em 2016, a Polícia Civil encontrou produtos da Anidrol com um traficante.