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Crise em Israel: chefe de espionagem acusa Netanyahu de exigir ‘lealdade pessoal’

Roner Bar afirmou que premiê pediu ajuda para atrasar seu depoimento em julgamento de corrupção e rejeitou alegações de que Shin Bet não havia alertado sobre o 7 de outubro.

O chefe dos serviços de Segurança Interna de Israel, Shin Bet, demitido pelo governo, acusou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de exigir dele “lealdade pessoal”, em uma declaração juramentada à Suprema Corte israelense. O gabinete de Netanyahu afirmou que a declaração, que também se refere ao ataque do Hamas de 7 de outubro, era “falsa”.

Em seu depoimento na segunda-feira (21/04), Ronen Bar acusa Benjamin Netanyahu de ter pedido lealdade pessoal a ele. “Estava claro” que, no caso de uma crise constitucional, ele teria que obedecer ao primeiro-ministro e não à Suprema Corte, escreveu no documento, divulgado pelo gabinete do procurador-geral.

“Naquela noite, nada foi escondido do aparato de segurança ou do primeiro-ministro”, afirma sobre os ataques de 7 de outubro, que desencadearam o massacre de Israel na Faixa de Gaza.

Ronen Bar rejeita veementemente as acusações de Benjamin Netanyahu e membros de seu governo de que o Shin Bet não alertou a tempo o primeiro-ministro e outros serviços de segurança sobre o ataque do Hamas.

Naquele dia, por volta das 3 da manhã, todas as agências de segurança receberam um alerta sobre “preparativos anormais e a possibilidade de intenções ofensivas por parte do Hamas”, segundo o Shin Bet.

Em sua declaração, Ronen Bar explicou que foi à sede do Shin Bet às 4h30, duas horas antes do ataque do Hamas ao território israelense, e deu instruções para que o conselheiro militar do primeiro-ministro fosse informado dos eventos. “Naquela noite, nada foi escondido do aparato de segurança ou do primeiro-ministro”, acrescenta.

“Declarações falsas”
O gabinete de Benjamin Netanyahu rejeitou as declarações do chefe do Shin Bet.

“Ronen Bar fez alegações falsas em sua declaração à Suprema Corte, que serão refutadas detalhadamente em breve”, disse em um comunicado. O primeiro-ministro afirmou que o chefe da Segurança Interna “falhou vergonhosamente” em 7 de outubro.

*Opera Mundi