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Caso Ronaldinho tem muitos mistérios a serem desvendados

Detido com documentos falsos em Assunção, no dia 4, Ronaldinho Gaúcho foi interrogado na quinta-feira, dia 5, e liberado pelo Ministério Público do Paraguai de qualquer acusação pelo porte de passaporte e identidade adulteradas. Mas um senador brasileiro teve o nome citado por ter relações com dois empresários ligados com a ida do ex-jogador para eventos sociais na capital paraguaia. Líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), foi citado pela empresária Dalía Angélica López Troche em entrevista à revista “Caras”, da Argentina, e ainda tem uma relação pessoal com Wilmondes Sousa Lira, de 45 anos, que seria o responsável pelos documentos falsos do ex-meia e de seu irmão, Roberto de Assis Moreira.

Senador Eduardo Gomes (MDB-TO) foi associado aos empresários ligados a Ronaldinho.

Dalía era uma das quatro pessoas que estavam com Adriana Mendoza, que representou deputado paraguaio Freddy Tadeo D’Ecclesiis Giménez, em uma visita em maio de 2019. A assessoria do senador alega que houve apenas um cumprimento entre eles, mas que nunca aconteceu qualquer conversa ou outro contato entre as partes.

Já em relação a Wilmondes Sousa Lira, a assessoria confirmou que o senador tem contato com a família do acusado, que é de Tocantins. Eduardo Gomes é amigo pessoal do avó, dos pais e tios do do empresário, que foi acusado pelo MP paraguaio de fornecer os documentos adulterados entregues a R10 e Assis. Lira foi apontado pelos irmãos como o responsável pela obtenção dos passaportes e das identidades falsificadas. O homem estava na mesma suíte presidencial com a dupla no Hotel Yacht y Golf Club.

Ainda segundo a assessoria de imprensa do político, eles se encontram em eventos pessoais, mas “não possuem qualquer vínculo profissional ou de negócios”.

Ronaldinho Gaúcho com o político Oscar “Nenecho” Rodriguez e a empresária Dalia López Troche Foto: Reprodução / Instagram

Wilmondes depõe

Detido na noite de quarta-feira, Wilmondes Sousa Lira chegou ao Palácio da Justiça nesta sexta-feira para dar a versão sobre o caso. Segundo ele, a documentação foi solicitada por alguém ligado a Ronaldinho e seu irmão, Assis. A defesa do empresário alega que seu cliente não está envolvido com a confecção dos documentos e que ele foi apenas o intermediário do caso, sendo responsável por levar os documentos ao Brasil.

Os advogados não citaram nomes dos possíveis responsáveis, mas disseram que Wilmondes vai mencioná-los no depoimento.

Entenda o caso

O ex-astro do Barcelona e da seleção brasileira Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto Assis foram detidos pela polícia do Paraguai na noite desta quarta-feira sob acusação de ter entrado no país usando supostos passaportes falsos.

Euclides Acevedo, ministro do Interior do Paraguai, informou que investigadores entraram na suíte presidencial do Hotel Yacht y Golf Club, onde Ronaldinho estava hospedado, e encontraram dois passaportes adulterados. Um estava em nome do ex-jogador e o outro no do irmão.

Ronaldinho chegou ao Paraguai nesta quarta-feira para o lançamento do seu livro “Gênio da vida” e participaria do lançamento de um programa social destinado a crianças organizado pela Fundação Fraternidade Angelical.

Ronaldinho Gaúcho responsabilizou o empresário Wilmondes Sousa Lira, de 45 anos, que o representa no país vizinho, por portar o documento adulterado. Tanto o craque quanto o irmão e agente dele, Ronaldo de Assis Moreira, foram levados pelos agentes.

R10 e seu irmão não serão denunciados pelo Ministério Público do Paraguai pelo uso de documentos adulterados. A informação foi divulgada inicialmente pelo portal ‘ABC Color’ e confirmada pelo ‘Jogo Extra’. A alegação é de que a dupla foi enganada e agiu de “boa fé”.

“O senhor Ronaldo Assis Moreira, mais conhecido como Ronaldinho, aportou vários dados relevantes para a investigação e atendendo a isso, foram beneficiados com uma saída processual que estará a cargo do Juizado Penal de Garantias”, afirmou o promotor Federico Delfino.

O Ministério Público decidiu pela acusação de três pessoas: o empresário Wilmondes Sousa Lira, apontado como responsável pela obtenção dos documentos adulterados, e as paraguaias María Isabel Galloso e Esperanza Apolonia Caballero, responsáveis originais pelos números presentes nos passaportes de Ronaldinho e Assis.

Um dos critérios utilizados pela promotoria para liberar Ronaldinho e Assis foi o “critério de oportunidade”, recurso previsto nas legislação paraguaia quando suspeitos admitem o erro e não tem antecedentes criminais.

O caso ainda irá para o Juizado Penal de Garantias e a decisão final será feita por um juiz.

 

*Marjoriê Cristine/Extra