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Brasil cobra ação das Nações Unidas e defende solução política para o Oriente Médio

O governo brasileiro fez um duro pronunciamento nesta quarta-feira (29) sobre a crise no Oriente Médio, criticando a falta de liderança das potências mundiais e cobrando o Conselho de Segurança da ONU a assumir um papel mais ativo na busca pela paz. Também frisou que apenas um acordo político entre israelenses e palestinos pode garantir a segurança e a estabilidade na região.

As críticas foram feitas pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, que participou de uma reunião do colegiado convocada para lidar com a crise no Oriente Médio no Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. Em um discurso, porém, ele atacou abertamente a falta de união na comunidade internacional, informa Jamil Chade, no UOL.

Em sua avaliação, os acordos que estabeleceram uma trégua nos últimos dias em Gaza são “sinais de esperança”, mas não a solução por si só. O governo brasileiro defende que a criação de um Estado palestino reconhecido internacionalmente precisa fazer parte de um acordo de paz.

O chefe do Itamaraty também alertou para a desunião que permeou o Conselho de Segurança ao lidar com a crise. O órgão precisou de semanas até que um acordo fosse estabelecido. Para Vieira, há um “horror sem precedentes” em Gaza — e nem isso gerou uma resposta unida da comunidade internacional.

“Nós temos que nos unir e ser solidários com todos os necessitados. A situação no Oriente Médio, incluindo a questão palestina, é, no entanto, um dos assuntos mais vetados do Conselho de Segurança. Esse registro é um testemunho infeliz do fato de que, na maioria das vezes, as divergências triunfam sobre o interesse comum nesse órgão”, disse Vieira.

Segundo ele, “o conflito no Oriente Médio não desapareceu, pois os países não conseguiram se entender na ONU.

“O agravamento da situação entre Israel e a Palestina nos últimos anos não nos obrigou a nos unirmos e agirmos em prol do objetivo comum de alcançar a paz para os palestinos, israelenses e o povo do Oriente Médio em geral”, disse.

Para Vieira, o colegiado também tem responsabilidade ao não conseguir atingir seu objetivo de defender a paz e a segurança internacional