Governo corre risco de perder MP que garante desconto na conta de luz para milhões de famílias após atrito com aliados na votação da PEC da Blindagem
A votação da chamada PEC da Blindagem, aprovada na Câmara dos Deputados nesta semana, não encerrou o embate político que a cercou. Pelo contrário: abriu um novo campo de conflito entre o governo e o Centrão. Irritados com a postura do PT, que entregou apenas uma fatia mínima de votos favoráveis, líderes do bloco agora cogitam retaliar em uma frente delicada: a Medida Provisória que amplia a tarifa social de energia elétrica.
O recado foi dado de forma direta. Mesmo após mudanças de relatoria e ajustes no texto para atender demandas petistas, o partido de Lula somou apenas 12 votos em favor da PEC entre seus 67 parlamentares. Para integrantes do Centrão, a conta não fechou e soou como um gesto de descompromisso do governo com o Legislativo.
O fato de a MP da tarifa social precisar ser aprovada até o fim do dia (17) na Câmara e no Senado para não perder validade deu uma arma para o centrão que agora quer usar os mais vulneráveis para atingir o governo. Caso isso ocorra, milhões de famílias de baixa renda terão o desconto eliminado da conta de luz. Em resumo: o Centrão ameaça travar a pauta, usando como moeda de troca uma política pública que deveria ser inegociável.
Relator da proposta na Câmara, o deputado Fernando Coelho Filho (União), deu entrevista ao ICL, onde disse que estão tentando votar pela manhã, para dar tempo de ir para o Senado a tarde (Foto: Reprodução)
Ameaça do centrão atinge programa de impacto social
O ICL Notícias conversou com o relator da proposta na Câmara, o deputado Fernando Coelho Filho (União), que disse: “Estamos tentando votar ainda agora pela manhã para dar tempo de ir ao Senado a tarde” Ele também afirmou que acredita que o texto vai conseguir avançar mas ele admite que a postura do PT em ser contra a proposta criou dificuldades para a pauta. Sobre isso ele afirmou: “Acho que acabou atrasando a tramitação. Mas vamos tentar fazer hoje!”
De acordo com Cleber Lourenço, do ICL, no Planalto, a percepção é clara: a ameaça atinge em cheio um programa de alto impacto social. A estratégia do governo é explorar o desgaste de deputados que optarem por derrubar o benefício, lembrando que a perda do desconto vai pesar imediatamente no bolso de milhões de brasileiros. Além disso, dados oficiais mostram que quase 8 milhões de famílias que já têm direito à tarifa ainda não recebem o benefício, o que aumenta a pressão por sua manutenção e ampliação.
O episódio evidencia uma dinâmica recorrente: o uso de políticas públicas como arma de barganha. Enquanto a base governista revela fragilidade ao não entregar votos em pautas controversas, o Centrão se mostra disposto a emparedar o Executivo mesmo às custas de direitos sociais básicos. No fim da linha, quem paga essa disputa não são os partidos, mas a população que depende da tarifa social para manter a luz acesa.
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