Se a mudança de comando dos Estados Unidos não terá a virtude de um vendaval revolucionário, aqui no Brasil a derrota de Trump reserva grandes destinos à nação, a começar por sua própria imitação barata, Jair Bolsonaro, que tinha na composição de seu governo a cópia caricata do caricato Trump.
Trump construiu sua estátua proclamando guerra aos supostos globalistas por sugestão de seu guru marqueteiro.
Ávidos das lições de Steve Bannon, Bolsonaro e filhos com suas inteligências estreitas, repetiram, sem tirar nem por, a mesma metodologia para criar seu próprio curral medieval.
Na ponta das fantasias criadas por Bannon, o anticomunismo daria e manteria o trono de Trump e, consequentemente, no caso brasileiro, de Bolsonaro.
Com Trump nu e derrotado, o gênio brejeiro vai literalmente junto para o brejo, porque não se trata de cristalizar um sonho em ideia, e esta em ação. O paralelo de influência teocrática do bolsonarismo com o trumpismo tem a mesma fonte que secou, e se secou, não abastece mais o gado. E se esse discurso não serve mais como grande programa que mexeria com os corações da civilização americana, a ambição política de Bolsonaro foi reduzida a um toco.
Sem o assento central na maior economia do planeta, o discurso anticomunista usado estrategicamente por Trump no velho terrorismo psicológico dos liberais, Bolsonaro não tem como sobreviver de seus próprios destinos, por isso continua a agitação pelos jornalistas contratados por Bolsonaro denunciando uma suposta fraude eleitoral nos Estados Unidos com a vitória de Biden, porque, na verdade, sabem que a queda de Trump significa o vazio político de Bolsonaro e, consequentemente a queda desse generoso espaço que ergueu as contas bancárias de muitos jornalistas de aluguel aqui na terrinha.
Pior, ex-tucana, essa mesma turma não tem como fazer o caminho de volta e, junto com a direita brasileira, perdeu o caminho da roça.
Em outras palavras, com a derrota de Trump, há muito mais coisas em jogo aqui no Brasil do que se imagina.
Aquela lambança protagonizada por Rodrigo Constantino em sua apologia ao estupro, já é resultado da indigência nostálgica que a derrota de Trump causará no mundo desse jornalismo fretado por Bolsonaro.
*Carlos Henrique Machado Freitas
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